INOVAÇÃO

Com atuação em rede, o Instituto de Estudos Avançados Caleidoscópio visa contribuir com a redução de violências e desigualdades nas ciências

Registro da primeira reunião da coordenação com comitê gestor do INCT Caleidoscópio. Imagem: Reprodução

 

Um novo Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT) entra em funcionamento em 2023. Com sede na Universidade de Brasília, o Caleidoscópio – Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas Múltiplas Insurgências reúne grupos de pesquisa de 24 instituições das cinco regiões do país e deve abrigar observatórios, incubadoras sociais e realizar a divulgação de conhecimentos relevantes ao enfrentamento da desigualdade no acesso e na progressão de mulheres (cis e trans) nas carreiras científicas.

O instituto tem origem na Rede Caleidoscópio Feminista, surgida em 2021, a partir de um encontro nacional de centros e núcleos especializados sobre gênero, mulheres e sexualidade. A estrutura em rede se manteve na criação do INCT, que conta com nucleações regionais, um conselho de usuárias e um comitê gestor constituído por pesquisadoras que integram o campo de estudos feministas, transfeministas e antirracistas no Brasil. A coordenação está sob a responsabilidade da professora Viviane Resende, do Instituto de Letras da UnB.

“O desenho do nosso INCT foi pensado para que as universidades engajadas busquem e encontrem, dentro e fora de suas estruturas, ou seus ‘muros’, práticas inovadoras de enfrentamento das violências e desigualdades sistêmicas que fazem parte da realidade das mulheres”, destaca Viviane, que é também pesquisadora do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam).

A interseccionalidade – ou seja, a interação entre dois ou mais fatores sociais (como gênero, classe, raça e etnia) com efeitos discriminatórios – orientou a concepção do INCT. Por isso, além da inclusão de mulheres nas diversas áreas do conhecimento, o Caleidoscópio se propõe a promover mudanças qualitativas na produção científica, por meio da participação efetiva de mulheres quilombolas, indígenas e negras, tradicionalmente excluídas ou não devidamente valorizadas no meio acadêmico.

EIXOS DE AÇÃO – O Caleidoscópio também aposta na diversidade ao prever quatro frentes de trabalho. Para a geração de indicadores sobre violências e vulnerabilidades que afetam as mulheres – em geral ou especificamente nas ciências –, serão constituídos observatórios.

O desenvolvimento de tecnologias sociais e de comunicação e informação será outra frente de trabalho, com especial atenção às pessoas em situação de vulnerabilidade e ao potencial de incidência sobre políticas públicas dirigidas a elas.

Incubadoras sociais estimularão os laços de colaboração entre gerações. Mulheres em diferentes níveis de formação, do pós-doutorado ao ensino médio, encontrarão espaço de diálogo e apoio mútuo nas incubadoras. O objetivo é reduzir a evasão (escolar e acadêmica) e fixar jovens doutoras engajadas nesses espaços.

A política de transferência de conhecimento e divulgação científica é a quarta frente de trabalho do Caleidoscópio e visa à sensibilização de futuras gerações para a importância de mulheres nas ciências e do conhecimento científico para a melhoria de vida de todas as mulheres.

GESTÃO EM REDE – A organização em rede do Caleidoscópio é uma das inovações do instituto. A vice coordenação é exercida pela professora Karla Bessa, da Universidade de Campinas (Unicamp) – região Sudeste. Duas pesquisadoras da região Nordeste, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também respondem pela coordenação da nucleação Norte-Nordeste.

O comitê gestor é constituído pelas pesquisadoras Dolores Galindo (UFCG), Elizabeth Ruano (UnB), Joana Maria Pedro (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC), Maria Carmen Aires Gomes (UnB), Maria Margaret Lopes (Unicamp) e Silvia Lucia Ferreira (UFBA).

* Com informações do INCT Caleidoscópio.

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