CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO

Aula magna #InspiraUnB marca o início do 2º/2021 e acontece em 21 de janeiro, às 17h, com transmissão pelo canal da UnBTV no YouTube

Comunidade está convidada a participar do encontro virtual que inaugura o 2º/2021. Arte: Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

Após quase dois anos de pandemia, o segundo semestre letivo de 2021 da UnB marcará o retorno gradual das aulas presenciais. Como a maior parte das atividades de ensino continuará a acontecer de forma remota, a tradicional palestra de acolhimento aos calouros #InspiraUnB será on-line. A convidada especial da edição é Mercedes Bustamante, cientista da UnB, ecologista premiada, referência no bioma Cerrado e uma das maiores autoridades do país em mudanças climáticas. O evento será transmitido pelo YouTube da UnBTV, em 21 de janeiro, às 17h.

 

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Com a palestra A Ciência e o Nosso Futuro Comum, a professora visa destacar o papel da ciência e das universidades na construção de soluções para os desafios enfrentados pela sociedade. Ela acredita no potencial transformador da atuação dos jovens, de todas as áreas do conhecimento, na ciência. “São desafios que perpassam gerações e, por isso, o envolvimento e a visão de jovens é parte essencial do processo”, enfatiza Mercedes Bustamante.

 

Em abril de 2022 a UnB completa 60 anos. O evento #InspiraUnB reforça o slogan da campanha institucional da Universidade: atuante como sempre, necessária como nunca, que valoriza a trajetória da instituição e reforça a importância de prosseguir com a sua atuação em ensino, pesquisa, extensão – respeitando a ciência e visando um futuro promissor. “A ciência nos permite projetar futuros possíveis em função de nossas escolhas no presente”, avalia a ecologista. Confira a seguir a entrevista da convidada à Secretaria de Comunicação (Secom) da UnB:

 

Em 2022 comemoramos os 60 anos da UnB, o centenário de Darcy Ribeiro e também teremos as eleições. Como pretende inspirar os estudantes na abertura do semestre de um ano tão expressivo para a comunidade?

Os 60 anos da UnB e o centenário de Darcy Ribeiro são momentos emblemáticos para refletir sobre a história, as contribuições e o futuro de nossa Universidade. Também são espaços para pensar sobre a inserção das universidades, da ciência e da educação na nossa sociedade e nas transformações que são necessárias para enfrentar os desafios nacionais e globais. As eleições de 2022 podem representar um ponto de inflexão significativo para realinhar as políticas públicas com as agendas de sustentabilidade, redução das desigualdades e respeito aos direitos humanos e à diversidade social. Os jovens estão, no mundo todo, indicando claramente que querem mudanças e desejam participar das decisões que terão impactos duradouros sobre o seu futuro e o do planeta. A educação, o conhecimento, a ciência, são meios pelos quais podemos criar e avaliar alternativas de desenvolvimento que sejam inclusivas e que considerem os limites de nossos sistemas naturais. Para isso, todas as áreas do conhecimento serão fundamentais.

 

Levando em conta a sua bagagem em pesquisas na área de ecologia de ecossistemas, se a sociedade não despertar, o quanto antes, para a relevância do papel da ciência nas questões ambientais e também no combate à covid-19, qual será o nosso futuro comum?

A pandemia é um choque global que está entrando em seu terceiro ano. As mudanças ambientais já trazem impactos e devem seguir conosco por muito tempo. Tais eventos são correlacionados e mostram claramente que as respostas adequadas dependem não somente da melhor ciência disponível, mas também de uma consciência de coletividade e conectividade que já estava presente na proposição do Nosso futuro comum. Aproximar a ciência da sociedade significa aproximar os cientistas e as instituições de ciência de tecnologia da sociedade. Precisamos estabelecer uma comunicação clara e contínua e, ao mesmo tempo, aprimorar a educação científica em todos os níveis de ensino para que os processos associados à ciência sejam bem conhecidos e entendidos.

 

Nosso Futuro Comum (Our Common Future), ou Relatório Brundtland, é um documento de 1987 que popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável. Foi o resultado da final da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente criada em 1983 pela Assembleia Geral da ONU. O relatório leva o nome da presidente da comissão: Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega.

 

A UnB oferece várias oportunidades de produção científica, inclusive com a oferta de bolsas de estudo. Um exemplo dessas iniciativas é o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Pretende trazer luz e estimular os calouros quanto às chances de colaborar com a ciência do país? 

Sim, a Universidade oferece aos calouros múltiplas oportunidades para o engajamento em ciência, extensão e ensino. É também uma instituição onde é possível transitar em diferentes áreas do conhecimento, ampliar o repertório cultural e construir laços afetivos que, muitas vezes, perduram por toda a vida. A construção de pensamento crítico e o valor do respeito às diferenças são componentes críticos para a formação de bons cientistas, professores e outros profissionais.

 

Qual mensagem pretende deixar aos calouros e aos veteranos da Universidade de Brasília? 

Em termos globais, estamos em uma década decisiva para implementar ações que definirão a nossa qualidade de vida e a das futuras gerações. No Brasil, temos também a oportunidade de resgatar valores para a construção de um país melhor. Temos na nossa história vários momentos em que a mobilização de jovens nas universidades foi fundamental para implementar mudanças. Que esse seja o nosso momento presente também!

Mercedes Bustamante nasceu no Chile, fez sua carreira no Brasil e se dedica a estudos sobre o Cerrado. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

CONHEÇA MERCEDES – A ecologista Mercedes Maria da Cunha Bustamante é uma das principais referências no bioma Cerrado – trabalha com o tema há quase 30 anos. Nascida no Chile, formou-se em Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concluiu o mestrado na Universidade Federal de Viçosa e o doutorado na Universidade de Trier (Alemanha). É professora do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília.

 

A docente atua principalmente na área de ecologia de ecossistemas. Além do Cerrado, pesquisa temas relacionados a mudanças no uso da terra, biogeoquímica e mudanças ambientais globais. Desde 2018, integra a Academia Mundial de Ciências e em 2014 passou a fazer parte da Academia Brasileira de Ciências.

 

>> Em entrevista à revista Darcy, Mercedes Bustamante fala sobre desafios na preservação do bioma Cerrado

 

Em 2020, foi eleita bolsista honorária da Association of Tropical Biology and Conservation (ATCB). Em 2021, foi eleita membra da Academia de Ciências dos Estados Unidos (NAS) e entrou para a Earth League.

 

A influência acadêmica de Mercedes Bustamante é reforçada pela sua presença em rankings internacionais. Em 2021, ficou entre os cientistas de universidades mais citados da América Latina nos últimos cinco anos – repetindo o destaque obtido em 2020, em que esteve entre os pesquisadores mais citados do mundo. O reconhecimento das suas contribuições científicas também engloba prêmios, como o Verde das Américas e o Cláudia, na categoria Ciências, pelos seus estudos sobre o Cerrado. Em 2018, recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.

 

Foi ainda co-coordenadora do Grupo de Trabalho Mitigação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, responsável pela elaboração do relatório técnico sobre Mitigação de Mudanças Climáticas no Brasil, entre 2011 e 2014, e já trabalhou junto ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – na mesma área, estudando as possibilidades na redução de impactos.

 

*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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