A FORÇA DO ESPORTE

Parceria entre servidores, estudantes, egressos e comunidade externa possibilita a volta dos tradicionais esportes de canoa e caiaque no Lago Paranoá

A retomada da canoagem atraiu estudantes de graduação e pós, docentes e comunidade externa, que encontraram no esporte benefícios para saúde física e mental. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília tem um histórico positivo na facilitação de práticas esportivas com canoa e caiaque no Lago Paranoá. Para reacender essa chama e reativar atividades paralisadas desde 2016 por cortes financeiros e saída de apoiadores, o Centro Olímpico (CO), a Faculdade de Educação Física (FEF), a Diretoria de Esportes e Atividades Comunitárias (Deac/DAC), e a professora voluntária e campeã sul-americana de velocidade oceânica Fernanda Rachid firmaram uma parceria.

 

A retomada tem acontecido em três frentes principais: o projeto de extensão Caiaque Comunitário; o projeto Canoagem na UnB, em parceria com a Escola Fernanda Rachid; e a disciplina Prática Desportiva, ofertada regularmente pela FEF aos estudantes da UnB. E está prevista ainda para este ano a reativação do Clube de Canoagem.

 

RETOMADA E REVITALIZAÇÃO – O movimento ressurgiu após uma provocação de Fernanda Rachid, mestre em Educação Ambiental e Ecologia Humana pela UnB. Ela veio à Universidade ministrar uma palestra e resgatou o histórico da canoagem, convocando estudantes à reocupação do galpão. “Nos últimos seis meses temos feito esse esforço coletivo para reocupar e, principalmente, revitalizar esse local. Eu oferecendo aulas e liderando a reforma com o apoio do CO, a Deac retomando o Caiaque Comunitário e a disciplina de práticas esportivas via FEF”, explica.

 

Uma das primeiras ações para a revitalização foi a reforma do espaço físico e dos equipamentos da canoagem na FEF, próximo a orla do Lago Paranoá. No primeiro dia de abril, cerca de 25 participantes, entre estudantes, professores e comunidade externa, participaram do primeiro mutirão de reocupação do espaço. Houve a limpeza e pintura do galpão, além da reforma de quatro caiaques. Outra iniciativa em curso e aberta a contribuições é a rifa solidária, que visa arrecadar fundos para a compra de materiais do Galpão dos Caiaques, a continuidade da reforma dos equipamentos e outros serviços, como a reforma dos banheiros.

“Estamos nessa reforma do espaço conhecido como Galpão dos Caiaques, ou, a Prainha da UnB. E mesmo com uma infraestrutura ainda carecendo de vários cuidados, foram retomadas as atividades de canoagem, dando início a um novo ciclo”, destaca Fernanda. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

“Nessa retomada da canoagem na Universidade temos como princípio trabalhar colaborativamente e em rede para trocar experiências. É um movimento espontâneo e orgânico que supre a falta de técnicos esportivos específicos para trabalhar essa modalidade dentro da instituição”, ressalta a professora Cláudia Maria Goulart, diretora do Deac.

 

Para o Centro Olímpico (CO), essa revitalização é parte de uma tentativa de retomar espaços que passaram por muitos anos de abandono e falta de reestruturação. Além do apoio interno e da busca por reestruturação dentro da própria Universidade, há uma busca por parcerias com a comunidade interna e externa para promover atividades e ocupação dessas estruturas. “Nesse sentido, a atividade de revitalização representa a união entre a comunidade que tem interesse e a gestão do Centro Olímpico. Ou seja, é algo voluntário e comunitário, mas que tem a atuação da instituição também”, explica o diretor do CO, Victor Lage.

 

Essas ações conjuntas são feitas como medidas de curto prazo e imediatas. Porém, o processo em busca de investimentos maiores já foi iniciado. “Nós demos início às tratativas que irão envolver projetos junto a Secretaria de Infraestrutura, esse são planos que envolvem outros setores e uma burocracia própria da Universidade, que deve ser seguida”, completa o professor.

 

FORÇA HISTÓRICA – A prática de canoagem na UnB remete a década de 1980, especificamente em 1987, com a entrada dos primeiros estudantes e praticantes da modalidade. O Centro Olímpico sediou campeonatos locais e internacionais e democratizou o acesso às águas do Lago Paranoá, com oportunidades para uso da comunidade interna e externa. No mesmo ano, foi criado o Clube Universitário de Canoagem (Cuca), com a aquisição dos primeiros equipamentos. Em 1992, foram adquiridos os primeiros caiaques olímpicos, e em 1994, foi criada a disciplina Metodologia para a prática de canoagem.

Ainda dá tempo de se juntar à comunidade que agitou a retomada da canoagem na UnB. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Em 1996, a Faculdade de Educação Física (FEF) incluiu a canoagem no programa de atividades desportivas oferecidas à comunidade e deu início às equipes de caiaque polo. Em 2002, os equipamentos de canoagem serviram como atividades complementares para a turma de paratletismo. Já em 2005, teve início a oferta da disciplina Prática Desportiva para os estudantes. Em 2009, foi retomado o Caiaque Comunitário, que ficou alguns anos suspenso. Em 2015, cortes nos recursos afetaram bolsistas e estagiários ligados ao projeto do caiaque. Em 2016, foram encerradas as atividades do caiaque comunitário, seguido pelo fim do Cuca nos anos seguintes.

 

“A Universidade já foi palco de campeonatos sul-americanos na modalidade de caiaque e polo, já tivemos atletas na seleção brasileira, outros atletas recentes, oriundos também desse período de 2013, que estão na paracanoagem. Os novos atletas de Brasília surgiram a partir do movimento da canoagem na UnB, em sua maioria”, ressalta Fernanda Rachid.

 

COMO PARTICIPAR – Estudantes interessados podem se inscrever na disciplina de Prática Desportiva por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). Já as práticas de canoagem com a atleta Fernanda Rachid, acontecem às terças e quintas-feiras, ao longo do dia. Os interessados podem entrar em contato por meio do telefone (61) 9 9967 4507.

 

Fotos: Luis Gustavo Prado

 

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