BOAS-VINDAS

Cientista da computação Nina da Hora compartilhou experiências de sua trajetória acadêmica. Recepção ocorreu na última sexta (25), no auditório da ADUnB

Nina da Hora contou como começou a desenvolver pesquisas em ética em inteligência artificial. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

Estudantes lotaram o auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) na tarde da última sexta (25) para conferir a palestra de abertura do segundo semestre letivo de 2023. Além da realidade: Explorando as fronteiras da inteligência artificial foi tema da aula do #InspiraUnB, ministrada pela cientista da computação, pesquisadora e hacker antirracista Nina da Hora.

 

Idealizadora do Ogunhê Podcast, voltado à divulgação de cientistas do continente africano, a convidada conversou com os estudantes e compartilhou parte da sua experiência e trajetória enquanto ainda cursava a graduação. “Logo no segundo período, eu arrumei um estágio em uma escola, porque venho de uma família de professoras. Minha primeira experiência de trabalho, tanto de estágio como de carteira assinada, foi dando aula de programação para crianças do sexto ao nono ano”, contou.

 

Nina relatou que esta vivência foi um verdadeiro exercício de como traduzir o conhecimento adquirido na universidade para uma linguagem que todos pudessem entender. “Cada vez que subo um degrau acadêmico, tenho a total certeza de que não quero fazer parte de uma elite intelectual, mas que quero compartilhar o conhecimento com pessoas e comunidades que não estão inseridas nesse círculo”, disse Nina, que, nos últimos anos, tem trabalhado com ética e inteligência artificial.

 

Ela recordou uma experiência pela qual passou quando ainda era estudante de graduação e que acabou definindo seu campo de atuação. “Trabalhava em uma pesquisa voltada para reconhecimento de voz e um dos projetos em que estava alocada era um que, para compartilhar emojis, tinha que analisar a expressão emocional a partir de imagens do rosto. A única pessoa que não conseguiu testar a ferramenta fui eu, que era a única desenvolvedora negra do projeto."

 

Segundo Nina, argumentos como luz e tamanho do cabelo foram utilizados para justificar o que poderia estar atrapalhando o reconhecimento facial, e nada funcionou. “Foi quando comecei a investigar por que existia uma tecnologia como aquela reproduzindo o que eu já vivia no meu dia a dia, e aí iniciei a pesquisa em ética em inteligência artificial”, disse.

Calouros são recebidos na ADUnB durante o #InspiraUnB. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

A pesquisadora apontou que esse não era um caso isolado no mundo, havendo outras pesquisas que abordavam esse tipo de problema em curso. “Quando comecei a estudar em 2018, não estava analisando algoritmos, mas o problema de haver essa reprodução e o fato de ninguém estar interessado em resolvê-lo naquele momento", disse. A inquietação sobre esse assunto virou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Ciência da Computação.

 

“Acho que fiz muita coisa para contribuir para o debate enquanto ainda estava na graduação. Enquanto vocês estiverem passando por esse processo, não se fechem para as oportunidades. Tomem a oportunidade de estar na UnB como uma das melhores possibilidades de pensar o Brasil, estando no Brasil", incentivou. 

 

>> #InspiraUnB 2º/2023: Expectativas, planos e sonhos realizados marcam sentimento dos novos estudantes da Universidade de Brasília

 

ESPAÇO DE OPORTUNIDADES – Os estudantes também receberam acolhida calorosa da representação estudantil da Universidade e da administração superior no auditório da ADUnB. A representante do DCE Laís Cantuário deixou algumas recomendações aos novos ingressantes: “A melhor dica que dou para os calouros é ir além da sala de aula”. “A Universidade não é apenas sala de aula, tem projeto de extensão e de pesquisa, tem o Centro Olímpico, os coletivos estudantis e os Centros Acadêmicos”, citou.

 

“É uma grande emoção fazer parte deste momento”, disse o decano de Ensino de Graduação, Diêgo Madureira. “São muitas oportunidades e, para que vocês consigam se guiar minimamente, é importante estar informado. Convido vocês a acessarem as páginas oficiais da Universidade para entender como funcionam os setores e decanatos”, aconselhou.

 

O decano salientou que a oferta da instituição vai muito além do ensino. “Por mais que a gente tenha uma expectativa do que é uma universidade, ela sempre será mais do que a gente imaginava se vocês se abrirem para isso. O objetivo de uma universidade pública é mais do que formar profissionais, é impulsionar o desenvolvimento do país", lembrou.

 

A reitora Márcia Abrahão ressaltou aos discentes a atuação de excelência da UnB e destacou a importância das pesquisas desenvolvidas nos campi. “Vocês acabam de ingressar em uma das melhores universidades do Brasil e da América Latina, criada por Darcy e Anísio para ser uma universidade ousada e além do seu tempo”, disse.

 

Também estiveram presentes no evento o vice-reitor Enrique Huelva, a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio, e a vice-diretora da Faculdade UnB Ceilândia, Laura Davison.

 

Confira o #InspiraUnB 2º/2023 na íntegra, via UnBTV:

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