UnB EM AÇÃO

Parte de iniciativa internacional, estudo permitirá comparar dados sobre desafios e estratégias de enfrentamento à pandemia em diferentes países

A identificação dos desafios cotidianos e das estratégias da população para lidar com a pandemia contribuirá para a elaboração de iniciativas de promoção à saúde mental no atual contexto. Foto: Lúcio Bernando Jr./Agência Brasília

 

Pesquisadores do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de Brasília estão à frente de um estudo para investigar os impactos sociais, econômicos, culturais e psicológicos da pandemia de covid-19 no Brasil. Denominada Bem-estar e coping durante a pandemia de covid-19 no Brasil, a pesquisa integra uma iniciativa internacional, conduzida em paralelo nos Estados Unidos e em 11 países europeus, para levantamento de informações no tema. Um dos objetivos é contribuir para a elaboração de estratégias que visem à promoção da saúde mental no atual cenário.

 

Os mesmos instrumentos de avaliação serão utilizados em todos os países participantes, o que permitirá, a partir dos resultados obtidos, comparar o impacto da covid-19 em diferentes contextos. No Brasil, a pesquisa é coordenada por Isabela Machado, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura (PPGPsiCC) da UnB, que foi convidada por uma professora da University of Minnesota, nos Estados Unidos, para compor o grupo responsável pelo projeto internacional.

 

“Pretendemos compreender como essas diferentes populações têm respondido aos impactos da pandemia de covid-19, considerando as diferenças socioculturais envolvidas. Esperamos que os resultados obtidos por este estudo contribuam para o desenvolvimento de iniciativas voltadas à promoção da saúde mental e à prevenção de agravos neste contexto de pandemia”, destaca Isabela Machado.

 

Em nível nacional, a meta é alcançar 2 mil respondentes, que residam no país e sejam maiores de 18 anos, a partir da aplicação de questionário on-line, com tempo estimado de 45 minutos para resposta. O formulário ficará disponível até o dia 31 de março.

A professora Isabela Machado coordena pesquisa no Brasil. Questionários também estão sendo aplicados em outros 12 países para comparação de dados. Foto: Arquivo pessoal

 

Os pesquisadores pretendem saber qual é a prevalência de reações adversas na pandemia de covid-19 no Brasil; quais são os processos de proteção e risco à saúde mental, incluindo estratégias de coping (enfrentamento), no que se refere a eventos negativos vivenciados durante a pandemia; se há influência dos fatores psicossociais e culturais na crise sanitária; e avaliar as semelhanças e diferenças entre Brasil, Estados Unidos e países europeus, em relação aos impactos da pandemia.

 

>> Acesse aqui o questionário da pesquisa

 

ESPERADO – Na perspectiva da psicologia, coping refere-se à maneira como as pessoas lidam com as dificuldades que surgem, ou seja, às estratégias utilizadas para enfrentamento às adversidades. Com base no conceito, a professora Isabela Machado destaca que a pesquisa quer entender as estratégias empregadas pelas pessoas para lidar com os desafios apresentados pela pandemia de covid-19, bem como a relação existente entre esses mecanismos e os níveis de bem-estar.

 

Ela frisa que, tendo em vista estudos anteriores, a hipótese do grupo envolvido na pesquisa é que as estratégias utilizadas e os níveis de bem-estar da população têm, de fato, relação com o contexto sociocultural, em que estão incluídos fatores como nacionalidade, sexo, gênero, orientação sexual, etnia, nível socioeconômico, entre outros.

 

“Se essas hipóteses se confirmarem, será possível investir em iniciativas voltadas à promoção de estratégias relacionadas a maiores níveis de bem-estar e, consequentemente, à redução daquelas relacionadas a menores níveis”, completa a docente.

 

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