COMUNIDADE

Medida beneficia 8,5 mil estudantes. Novos preços entram em vigor em 2026. Reitora destaca responsabilidade orçamentária e foco na permanência estudantil

Conselho de Administração aprovou por unanimidade a proposta de redução dos preços do Restaurante Universitário. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

O Conselho de Administração (CAD) da UnB aprovou por unanimidade a redução dos valores cobrados no Restaurante Universitário (RU). A decisão resulta de um processo conduzido com transparência e diálogo, envolvendo diferentes setores da comunidade acadêmica. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (4), no Auditório da Reitoria.

 

Com a mudança aprovada, cerca de 8,5 mil estudantes – aqueles oriundos de escolas públicas sem acesso ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) e bolsistas de modalidades específicas – passarão a pagar R$ 1,50 no café da manhã e R$ 2,50 no almoço ou no jantar. Os demais estudantes pagarão R$ 2 e R$ 4,50, respectivamente. Os novos valores passam a valer a partir de 4 de janeiro de 2026*. Hoje, os preços são de R$ 2,85 (café) e R$ 6,10 (almoço/jantar). Os 11 mil estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica continuarão tendo acesso gratuito às três refeições diárias.

 

A reitora da Universidade de Brasília, Rozana Naves, destacou que a proposta de redução dos valores do Restaurante Universitário (RU) foi construída de forma responsável, dialogada e alinhada às condições orçamentárias da instituição, sempre considerando os impactos das mudanças recentes na Política Nacional de Assistência Estudantil e a importância da permanência estudantil.

 

“Tínhamos como uma das ações discutir, junto com o movimento estudantil, a possibilidade de redução do preço do Restaurante Universitário. Acho importante rememorar que, na nossa gestão, essa proposta sempre se deu numa perspectiva de olhar, de forma responsável, para as nossas possibilidades orçamentárias, mas também para os impactos da mudança da Política Nacional de Assistência Estudantil, que reduziu a faixa de apoio de um salário e meio para um salário. Isso tem um impacto forte na permanência dos estudantes”, explicou Rozana Naves.

A reitora Rozana Naves parabenizou o grupo de trabalho formado por estudantes, técnicos administrativos e representantes da gestão, que desenvolveu estudos para viabilizar a redução de preços no RU. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

O conselheiro João Paulo Chieregato, diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde (FCTS), destacou a qualidade do processo conduzido ao longo do ano, ressaltando a participação equilibrada entre gestão, comunidade acadêmica e representação estudantil. “Percebemos que esse processo é realmente um modelo de gestão para seguirmos em outros momentos: contou com conhecimento técnico, conhecimento acadêmico e participação estudantil em todas as etapas”, disse.

 

A revisão dos preços, que estavam congelados desde 2018, foi retomada em maio deste ano, quando a Reitoria instituiu um grupo de trabalho para discutir alternativas. O GT contou com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação, servidores técnico-administrativos e representantes da administração superior. A partir dos estudos realizados, foram definidos três cenários, posteriormente submetidos a votação estudantil. O modelo escolhido recebeu 49% dos votos.

 

Para garantir a sustentabilidade da medida, a Universidade ampliará o subsídio anual do RU em cerca de R$ 2 milhões, provenientes de realocação de recursos e de um aporte adicional. A decisão foi tomada mesmo diante do cenário orçamentário adverso projetado para 2026, que inclui previsão de redução de R$ 5,5 milhões na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) em relação à LOA 2025, além dos impactos da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

 

Representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães, Maktus Fabiano enfatizou o compromisso da comunidade estudantil com o processo e destacou a importância da medida para fortalecer a permanência e a inclusão na Universidade. “Estou com expectativa alta, assim como meus companheiros do movimento estudantil, de que possamos dar um passo acertado, firme, que reforce nosso compromisso e posicione a UnB como referência em permanência estudantil”, afirmou.

 

O conselheiro e diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face), Roberto de Goes Ellery Júnior, apresentou parecer favorável à medida.

 

SERVIDORES – Durante a reunião, a reitora Rozana Naves também apresentou um informe sobre a URP. O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu o juízo de admissibilidade que autoriza a instalação da mesa de negociação. A decisão, comunicada pelo Tribunal, representa um avanço em um processo que se estendeu ao longo de todo o ano.

 

A reitora avaliou a decisão como um sinal positivo: a inclusão dos argumentos da Universidade no parecer técnico reforça a possibilidade de um debate qualificado e construtivo.

 

*Na matéria publicada em 4/12, foi informado que a nova tabela entraria em vigor em 1º de janeiro de 2026. Conforme a minuta aprovada pelo CAD, a mudança deve ocorrer em até 30 dias após a aprovação da proposta, prazo que se completa em 4 de janeiro de 2026.

 

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