DIVERSIDADE

Com atividades até sexta-feira (14), ação promove espaço de inclusão e debate sobre demandas da comunidade neurodivergente

Semana da Visibilidade Autista propicia aprendizado para toda a comunidade acadêmica. Primeiro dia de atividades ofereceu Oficina de Ensino Inclusivo, com a coordenadora do Núcleo de Autismo e Neurodiversidade, Yvanna Sarmento (acima). Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Abril é considerado o mês da inclusão autista, e o 2 de abril foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em alusão à data, o Núcleo de Autismo e Neurodiversidade da Universidade de Brasília (UnB), vinculado ao Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (Caep), realiza a Semana da Visibilidade Autista.

 

Com programação até 14 de abril, a atividade tem o intuito de debater e construir uma Universidade mais inclusiva para pessoas neurodivergentes – entre elas, pessoas com transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), altas habilidades ou superdotação (AH/SD), discalculia, dislexia, hiperlexia, dispraxia e síndrome de Tourette.

 

Sob o tema Rumo a um mundo neuro-inclusivo para todes, a ação é realizada em parceria com a Diretoria de Acessibilidade (Daces), a Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH).

Os estudantes Júlia Valle e Talles de Oliveira (acima) são integrantes do Núcleo de Autismo e Neurodiversidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

ENTENDER AS NECESSIDADES – Durante a abertura da Semana da Visibilidade Autista, houve apresentação das atividades do Núcleo de Autismo e Neurodiversidade e discussão sobre as demandas de inclusão no ensino superior. Júlia Valle, estudante de Psicologia e uma das integrantes da iniciativa, lembrou o contexto de surgimento do projeto, após a retomada das atividades presenciais na Universidade com o declínio da pandemia de covid-19. O Núcleo foi concebido por estudantes e profissionais de psicologia para oferecer apoio nas reivindicações da comunidade neurodivergente da UnB.

 

"Percebemos que seria muito bom ter uma equipe que notasse as necessidades desse grupo dentro da UnB e decidimos criar o Núcleo de Neurodiversidade. As primeiras ações foram um piquenique, no semestre passado, para estreitar laços com essa comunidade e a primeira edição da Oficina de Ensino Inclusivo, que estamos repetindo esse ano ”, explicou.

 

Atualmente, além de oferecer um espaço de apoio e interação para pessoas autistas e neurodiversas na Universidade, o Núcleo realiza atendimento psicológico para a comunidade externa, orientação psicológica para professores da Universidade e arrecadação de fundos financeiros para que estudantes atendidos pela iniciativa tenham acesso ao diagnóstico para sua condição.

 

“Esse é um ponto extremamente necessário e uma das grandes barreiras para acesso a direitos. Atualmente no Brasil, não temos ferramentas específicas para diagnósticos de adultos, e profissionais especializados que são capazes de realizar essa conclusão sem uma ferramenta específica são extremamente caros”, esclareceu Júlia.

 

Talles de Oliveira é aluno de Letras e também um dos participantes do Núcleo. Ele ressaltou a importância de ter espaço de fala na Universidade. “Quero salientar que o nosso objetivo é que toda condição humana seja pensada levando em conta sua pluralidade e singularidade. Para que possamos criar um espaço sem discriminação e qualquer tipo de capacitismo na Universidade. Nós, alunos atípicos, queremos criar um diálogo entre os corpos discente e docente e os servidores para entenderem que a nossa vivência é importante e que podemos ocupar esse espaço com a nossa visão da experiência do ensino superior.”

 

Entre as principais necessidades destacadas pelos discentes neurodivergentes para assegurar a inclusão no ambiente acadêmico estão concessão de mais tempo de prova para este público, a divulgação do cronograma da disciplina no início do semestre, o que nem sempre acontece, e também o entendimento de que cada aluno é diverso e precisa ter essas diferenças respeitadas.

 

CONFIRA – A Semana da Visibilidade Autista segue até sexta-feira (14). Aos interessados em participar, na quinta-feira (13), às 10h, haverá uma roda de conversa sobre Autismo e Gênero, no anfiteatro 10. E na sexta-feira (14), às 12h, ocorre o já tradicional Piquenique Neurodiverso, próximo à Biblioteca Central da UnB (BCE). Para fechar a programação, o Happy Hour Neurodiverso traz apresentação da Banda Good Time, cujos componentes são todos autistas, também na sexta (14), às 16h, no anfiteatro 10. A participação é aberta a toda a comunidade, sem necessidade de inscrição prévia.

 

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