DIVERSIDADE

Interessados puderam participar de transmissões no canal de YouTube do Cead e de grupos de trabalho para propor ações de visibilidade, respeito e acolhimento

A Conferência durou três dias e teve encontros exclusivamente on-line. Imagem: Reprodução

 

Sob a premissa de difundir tolerância, amor, direito, respeito, igualdade e justiça, a Universidade de Brasília promoveu a Conferência LGBTQIA+. De 13 a 15 de outubro, a programação contou com uma sequência de encontros virtuais que discutiram ações para garantir o acolhimento da diversidade sexual e de gênero na instituição.

 

As cerimônias de abertura e de encerramento ocorreram por meio do canal do Centro de Educação a Distância (Cead) no YouTube. A participação da comunidade universitária também se deu nos grupos de trabalho para quem se inscreveu pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). Assuntos como Práticas de cultura, visibilidade e convivência na UnB e Saúde da comunidade LGBTQIA+ receberam atenção dos núcleos de debate.

 

“Certamente são temas que dizem respeito às necessidades da nossa comunidade e também da sociedade”, afirmou Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília. A abertura da conferência também contou com a presença de representantes dos decanatos de Assuntos Comunitários (DAC) e de Extensão (DEX), da Diretoria da Diversidade (DIV) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

 

MEMÓRIA DE LUTA – A conferência celebrou conquistas da Universidade como o início da política de adoção de nome social e a instituição do Conselho de Direitos Humanos (CDHUnB). A reitora ressaltou que o compromisso com a garantia de respeito à diversidade permanece. Assim, inovações estão em curso, por exemplo, com a instalação da Câmara de Direitos Humanos como instância permanente e que opere independentemente da gestão.

 

“Nós temos buscado trazer essa correção para nossa instituição, que é uma instituição educadora, criada por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira. Então, nós temos que honrar nossos fundadores e fazer essas mudanças necessárias”, afirmou a reitora. “Não temos dúvida que já avançamos, mas sabemos que não podemos cochilar nem um minuto porque o retrocesso é muito mais rápido que o avanço”.

No encontro, palestrantes dividiram experiências e listaram demandas para a comunidade LGBTQIA+ na UnB. Imagem: Reprodução

 

À frente da Diretoria da Diversidade ligada ao DAC, Susana Xavier destacou que a conferência é uma construção que ocorre desde abril a partir da participação de diversas pessoas e com amplo debate. “A UnB hoje está na contra-mão do conservadorismo que assola o nosso país. A UnB vem fazendo a diferença no sentido de discutir a pauta de direitos humanos e diversidade”, lembrou Suzana.

 

Em 2020 e 2021, a Universidade de Brasília sediou diversos eventos dedicados à promoção do bem-estar e da equidade entre a comunidade universitária. Destacam-se a 1ª Conferência de Combate à Violência de Gênero, a 1ª Conferência UnB Promotora da Saúde (ConfUnBPS) e a Conferência de Assistência Estudantil.

 

COMPARTILHAR VIVÊNCIA – Uma mesa-redonda sucedeu a abertura da conferência. Membros e ex-integrantes da comunidade universitária da UnB compartilharam experiências na instituição e as melhorias que almejam para o futuro. Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela UnB, Jaqueline Gomes de Jesus destacou a luta pela garantia de espaço na Universidade. “A gente ocupou [espaço], não foi beneficio nem presente de ninguém. Por diferentes estratégias, nós ocupamos como estudantes, técnicos e docentes”, ressaltou.

 

“A UnB é protagonista de muitas revoluções. Podemos dizer, inclusive, que essa conferência é revolucionária. Desconheço outra universidade federal que tenha realizado uma conferência LGBT”, destacou Abra Afra, doutora em Psicologia e professora da Faculdade de Comunicação.


HORIZONTE DE MUDANÇAS – A coordenadora de Diversidade Sexual (Codsex/DIV/DAC), Celia Selem, ressaltou que as discussões devem orientar políticas de atenção à diversidade e de direitos humanos na UnB. Em entrevista à Secretaria de Comunicação (Secom/UnB), ela adiantou novas medidas de acolhimento nos campi e a difusão do papel da diretoria. Confira:

A coordenadora de Diversidade Sexual da DIV, Celia Selem, lembrou que as discussões da conferência devem amparar a adoção de políticas de acolhimento à diversidade. Foto: Arquivo pessoal

 

Como espera que a conferência impacte na organização e nas demandas da comunidade LGBTQIA+ na UnB?

Esperamos que a conferência amplie o debate sobre as questões que afetam as vivências das pessoas LGBTQIA+ na Universidade e fortaleça as ações da comunidade universitária em prol dos direitos desse grupo. Ao final da conferência, temos um documento com as propostas retiradas nos grupos temáticos, que servirá para orientar a política de atenção à diversidade e de direitos humanos na UnB.

 

A conferência reuniu diversos segmentos da comunidade universitária. Essa coalizão de forças deve se estender mesmo depois do encerramento?

A DIV tem construído suas ações sempre buscando ouvir as demandas dos grupos por ela atendidos (mulheres, negros e negras, indígenas e LGBTQIA+), que integram a comunidade universitária. Esperamos que, após as muitas reuniões de construção da conferência, que promoveram muitos encontros em prol dos direitos das pessoas LGBTQIA+, essa união se amplie e conquiste maior visibilidade em torno do tema. Como exemplo, esperamos fortalecer as ações nos diversos campi e nas diversas unidades acadêmicas.

 

Como os resultados da Pesquisa de Percepção sobre a Diversidade, promovida pela DIV em setembro, impactam a realização do evento?

Identificamos que muitas pessoas da comunidade universitária não conhecem a DIV. Isso aponta para a necessidade de pensarmos ações de divulgação mais eficazes, de maior alcance a todos os segmentos da Universidade e a todos os campi.

 

Quais iniciativas norteiam a atuação da DIV para a promoção do respeito e da permanência de estudantes LGBTQIA+ na UnB de forma integrada?

Temos a Política de Direitos Humanos, a atuação junto à [Câmara de Assuntos Comunitários] CAC, os núcleos de pesquisa que atuam com as temáticas da DIV, o DCE, bem como as próprias diretorias vinculadas ao DAC, responsáveis por políticas de assistência estudantil e saúde, o vestibular indígena. A própria DIV tem programas que dialogam muito com essas políticas, como o Programa de Atenção à Diversidade (Padiv), o Afroatitude, os centros de referência para pessoas negras e indígenas. Recentemente foi criada a Câmara de Direitos Humanos, que pode ser mais um aliado nessa construção.

 

Quais medidas ou aprimoramento de ações em favor da comunidade LGBTQIA+ estão no horizonte da Universidade de Brasília?

A UnB tem avançado muito nos últimos anos no que diz respeito à promoção dos direitos das pessoas LGBTQIA+. No entanto, ainda temos muitos desafios nesse sentido. Podemos citar a expansão da DIV para os outros campi; a total adequação dos sistemas para a garantia integral do direito à livre expressão de gênero; a formação de servidores/trabalhadores para o respeito à diversidade; estimular a criação de cotas e a temática e autoria LGBTQIA+ nos currículos; dentre outras ações.

 

Confira a íntegra da abertura da Conferência:

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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