PESQUISA-AÇÃO

Iniciativa faz parte do projeto da UnB Vida e água para Aris, lançado em 2020 com o objetivo de promover ações de combate à covid-19

A casa é resultado de projeto da UnB que favorece o acesso à água entre famílias em vulnerabilidade socioeconômica no DF. Foto: Analogicus/Pixabay

 

Foi inaugurada no Distrito Federal a primeira casa de acolhimento para famílias indígenas em emergência sanitária. Trata-se de um espaço comunitário de caráter associativo, provisório e emergencial, que deve auxiliar em ações de combate à covid-19. A casa foi aberta no início de dezembro, no território protegido do Recanto dos Encantados, em Sobradinho, área considerada de relevante interesse social indígena. Criada para atender famílias que estão sem água, a casa é fruto de iniciativa promovida pela Universidade de Brasília. Por meio de seu comitê gestor, é feita a mediação com o poder público e entidades que podem ajudar no fornecimento de água.

 

>> Relembre: Projeto entrega água a comunidade em situação de vulnerabilidade socioeconômica no DF

 

“Junto com a UnB e demais parceiros, estamos fazendo um ótimo trabalho em defesa da água e da humanidade. Água é vida”, comemora o líder indígena Júnior Xukurú, da Articulação dos Povos Originários Indígenas, durante a live de inauguração. Hoje, no DF, vivem aproximadamente 8 mil indígenas e, até o momento, 250 pessoas foram atendidas. Para a cerimônia, foi doado um filtro simbólico e 50 litros de água da Serrinha do Paranoá. A ideia é chamar a atenção para a necessidade de se preservar nascentes e córregos que abastecem o DF e para a importância da formação desta rede de solidariedade.

Cerimônia remota de inauguração da casa de acolhimento indígena no DF. Da esquerda para a direita: os coordenadores do projeto, Perci Coelho e Maria Luiza Pinho, e o líder indígena Júnior Xukurú. Imagem: Reprodução

 

Essa é a sétima casa aberta no âmbito do projeto Vida e água para Aris, lançado pela UnB para garantir a populações em vulnerabilidade social o acesso à água potável. Além dela, foi aberta, no mesmo dia, outra casa, na Escola Classe 66 do Sol Nascente.

 

A professora aposentada da Faculdade de Educação e coordenadora do projeto, Maria Luiza Pinho, aponta que a escola é uma importante base de ação social, pois professores conhecem de perto a realidade vivida por pais e alunos. “Simbolicamente casa, mas na verdade é o chão da escola. E é no chão da ação que a gente cresce e se transforma coletivamente”, diz. Cinco casas foram inauguradas anteriormente, a primeira delas, em meados de 2020, na Estrutural. As demais em Santa Maria, Sobradinho, Itapoã e Vale do Amanhecer.

 

O professor do Instituto de Ciências Humanas e também coordenador do projeto, Perci Coelho, destaca que a iniciativa atende comunidades historicamente excluídas que vivem na periferia e no Entorno do DF. “A depender do local onde você mora, a situação da covid é bem mais grave”, reitera. Segundo Perci, o projeto ajudou na aproximação e no fortalecimento dessas comunidades.

 

Em uma transmissão ao vivo no YouTube – conteúdo do projeto – , ele explica que o trabalho vai além da entrega de água e que se trata de uma rede que articula diferentes atores da academia, governo e sociedade. “É uma forma de dar voz a populações desassistidas e fortalecer a luta por uma vida mais digna”, resume.

Águas do núcleo rural Taquari, na Serrinha do Paranoá. A Serrinha abriga mais de cem nascentes que abastecem o Lago Paranoá na sua porção norte. Foto: Divulgação/@SerrinhaDoParanoá no Facebook

 

O PROJETO – Hoje, no DF, 200 mil pessoas que vivem em 39 áreas de relevante interesse social (Aris) não têm acesso à água potável, situação agravada pela pandemia de covid-19. Buscando soluções emergenciais, pesquisadores da Universidade de Brasília decidiram unir esforços e lançaram, em março de 2020, o projeto Vida e água para Aris em parceria com movimentos sociais e entidades da sociedade civil organizada.

 

Nesse contexto, dez comissões multidisciplinares foram criadas para tratar de diferentes temas, como saúde coletiva, política urbana e questões socioambientais. Após audiências, reivindicações das comunidades foram apresentadas na forma de abaixo-assinado ao poder público local, dando maior visibilidade ao problema.

 

Além disso, sete casas para ajudar a gerir ações emergenciais de combate à covid-19 já foram inauguradas em diferentes regiões do DF. Conhecimento gerado por diferentes áreas do saber, participação popular, diálogo com o poder público e ações sociais concretas definem o método de trabalho que o grupo chama de pesquisa-ação.

 

Os pesquisadores preveem ao final a criação de uma série histórica com dados multidimensionais por tema. Outro destaque é o uso do mapeamento participativo, que combina mapas georreferenciados com informação oferecida pela população, técnica considerada inovadora. Toda a experiência deve ser relatada em livro a ser publicado em 2022.

 

O projeto Vida e água para Aris é uma das iniciativas contempladas em edital lançado pelo Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), Decanato de Extensão (DEX) e Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de Combate à Covid-19 (Copei) com o objetivo de viabilizar ações de enfrentamento à pandemia.

 

FUNDO DE DOAÇÃO – Para viabilizar o financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação da Universidade com foco no combate à covid-19, a instituição criou, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo para arrecadar doações. Pessoas e empresas do Brasil e do exterior podem destinar recursos para as iniciativas ao acessar a página www.doe.unb.br.

 

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