Na última quarta-feira (15), a Universidade de Brasília e a Embaixada da Suécia realizaram o Nobel Experience Day 2025 – evento baseado no legado de Alfred Nobel, que inspirou o Prêmio Nobel – com tema de inovação e pesquisa para o bem da humanidade. A atividade principal ocorreu no Instituto de Ciências Biológicas (IB).
“A Universidade de Brasília tem se destacado em contexto nacional, regional considerando a América Latina, e mundial, como uma das instituições de educação superior em trajetória crescente nos indicadores de excelência”, observou a reitora Rozana Naves.
A gestora destacou os prêmios recebidos do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) pela Universidade durante o Festival Curicaca: três regionais e um nacional. Também foi entregue o Prêmio de Inovação Darcy Ribeiro 2025 – Edição Bertha Lutz aos pesquisadores da Universidade.
Embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen destacou que “a Suécia acredita que a inovação é mais poderosa quando é compartilhada, quando une universidades, empresas e governos em torno de um propósito comum”. “Assim como o Alfred Nobel acreditava que as ideias podem mudar o mundo, nós acreditamos que as ideias em parceria são as que o mudam mais rapidamente”, completou Wallesteen.
A atividade foi significativa para a estudante Isabella Sampaio, do Programa de Pós-Graduação em Design da UnB, que deseja estudar no país europeu. “Eu sinto que, no Brasil, ainda temos um caminho a percorrer. Eu sou bolsista aqui no mestrado e eu sinto que lá temos uma valorização maior dos estudantes e realmente esse olhar sobre a inovação, sobre a transformação da sociedade e o papel dos pesquisadores. Eu sinto que a gente ainda tem muito a aprender com essa visão sueca”, avaliou Isabella.
O evento contou com uma mesa-redonda sobre a temática. Ana Carolina Bussacos, egressa da UnB e conselheira sênior de Ciência e Inovação do Escritório de Ciência e Inovação da Suécia no Brasil, fez a seguinte distinção: “Existe a cooperação acadêmica com mobilidade, mas o nosso foco realmente é em cooperação e inovação, que pressupõe a participação de empresas, de indústrias, de startups”.
“Além disso, temos dois programas de professor chairs. São professores suecos que recebem recursos da área de aeronáutica. Esse projeto já existe há dez anos. De duas a três vezes por ano, esses professores vêm ao Brasil para se encontrar com pesquisadores brasileiros”, mencionou a conselheira.
Marcela Miranda, presidente da Sweden Alumni Network Brazil, realizou o mestrado sobre mudanças climáticas na Suécia em 2016 por meio de um intercâmbio. Miranda contou a qualidade da Universidade de Linköping. “Eu tive acesso a muita tecnologia de uma forma que eu não havia experienciado antes em outros estudos aqui no Brasil”. Ela destacou a boa oportunidade de aprender inglês no país.
“O Brasil é excelente naquilo que faz”, afirmou o vice-presidente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Ericsson, Edvaldo Santos. Ele também comemorou os 53 anos de atividades ininterruptas da empresa, especializada em redes móveis, no Brasil. Santos destacou o poder de transformação da internet 5G no país: “Ela pode e deve ser uma ferramenta estratégica para desenvolvimento econômico”. A operação de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Ericsson tem mais de 500 profissionais, sendo 300 de universidades públicas.
A Universidade ainda não possui vínculo de cooperação com a Suécia, mas Ana Carolina Bussacos vê na inauguração do LMISup da UnB uma oportunidade para estreitar os laços. Aos interessados, a conselheira informou que há uma chamada aberta nas áreas de sustentabilidade, bioeconomia e mineração sustentável.
*Estudante de Jornalismo na Secom/UnB
