CULTURA

Via Crucis, do artista Tarcísio Paniago, com curadoria do professor Gilberto Lacerda, foi escolhida como melhor exposição da pinacoteca de Luxemburgo

A fotobiografia Via Crucis, de Ariel Nobre, por Tarcísio Paniago, está disponível on-line e foi exposta também no Museu da República. Foto: Divulgação

 

O potencial produtivo e artístico da Universidade de Brasília foi novamente evidenciado pela premiada fotobiografia do artista visual Tarcísio Paniago, intitulada Via Crucis. A mostra do estudante do Instituto de Artes Visuais (IdA) recebeu o título de melhor exposição de 2018 na pinacoteca de Luxemburgo. O reconhecimento foi entregue apenas em 2023, por motivos relacionados à pandemia de covid-19.

Percorrendo temas como religião e sexualidade, a mostra fotográfica registra a transição de gênero do performer Ariel Nobre, do feminino para o masculino, sob o olhar do amigo fotógrafo, produtor cultural no Laboratório Ábaco da Faculdade de Educação (FE).

A exposição fotográfica circula por mostras Brasil e mundo afora desde 2018 e faz alusão ao caminho doloroso retratado no evangelho, dividido em 15 estações. Um caminho em busca da verdadeira essência também foi percorrido por deuses, heróis e outros personagens ao longo da história, como destaca o texto da curadoria da exposição, realizada pelo professor do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação Gilberto Lacerda.

Os envolvidos no projeto: Tarcísio Paniago, Gilberto Lacerda e Ariel Nobre. Créditos: Reprodução Portfólio, Júlio Minasi/Secom UnB, Reprodução YouTube

 

“Essa exposição coloca em voga o talento do Tarcísio, um artista multimídia, original e inquieto, que chama a atenção”, elogia Gilberto. De acordo com o docente, premiações como essa colocam em evidência o potencial de jovens artistas e também a UnB, que fornece o contexto necessário para que eles floresçam.

A exposição conta com 15 fotografias feitas na via W3 Norte. Os artistas por trás do trabalho contam que ela surgiu de forma espontânea e rápida. “Foi tudo muito natural. Não havia a intenção de fotografar uma transição de gênero. Eu estava vivendo um turbilhão de emoções e precisando encarar quem eu realmente era, enquanto ele estava ali me ajudando e fotografando. Depois daquela noite, nunca mais fui o mesmo”, conta Ariel.

“Ele estava de visita na minha casa e de madrugada, repentinamente, saímos à rua para uma sessão de fotos que durou apenas sete minutos. Fizemos 21 fotografias, que foram impressas assim que voltamos ao apartamento”, relembra Tarcísio.

O fotógrafo conta ainda que, quando viram as fotografias, ambos concordaram em dispô-las em um conjunto que dialogasse com as estações da Via-Crucis. “Mas foi apenas quando Ariel revelou ser um homem transgênero que percebemos a amplitude da metáfora”, destaca.

PREMIAÇÕES – Incorporada ao acervo permanente do Museu da República, feito inédito para uma mostra individual, a exposição de Tarcísio e Ariel é mantida guardada e pode ser exposta a qualquer momento. Ela também já percorreu diversas cidades no Brasil, Suíça e França, e recebeu o Certificado de Mérito Artístico do prêmio internacional Luxembourg Art Prize e o Prêmio FAC Cultura e Cidadania, em 2018.

A série fotográfica pode ser acessada no portfólio do artista Tarcísio Paniago ou por meio da performance de Ariel Nobre no YouTube.


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ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.