INOVAÇÃO

Parceria consolida cooperação entre as duas instituições públicas e fortalece modelo de negócios em que há transferência de tecnologia para o setor produtivo

Acordo entre UnB, Embrapa e Krilltech prevê divisão dos royalties dos produtos comercializados pela startup entre as instituições públicas. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

A Universidade de Brasília, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a startup Krilltech assinaram, nesta quarta-feira (27), acordo de propriedade intelectual e divisão de titularidade da arbolina. O princípio ativo, desenvolvido desde 2018 pela UnB e a Embrapa, já deu origem a nanoprodutos de ação bioestimulante e biofertilizante que melhoram o desempenho das lavouras sem gerar resíduos tóxicos. Pelo acordo firmado, a startup terá o direito de comercialização dos produtos e os royalties serão divididos entre as duas instituições públicas, detentoras da patente. 

 

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A equipe multidisciplinar de pesquisa que sintetizou e testou o produto, de origem natural, obteve resultados significativos no aumento da eficiência hídrica e na produtividade de diversas culturas. Para os cultivos de tomate e soja o incremento foi de cerca de 20%, chegando a 33% para o feijão. O bioproduto é metabolizado pela planta, não se acumulando no ambiente. Também pode ser associado a outros produtos, reduzindo custos. As vendas terão início após concessão, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do registro da arbolina como biofertilizante.

 

Durante a cerimônia que marcou a assinatura do acordo, a reitora Márcia Abrahão lembrou das mudanças feitas na Universidade para favorecer o ambiente de inovação. "Quando assumimos a gestão, há quatro anos, a cooperação estava bem prejudicada. Reestruturamos várias áreas, criamos o DPI [Decanato de Pesquisa e Inovação] e isso mostra a direção que quisemos dar", disse. "Para a UnB, este momento de celebração é muito importante, pois é resultado de todo esse esforço e do envolvimento de nossas equipes técnicas nas tratativas", acrescentou.

 

A gestora também destacou a importância da ciência básica para todo o processo e defendeu a destinação de recursos públicos para o financiamento da pesquisa. "Sem investimento permanente em ciência e tecnologia, não vamos resolver nossos problemas."

 

“Sem ciência, as sociedades perecem”, endossou o presidente da Embrapa, Celso Moretti, citando a recente participação brasileira no desenvolvimento da vacina contra a covid-19. Ao falar do impacto do acordo, o dirigente destacou a possibilidade de, com tecnologias como a da arbolina, o Brasil reduzir a dependência da importação de insumos e fertilizantes. Um dos caminhos, defende, são as parcerias com o setor privado, “desse modo seguiremos alimentando boa parte da população global.”

 

O produto foi sintetizado por docentes e estudantes do Instituto de Química (IQ) da UnB e os testes de eficiência, fisiologia vegetal e produtividade, realizados pela Embrapa. Para o coordenador da pesquisa, o professor do IQ Marcelo Rodrigues, parcerias como essa "vão permitir o desenvolvimento de novas tecnologias e impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país”. Também presente no evento, o diretor do Instituto, Marcos Juliano Prauchner, mencionou o quanto o acordo gera retornos positivos para a Universidade, com a criação de estágios, bolsas para estudantes e consequente impacto positivo na pós-graduação.

 

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RESULTADO – A decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, avaliou que a parceria reflete, também, os esforços da UnB para melhorar a integração com o setor produtivo. "Demonstra, ainda, a força que a UnB, as universidades públicas em geral e os institutos de pesquisa como a Embrapa têm no enfrentamento dos problemas nacionais – neste caso, a produção sustentável de alimentos", frisou. Algo semelhante foi apontado pela diretora do Parque Científico e Tecnológico (PCTec/UnB), Renata Aquino, que mencionou o edital aberto para ocupação do PCTec por empresas de base tecnológica.

 

A Krilltech, startup que faz parte do acordo e que vai comercializar a arbolina, foi criada a partir da pesquisa feita pela UnB e pela Embrapa. O diretor de Tecnologia da empresa, Atailson Oliveira da Silva, falou do cuidado na produção em larga escala sem a perda das propriedades do princípio ativo e do êxito conseguido até aqui. "Fizemos um estudo com dados de 2020 e ficou claro o quanto o uso da arbolina pode impactar significativamente as exportações, com resultados no PIB brasileiro", contou. "Esperamos que este seja o início de uma longa e duradoura parceria."

 

Confira como foi a solenidade de assinatura: 

 

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