ESPECIAL 2 ANOS

Segunda reportagem da série especial sobre o último biênio aborda como a Universidade lidou com a pandemia e buscou aprimorar a infraestrutura, com transparência nas ações

No ICC, as áreas que dão acesso aos banheiros são monitoradas por câmeras de seguranças, assim como as paradas de ônibus do campus Darcy Ribeiro. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB


A gestão da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva à frente da Universidade de Brasília (UnB) chega à metade do segundo mandato marcada por medidas estratégicas para garantir administração efetiva, com cuidado, humanidade, modernização e aprimoramentos contínuos. Tudo isso em meio a tempos desafiadores para as universidades públicas, sobretudo frente aos desafios impostos pela pandemia e pelos cortes no orçamento dessas instituições.

<< Confira a primeira reportagem da série, que traz um panorama de uma instituição mais democrática e inovadora

A UnB procurou agir de forma exemplar no combate à covid-19, mantendo o funcionamento da instituição, sobretudo desenvolvendo pesquisas e cuidando da comunidade. Com cortes constantes no orçamento, a Universidade fez os ajustes possível para seguir adiante sem parar, sem prejudicar estudantes e pesquisadores.

Houve resultados importantes em áreas como a infraestrutura, com 20 obras licitadas, 14 concluídas e 10 em andamento. Na segurança, destaca-se o aprimoramento de protocolos e ações, além da instalação de novas tecnologias.

A sustentabilidade também recebeu atenção especial neste biênio, culminando, entre outras ações, na autossuficiência energética da Faculdade do Gama (FGA), em 2021, que gera economia de R$ 423 mil por ano.

Instituição focou no planejamento das ações de cuidado e de enfrentamento à pandemia. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB


CUIDADO —
Antes mesmo de o coronavírus chegar ao país, pesquisadores da UnB acompanhavam o aparecimento dos primeiros casos da doença e o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) instituiu o Comitê Gestor do Plano de Contingência em Saúde da Covid-19 (Coes).

Em março de 2020, com a covid-19 instalada no Brasil, esse comitê, responsável por prestar informações à administração relacionadas ao avanço da pandemia e auxiliar no planejamento de ações de cuidado, passou para a gestão direta da reitora.

O grupo elaborou o Guia de Recomendações de Biossegurança para prevenção e controle do Sars-CoV-2 e assessorou a Administração Superior da UnB em todas as medidas internas de enfrentamento da pandemia.

Foi criada, ainda, uma estrutura para auxiliar no monitoramento das condições de saúde de estudantes, docentes e técnicos: a Coordenação de Assistência e Vigilância em Saúde da Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Coavs/Dasu).

Para planejar ações institucionais de retorno das atividades presenciais, o Comitê de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar) foi responsável pela formulação do Plano Geral de Retomada de Atividades, documento com medidas a serem adotadas de acordo com o cenário epidemiológico do Distrito Federal, e pela coordenação de todas as ações para o retorno às atividades presenciais na instituição.

Durante a pandemia de Covid-19, a UnB garantiu o funcionamento de todas as atividades, ainda que de forma remota. O retorno presencial se deu de forma gradual e segura. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB


MODERNIZAÇÃO —
 Em agosto deste ano, o Conselho de Administração (CAD) transformou o Comitê Consultivo Permanente de Infraestrutura, criado em 2021, em Comissão Consultiva Permanente de Infraestrutura. O colegiado passa a auxiliar o conselho e a reitora em diferentes aspectos da gestão da infraestrutura da UnB.

Em 2021, foi iniciada a construção de um espaço para o Instituto de Artes, próximo ao Beijódromo e ao prédio da Reitoria. São mais de 5 mil metros quadrados com auditório, laboratórios, ateliês e salas para aulas, orientações, reuniões e coordenação. 

Em 2022, a UnB entregou uma Unidade de Ensino e Pesquisa para a Faculdade de Ceilândia (FCE) que possui 2,227 mil metros quadrados, com 15 laboratórios. O investimento foi de R$ 8,028 milhões.

A gestão também resgatou uma pendência de mais de uma década com o Distrito Federal: a construção do Centro de Biotecnologia Molecular (C-Biotech), que fará parte do Parque Científico e Tecnológico (PCTec) da UnB.

<< Imagens de obras e reformas do último biênio


REFORMAS — 
Em 2022, a reitora assinou o contrato de melhorias do Centro Olímpico (CO) da UnB. A partir de julho de 2023, a comunidade da UnB e do Distrito Federal vai contar com equipamento esportivo projetado nos mesmos parâmetros dos estabelecidos nos Jogos Olímpicos de Tóquio. 

O maior auditório da Faculdade de Planaltina (FUP), Augusto Boal, ganhou um sistema de climatização. O local é palco de festivais de cinema das escolas públicas de Planaltina, mostras teatrais e audiovisuais, formaturas, reuniões e eventos científicos. 

O Módulo 9 do Instituto de Física (IF) passou por reforma completa para se transformar em espaço laboratorial que vai beneficiar mais de 500 estudantes dos cursos de bacharelado e licenciatura.

O Instituto de Ciências Humanas (ICH) ganhou o seu primeiro auditório, com capacidade para 88 pessoas. Também foram entregues a reestruturação do Programa de Pós-Graduação em História e outras salas de aula e de estudo.

Ainda nesse ano, por Ato da Reitoria, a UnB constituiu uma comissão para construir proposta de atualização do Plano Diretor do campus Darcy Ribeiro. Até o momento, a equipe já elaborou edital que norteará as ações; definiu eixos temáticos para o processo de reavaliação do Plano, com a presença de docentes e estudantes; construiu um formulário de consulta pública para participação da comunidade; e realizou levantamentos a respeito de cada eixo.

<< Imagens de obras e reformas do último biênio


SUSTENTÁVEL — Em 2019, a reitora criou a Secretaria de Meio Ambiente da Universidade para que a sustentabilidade e o uso racional dos recursos sejam uma meta contínua. No último biênio, a UnB deu grandes passos rumo a esse objetivo. Com o alcance da autossuficiência energética da FGA, a UnB passou a ter um dos maiores parques de usinas fotovoltaicas entre as universidades federais. São 12 usinas em operação, gerando economia de aproximadamente R$ 960 mil ao ano. Até o momento, mais de R$ 4 milhões foram investidos em usinas fotovoltaicas nos quatro campi

Em 2021, a UnB recebeu do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) atestado de compensação florestal. Isso significa que o desmatamento provocado pelas construções dos campi de Planaltina, Gama e Ceilândia e de obras no campus Darcy Ribeiro foram devidamente quitados pela Universidade ao destinar quase 25%, dos aproximadamente 4.340 hectares da Fazenda Água Limpa (FAL), para preservação permanente. O feito encerrou uma dívida da UnB com o meio ambiente e evitou o seu pagamento em dinheiro.

SEGURANÇA — A segurança da comunidade acadêmica é outra pauta prioritária para a gestão. Pensando nisso, a reitora criou, em 2017, o Comitê Consultivo Permanente para a Gestão de Segurança da UnB, que segue atuante. 

Em 2022, os documentos e os Procedimentos de Operação Padrão (POPs), elaborados pelo Comitê desde 2017, foram consolidados no Manual de Procedimentos de Segurança para os quatro campi. O documento orienta o trabalho de seguranças fixos, volantes e motorizados e de atividades de videomonitoramento, além de ser usado como guia de campanhas de comunicação para a comunidade. Dando continuidade às ações de capacitação de vigilantes e porteiros, a UnB treinou 200 vigilantes.

Entre as diversas medidas de segurança que foram implementadas nos últimos dois anos, estão a adoção de cadeiras de observação em estacionamentos, ampliação do número de câmeras de videomonitoramento, revisão de iluminação interna e externa, podas de árvores, aumento das rondas motorizadas, aperfeiçoamento dos corredores de segurança e fortalecimento das ações de comunicação.

Quadro lista as principais ações da UnB na área de segurança no último biênio. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB


TRANSPARÊNCIA —
 Na intenção de tornar a UnB mais democrática, a gestão preza pela transparência. Para isso, a UnB conta com a atuação da Auditoria Interna (AUD). O trabalho da unidade contribui em diferentes demandas da instituição, como assessoramento, consultorias, monitoramento das demandas do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) e avaliação dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de controles internos da UnB. Ela oferece suporte à administração e auxilia gestores no alcance de metas, identificando pontos de melhoria e contribuindo com a elaboração de planos de ação. 

A AUD fortaleceu suas práticas de monitoramento, atuando de forma próxima às unidades e prestando orientações e esclarecimentos técnicos sempre que demandada. As recomendações de melhorias pendentes passaram, portanto, a ser acompanhadas, a fim de realizar seu atendimento.

Outra ação de garantia de qualidade e transparência é o preparativo para a implementação do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que será vigente pelo período de 2023 a 2028. Seguindo com a missão democrática e reconhecido pelo TCU como “boa prática”, o documento que consolida o planejamento da Universidade em seus diversos eixos de atuação – como ensino, pesquisa, extensão, gestão, inovação e responsabilidade social – está sendo elaborado com a participação da comunidade interna e externa da UnB por meio de consulta pública.

Além disso, a gestão atingiu objetivos estratégicos que envolvem a criação de novos canais de comunicação com as unidades; a elaboração da primeira política de governança de aquisições e contratações; a simplificação do fluxo e instrução dos pagamentos, com impacto nos indicadores acadêmicos; e as novas normas de gestão de patrimônio, que incluíram a produção de Manuais e Tutoriais, dinamizando a comunicação institucional.

Auditoria Interna trabalha no assessoramento e monitoramento das demandas do Tribunal de Contas e da Controladoria-Geral da União. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB


MELHORIAS CONTÍNUAS —
 A gestão de Márcia Abrahão e Enrique Huelva também foi marcada por diversos aprimoramentos que modernizam e desburocratizam processos. Em 2018, a UnB implementou os Sistemas Institucionais Integrados de Gestão (SIG-UnB), pacote de ferramentas que unificou os sistemas internos de gestão e deu mais velocidade e padronização às operações administrativas. 

A partir de melhorias realizadas no SIG nos últimos dois anos, a ferramenta se adaptou por completo às necessidades da Universidade. Ele permitiu a gestão de oferta de matrículas de forma remota, fator importante durante a pandemia, pois somente assim os semestres letivos puderam ser realizados no período.

Em 2022, os estudantes dos cursos de pós-graduação stricto sensu da UnB passaram a utilizar o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) para matrícula, obtenção de menções e de certificados, assim como era feito desde 2020 nos cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu da UnB. O Sistema de Pós-Graduação (SIPPOS), que era utilizado até então, foi descontinuado.

Modernização de processos e fluxos marcaram as ações administrativas nos últimos anos. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB
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