A Universidade de Brasília entregou, nesta quarta-feira (12), a obra de recuperação estrutural da fachada da Biblioteca Central (BCE). O prédio, projetado pelo arquiteto José Galbinski e inaugurado em 1973, passou por sua primeira grande reforma desde a construção – uma intervenção que uniu conservação arquitetônica, segurança e acessibilidade.
A reitora Rozana Naves ressaltou a relevância simbólica e acadêmica da BCE, pontuando seu papel como um dos principais equipamentos educacionais da Universidade. Em seu discurso, ela enfatizou o caráter histórico da obra e o significado da biblioteca como espaço de convivência, produção de conhecimento e integração com a cidade.
“Falar da biblioteca é falar de história, de memória e de conhecimento. Ela tem uma profunda integração com a vida acadêmica e estudantil, com os projetos que desenvolve e com a preservação do nosso acervo, físico e digital. É um espaço de permanência, de inclusão e de sustentabilidade que simboliza a própria missão da UnB”, afirmou.
A obra foi viabilizada por meio de um convênio firmado em 2021 entre a UnB e a Embaixada dos Emirados Árabes Unidos. Com investimento de cerca de R$ 10 milhões, doados pela embaixada, os trabalhos começaram em fevereiro de 2024 e foram concluídos em julho deste ano. O evento de entrega contou com a presença do embaixador dos Emirados Árabes Unidos, Sharif Essa Mohammed Al Dabboos Al Suwaidi, reforçando a dimensão diplomática e cooperativa do projeto, que contribui diretamente para o aprimoramento da infraestrutura universitária e para o bem-estar da comunidade acadêmica.
A diretora da Biblioteca Central, Maria do Socorro Neri, enfatizou que valorizar espaços públicos, especialmente bibliotecas, é reconhecer sua função essencial na promoção do conhecimento, da inclusão e do acesso gratuito à informação. “A BCE recebe, em média, duas mil pessoas por dia, sendo uma das áreas de maior circulação dentro do campus. Funcionando 24 horas por dia de segunda a sexta-feira e em regime de plantão aos sábados, domingos e feriados, a biblioteca acolhe todos os seus usuários com dedicação e compromisso”, disse.
O vice-reitor Márcio Muniz explicou que a intervenção foi ampla e criteriosa, voltada tanto à preservação estrutural quanto à ampliação da acessibilidade. “A biblioteca passou por uma recuperação estrutural profunda, com requalificação de lajes, restauração da fachada, impermeabilização e instalação de uma plataforma elevatória. Tudo isso reafirma o nosso compromisso com a acessibilidade, a inclusão e o direito de todos ao acesso ao conhecimento e aos espaços públicos.”
Durante o processo, foram executadas a recuperação estrutural e a impermeabilização da fachada, além da instalação de uma plataforma elevatória para ampliar o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. As intervenções corrigiram falhas e danos acumulados ao longo de cinco décadas, garantindo a segurança do edifício e a preservação do acervo da BCE.
As melhorias também resultaram na revitalização visual. A fachada, exemplo do estilo brutalista característico da UnB, foi restaurada com cuidado para preservar suas linhas originais e sua imponência arquitetônica. O resultado é um espaço renovado, que combina modernidade e respeito à história da instituição.
O secretário de Infraestrutura da UnB, João Victor Cavalcante Barros, também ressaltou a relevância técnica e simbólica da recuperação da fachada, considerada a maior intervenção desde a inauguração do prédio, em 1973. "Foram recuperados mais de 17 mil metros lineares de fissuras e impermeabilizados mais de 4 mil metros quadrados”, detalhou.