ENSINO

Na abertura do evento, Márcia Abrahão recomendou cautela na análise do período marcado pela covid-19

Abertura do Seminário Nacional para Fortalecimento das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e de Boas Práticas de Incentivo à Permanência e Integração Acadêmica 2023 ocorreu na sede do Inep, na terça-feira (17). Foto: Ascom/MEC

 

Nesta terça-feira (17), a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), participou da mesa de abertura do Seminário Nacional para Fortalecimento das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e de Boas Práticas de Incentivo à Permanência e Integração Acadêmica 2023. “De 2010 para cá, houve aumento de cerca de 30% dos estudantes matriculados nas universidades federais”, destacou.

Participaram do evento, na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a secretária de Educação Superior do Ministério da Educação, Denise Pires; a diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior (Difes), Tânia Mara Francisco; o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira.

Márcia Abrahão ressaltou a importância da divulgação do Censo de 2022, mas sugeriu uma reflexão ponderada sobre os dados de 2020, 2021 e 2022, referentes ao período da pandemia da covid-19. “Ter em conta uma avaliação histórica é importante. São anos que precisamos olhar com cautela", argumentou a reitora.

"O censo deixa claro como a pandemia afetou a educação do nosso país em todos os níveis, não apenas a educação básica, mas o ensino superior, conforme destacou o representante do Inep quando divulgou os dados. Não podemos pensar em políticas públicas considerando números contaminados pela situação da pandemia.”

“Mesmo assim, se olharmos historicamente a situação, de 2010, último ano do segundo governo Lula, para cá, novas universidades foram criadas, interiorizando a educação superior, e houve melhora e ampliação da pós-graduação, além do aumento expressivo no número de estudantes matriculados", ressaltou. A reitora destacou que a Andifes participa do grupo de trabalho criado pela Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) para discutir permanência e evasão.

Márcia Abrahão elencou as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelas universidades, responsáveis por propor e levar adiante as mudanças na sociedade. “Para nós sermos as melhores formadoras na graduação, na pós-graduação e na extensão, precisamos de dinheiro. Precisamos, primeiro, recompor o orçamento de 2023, para terminar o ano, e um orçamento de 2024 que seja o início do período de reconstrução das universidades federais. Só assim a gente pode planejar e dar conta de todos os desafios das nossas instituições”, disse a reitora.

Diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira; diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior (Difes), Tânia Mara Francisco; secretária de Educação Superior do Ministério da Educação, Denise Pires; e reitor Márcia Abrahão participaram da mesa. Foto: Ascom/MEC

 

Denise Pires lamentou os cortes que atingiram a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e afirmou que o ministro da Educação, Camilo Santana, protegeu o orçamento discricionário das universidades. “Ele tem consciência de todas as dificuldades que as reitoras e os reitores têm para pagar as contas. Mas, infelizmente, é a situação econômica do país, precisamos estar juntos”, convocou.

Ela disse que, em breve, mais informações a respeito do PAC da Educação Superior serão anunciadas pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. “Não há espaço orçamentário para novas universidades. Novos campi, sim. A maior parte do orçamento está destinada à consolidação e nós esperamos que essa consolidação, que sairá em breve, seja apenas inicial, para o ano entre 2023 e 2024, e que se amplie em 2025 e 2026, porque a economia, eu espero, será retomada.”

A secretária apontou as próximas ações do MEC, como a oferta de vagas em "cursos de alta procura ligados ao território, para que o arranjo econômico local promova o desenvolvimento socioeconômico necessário para o nosso país"; a formação de professores para impactar a educação básica do país; e a reestruturação do Proex – a ideia é que seja um programa de extensão como feito durante a pandemia de covid-19, associado aos programas de pós-graduação. “Missão tão importante das universidades, que é aquela que mais aproxima nossas instituições da sociedade”, ressaltou Denise Pires.

Ulysses Teixeira solicitou a contribuição de todas as universidades e da Andifes para fortalecer os processos de avaliação da educação superior. “Eu tenho certeza que as universidades federais e todos os que estão aqui presentes são mãos fortes para nos ajudar nesse desafio”, disse o diretor, egresso da UnB.

De acordo com a diretora Tânia Mara, o propósito do seminário é apresentar à rede possibilidades de fortalecimento da relação com os demais ministérios da Esplanada, além da Educação. Ela sugeriu que o momento sirva para compartilhar as boas práticas pensadas pelas instituições e agradeceu às que apresentaram 80 projetos sobre permanência e integração acadêmica. “São temas bastante importantes que vamos trazer, que têm relação com os objetivos principais: inovação, universidade sustentável e extensão”, comentou a diretora da Difes.

SEMINÁRIO – No período da tarde, ocorreu a Cerimônia de Expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública, com a assinatura de documentos referentes à ampliação da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), que promoverá a instalação de emissoras de rádio e de televisão, a serem operadas em conjunto pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e pelas universidades federais que aderiram, a UnB entre elas. Veja mais a seguir.

 

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