INCLUSÃO

Documento oferece opções de recursos tecnológicos para aprendizagem de estudantes com deficiência e/ou com necessidades educacionais específicas

O documento conta com uma versão na página do Cead, uma em PDF e um vídeo explicativo. Arte: Cead/UnB

 

Com o objetivo de fortalecer o direito da comunidade acadêmica à acessibilidade, a Universidade de Brasília disponibiliza o Guia de Orientações para a Promoção de Acessibilidade no Ensino Remoto, com direcionamentos para docentes que ministram aulas on-line. O intuito é indicar opções de ferramentas tecnológicas e oferecer orientações didático-pedagógicas para promover a acessibilidade em atividades de ensino, pesquisa e extensão. O material foi produzido pelo Centro de Educação a Distância (Cead) da UnB em parceria com a Diretoria de Acessibilidade do Decanato de Assuntos Comunitários (Daces/DAC). 

 

Lançado na quinta-feira (7), no canal do Cead no YouTube, o guia tem como ponto central a promoção da acessibilidade nas aulas remotas para pessoas com deficiência e/ou com demandas educacionais específicas. “Para a garantia da igualdade de direitos, é imprescindível que as diferenças sejam reconhecidas, e é nessa perspectiva que as ações de acessibilidade se desenvolvem”, frisa Sinara Zardo, diretora da Daces.

 

O guia visa apoiar toda a comunidade acadêmica a ofertar e desenvolver da melhor forma o ensino remoto acessível. O documento pode ser conferido de duas maneiras: no site do Cead, em que o interessado pode acessar, à esquerda da página, os menus que integram a publicação, e por arquivo em PDF, elaborado com a indexação de links que facilitam o uso na web. Um vídeo também foi produzido para explicar o uso do guia de forma didática. Outro recurso é uma playlist, disponível no canal do Cead no YouTube, com tutoriais de audiodescrição de slides, tabelas e pessoas, além da apresentação da usabilidade de softwares que podem dar suporte às aulas acessíveis.

 

“O nosso guia busca ser uma ferramenta para auxiliar o professor a refletir sobre a sua aula, o estudante e a melhor forma para contemplar suas especificidades e promover o aprendizado”, explica a diretora do Cead, Leticia Leite.

 

O movimento de produção do material teve início em outubro de 2020. O primeiro passo foi montar uma equipe de acessibilidade no Cead. Junto a outras instituições, foram realizadas buscas de iniciativas de produção de materiais e de orientações para docentes relacionados à acessibilidade.

 

Segundo Leticia Leite, a equipe encontrou levantamentos de grupos que necessitavam de apoio, mas não existiam ações na mesma proporção para atender às demandas identificadas. Na avaliação dela, a realidade da UnB se distingue à de outras instituições pelo fato de dispor da Daces. Hoje, 430 estudantes com algum tipo de deficiência estão cadastrados na diretoria.

 

Letícia acredita que a composição da equipe de acessibilidade do Cead e a criação do novo guia corrobora para fortalecer as iniciativas da Universidade na área. “São ações importantes para atender, e não só identificar a comunidade [que necessita de apoio]”, pontua. 

 

A reitora Márcia Abrahão destaca que o guia reforça o compromisso da Universidade, sobretudo junto àqueles que desejam ingressar na instituição, de se tornar cada vez mais acessível. “O guia de acessibilidade para o ensino remoto é fundamental para darmos condições de permanência e de sucesso para os nossos estudantes de graduação e pós-graduação, e também para a nossa comunidade de técnicos e docentes.”

 

“Nós acreditamos que o guia irá auxiliar não só a própria Universidade, mas a comunidade acadêmica em geral por todo o Brasil”, projeta Patrícia Tuxi, professora do Instituto de Letras (IL/UnB) e integrante da equipe de acessibilidade do Cead. 

 

Ileno Izídio, decano do DAC, lembra que a UnB já dispõe de uma Política de Acessibilidade. Ele ressalta que é oportuna a realização de ações como a de elaboração do guia e enfatiza a importância de que estas sejam promovidas pelos membros da comunidade acadêmica conjuntamente. “Esse guia inaugura toda uma sorte de construções conjuntas, das quais todas as unidades acadêmicas e administrativas devem contribuir, particularmente de forma colaborativa e parceira, e de relevância técnica para toda a comunidade”, salienta.

 

ORIENTAÇÕES – Além de listar recursos que auxiliam docentes no planejamento e na organização de aulas, o guia apresenta a conceituação das deficiências e as demandas educacionais particulares dos discentes – sejam eles cegos, surdos, com altas habilidades ou superdotação, transtorno do espectro autista (TEA), deficiência múltipla ou intelectual, surdocegos ou baixa visão.

 

Há orientações sobre o que fazer e também o que não fazer, por exemplo, digitalizar livros ou textos com rasuras, riscos, desfocados e até mesmo na diagonal, o que pode prejudicar a leitura do programa de acessibilidade que o estudante usa. 

 

É também mencionado aos professores como acessar o Portal do Docente no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) e obter informações de possíveis estudantes em sua turma que precisam de recursos acessíveis. A partir do parecer, com informações fornecidas do cadastro do discente junto à Daces, o docente saberá as necessidades do estudante. 

 

Guia oferece sugestões para eliminar as barreiras relacionadas à participação dos estudantes com deficiência no ensino remoto emergencial. Entre as orientações, está a forma adequada de digitalizar textos para uso desses discentes. Imagem: Reprodução

 

Assim, antes do início do semestre letivo, o professor já estará ciente de que precisa preparar aulas com recursos de acessibilidade. Dessa forma, também será possível articular com a Daces ações de suporte ao estudante, como programa de tutoria e adaptação de materiais acadêmicos.

 

No guia, o docente também encontrará direcionamentos de como descrever tabelas e gráficos. Outra preocupação é informar qual a melhor formatação de materiais para a leitura de discentes com baixa visão que utilizam leitor de telas. Também são detalhados como o professor pode acionar a Daces para disponibilizar material em braile ou áudio e solicitar a participação de um intérprete de libras em aula, além de outras orientações de funcionalidades, como a possibilidade de inserção de legendas em aulas síncronas e gravadas. 

 

CONCEPÇÃO – A demanda para produção do material surgiu de diálogo com estudantes atendidos pela Daces nas ações de acompanhamento acadêmico realizadas pela diretoria. Sinara Zardo cita que, durante as conferências de Assistência Estudantil da UnBUnB Promotora de Saúde, alguns discentes falaram sobre a necessidade de existirem orientações mais específicas aos docentes de como promover acessibilidade no ensino remoto.

 

Professores da instituição também estimularam a elaboração do guia. Alguns já haviam procurado a diretoria preocupados em como promover aulas acessíveis durante o ensino remoto emergencial com uso de recursos tecnológicos que poderiam facilitar a realização das atividades.

 

O guia foi consolidado a partir de pesquisa documental e escuta da comunidade acadêmica. A equipe de acessibilidade analisou os planos de desenvolvimento estudantil dos discentes cadastrados na Daces, nos quais consta a relação das especificidades de cada estudante e das demandas no quesito para as disciplinas que cursa.

 

“Esse guia contempla a acessibilidade numa perspectiva multidimensional, que vai desde a acessibilidade na comunicação, na informação, pedagógica, metodológica na produção do conteúdo e também atitudinal, que se refere às atitudes da turma e do professor em relação à especificidade do estudante”, destaca a diretora da Daces.

 

Sinara Zardo relata que o documento facilita as condições de aprendizagem desses discentes, “mas também de todos os estudantes, já que partimos da perspectiva de que quanto mais acessível for uma aula, maior é a possibilidade de contemplar os diferentes estilos e perfis de aprendizagem”. 

 

Pelo fato das inovações tecnológicas estarem em constante atualização, na live de lançamento, Patrícia Tuxi ressaltou que aqueles que desejam enviar feedbacks ou sugestões de novas ferramentas podem procurar a Daces. O contato com a diretoria pode ser feito pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. A ideia é que o guia seja alimentado constantemente. 

 

A Daces também tem a pretensão de ampliar o grupo de trabalho constituído para a questão. Por isso, convida docentes que atuam na temática a se tornarem parceiros da iniciativa em prol da Política de Acessibilidade e também da disseminação de práticas educacionais inclusivas a partir do guia. 

 

A equipe do Cead está finalizando um programa de formação que contará com diversas linhas de trabalho. Uma das temáticas a serem abordadas será a acessibilidade. Serão ofertados cursos, oficinas, lives, tutoriais e indicações de ferramentas, entre outras ações direcionadas à comunidade interna – discentes, docentes e técnicos – e externa à UnB. A iniciativa terá início no primeiro semestre letivo de 2022. 

 

Confira o vídeo explicativo sobre o guia:

 

*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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