GESTÃO 2016/2020

Para o diretor Fernando Leite, reorganização de estruturas físicas e ampliação do acervo digital também merecem destaque na gestão

 

Para abordar os desafios e as perspectivas de diferentes unidades acadêmicas e administrativas, a Secretaria de Comunicação entrevista gestores da Universidade de Brasília. Padronizar fluxos e investir em ambientes digitais integram a proposta do diretor da Biblioteca Central, Fernando Leite.

 

Fernando Leite é o diretor da BCE para a gestão 2016/2020. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Lugar onde circulam aproximadamente 3,8 mil pessoas por dia, a Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE) disponibilizou, somente em empréstimos domiciliares, 350 mil livros no ano passado. Atualmente, o acervo soma 400 títulos de periódicos, distribuídos em 6,6 mil volumes impressos. Para livros, a quantidade é de 3,6 mil títulos e 5,2 mil exemplares. Há ainda a oferta de outros tipos de materiais, como os disponibilizados em ambiente digital. Além dos números, o espaço é local para estudo, para produção de ensino, pesquisa e conhecimento e para integração de alunos, docentes, técnicos administrativos e comunidade do Distrito Federal.

 

Doutor e mestre em Ciência da Informação e graduado em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília, Fernando Leite é professor da Faculdade de Ciência da Informação (FCI). Foi analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e consultor e especialista visitante do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Atuou como vice-coordenador e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UnB.

 

"O grande desafio é intensificar o processo de modernização do sistema de bibliotecas e trabalhar cada vez mais com conteúdos digitais, por exemplo. Desse modo, poderemos oferecer a infraestrutura informacional necessária para viabilizar a excelência no ensino, na pesquisa e na extensão", pondera o diretor. Confira a entrevista:

 

Quais são as perspectivas das bibliotecas da Universidade para os próximos anos?

 

O período é de mudanças. O projeto é sair de uma estrutura centralizada e formar um corpo: o Sistema de Bibliotecas da UnB (SiB-UnB). Estamos finalizando o regimento desse modelo, que precisa passar pelo Conselho Universitário (Consuni). Se for aprovado, o conjunto das cinco bibliotecas que existem na UnB será regulamentado e passará a funcionar, de fato, como um sistema. Integram essa rede a Biblioteca Central, no campus Darcy Ribeiro, e as unidades setoriais de Ceilândia, Gama e Planaltina, além do Centro de Documentação Edgar Graeff da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Dessa forma, conseguiremos dar mais suporte ao ensino, à pesquisa e à extensão na Universidade.

 

Como seria a integração entre as unidades, a atuação em rede e essa modernização?

 

Essas bibliotecas se vincularão ao sistema e responderão à Biblioteca Central do ponto de vista técnico, atendendo às metodologias de tratamento, organização e padronização da informação e da oferta de produtos e serviços já implementados pela unidade coordenadora. Algumas questões permanecerão centralizadas, como é o caso das compras. Mas, no geral, o atendimento e os procedimentos têm que seguir um protocolo comum, compartilhado com todas as unidades. Uma inovação prevista pelo regimento que precisa ser aprovado é o Conselho Diretor do Sistema de Bibliotecas, que terá representantes discentes, docentes, das bibliotecas setoriais e da BCE para discutir e deliberar sobre políticas, planejamento e decisões estratégicas, numa perspectiva colaborativa e compartilhada.

 

Há planejamento para expansão da estrutura física das bibliotecas?

 

Esse é um grande desafio. A UnB cresceu muito desde a última década, mas a estrutura física da Biblioteca Central não acompanhou essa expansão e alguns problemas de infraestrutura – hidráulicos, elétricos, de rede, do próprio tamanho do espaço – precisam ser resolvidos. Existem projetos de expansão da BCE para um anexo. Temos a expectativa de que, nessa gestão, os processos consigam ser encaminhados e essa expansão entre numa lista de prioridades, afinal, a Biblioteca é um coração da UnB.

 

Paralelamente a esse projeto de longo prazo que envolve expansão da estrutura física, quais são as propostas para reorganizar espaços e otimizar os fluxos?

 

Mesmo com um possível prédio novo, a BCE precisa de reformas e existem projetos anteriores de reorganização de espaços, para melhor atender os fluxos de trabalho e atividades específicas de cada local. Estamos nos mobilizando para arredondar essas propostas e a administração superior está sensível a essas questões. Somada a isso, a condução do SiB-UnB demanda uma gestão humanizada, democrática e compartilhada. Só assim poderemos alcançar nossos objetivos.

 

O que pode ser feito a curto prazo para melhorar as rotinas das bibliotecas?

 

Uma das medidas em andamento é a avaliação da nossa coleção de periódicos impressos, localizada no terceiro andar da BCE. O uso dessas obras é relativamente baixo. Se, após uma série de critérios e cuidados, chegarmos à conclusão de que a manutenção desse tipo de coleção não é necessária, podemos retirá-las do acervo e, com isso, liberar espaço. Remanejamento e readequação são margens que temos para resolver essas questões.

 

Uma das questões levantadas por quem frequenta as bibliotecas é a questão da segurança. Há planejamento específico para essa área?

 

A segurança nos espaços da BCE envolve várias dimensões. Uma delas é a segurança de trabalho e de circulação de pessoas. Já acionamos os setores responsáveis para fazer mensurações relacionadas às especificações técnicas de escadas, corrimões, entradas e saídas, plano de climatização. No âmbito de ações contra violência, há de se cuidar de fatores internos e externos à BCE. Estamos em diálogo com a Prefeitura e a Reitoria para o monitoramento e iluminação dos estacionamentos e das imediações. Internamente, temos ronda de seguranças e os casos de furtos e roubos vêm reduzindo bastante.

 

Além dos serviços clássicos de empréstimo de livros e disponibilização do espaço para estudos, o que mais a Biblioteca oferece à comunidade universitária?

 

Temos investido bastante em conteúdos em ambiente digital. É o caso do Repositório Institucional da Universidade de Brasília, da Biblioteca Digital de Monografias e do Portal de Periódicos da UnB. O próximo passo é fazer dessas plataformas uma linha prioritária de atuação, adotando políticas e normatizando diretrizes para estimular que toda produção acadêmica da Universidade seja, de fato, disponibilizada nesses repositórios. Pretende-se ainda intensificar a produção editorial de livros digitais, de acesso aberto, em parceria com a Editora UnB. Também há a possibilidade de comprar conteúdos digitais e torná-los acessíveis para o usuário internamente, mas isso envolve processos administrativos específicos e questões contratuais com editoras e outras empresas. A extensão é outro aspecto que temos potencial enorme para atuar. Há uma dimensão de gestão da informação e da comunicação no processo de divulgação do que é produzido dentro da Universidade para a comunidade. Precisamos estreitar esses laços, fazer com que esse produto científico chegue às pessoas, se aproxime da cidade de Brasília e do Distrito Federal.

 

Há perspectiva para ampliar os processos de informatização dos serviços da Biblioteca?

 

Essa gestão incluiu em sua proposta de campanha à Reitoria um eixo voltado para a informação, comunicação e tecnologia. É essencial convergir esforços dos diferentes setores relacionados a essas áreas. A produção de dados e conteúdos precisa estar acessível e isso depende do diálogo e integração entre esses pilares. Atualmente, há forte fragmentação dos sistemas de informação e informática, por exemplo, e eles precisam conversar e ser compatíveis. Acredito que a administração está trabalhando essas questões e queremos contribuir.

 

>> Saiba mais sobre os serviços da Biblioteca Central da Universidade de Brasília

 

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