SAÚDE

No Agosto Dourado, professoras e alunas do curso de Enfermagem do campus de Ceilândia fazem ensaio fotográfico para mostrar a importância da amamentação

 

Professores Mani Funez e Paulo Barboni. Foto: Maísa Sá

 

Melhora no desenvolvimento mental, prevenção de diversas doenças, maior ligação emocional com a mãe e melhor formação da boca e alinhamento dos dentes. Esses são alguns dos inúmeros benefícios que a amamentação traz para o bebê, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao observar que muitas integrantes da comunidade acadêmica são mães recentes, as professoras de Enfermagem da Faculdade de Ceilândia Alecssandra Viduedo, Juliana Schardosim, Laiane Ribeiro e Cassandra Ponce de Leon lançaram uma campanha para incentivar o aleitamento materno.

 

A iniciativa surgiu a partir da disciplina Cuidado integral à saúde da mulher e criança, do Departamento de Enfermagem. “A ideia foi fazer algo para a UnB. Incentivar que alunas continuem a amamentação mesmo estudando e trabalhando”, conta Alecssandra Viduedo. Além de cartazes com fotos, a campanha promoveu rodas de conversa com as alunas mães e uma manhã de palestras com professores do curso e com profissionais do Hospital Regional de Ceilândia.

 

As fotos foram feitas por Maísa Sá, aluna de Enfermagem na UnB e graduada em Fotografia pelo IESB. Para a estudante Paola Lopes, uma das fotografadas, o ponto forte da campanha é a desmistificação do processo de amamentação. "Amamentar, no início, não é um processo fácil. Quando eu vi minha mama ferida e sangrando, foi muito chocante. Mas é importante entender que é possível amamentar de forma prazerosa".

Beatriz Schardosim, filha da professora Juliana, brinca de amamentar em foto feita para a campanha. Foto: Maísa Sá

 

Uma das questões levantadas pela campanha foi a importância da amamentação como ato cultural. "Quando compramos bonecas, muitas vem acompanhadas por uma mamadeira, o que torna essa ação algo mais natural para as crianças”, explica Juliana Schardosim. A professora conta que sua filha Beatriz participou da iniciativa e que precisou de muita conversa para conseguir fazer uma foto da menina amamentando sua boneca. No entanto, depois da campanha, ela passou a brincar assim. "Isso mostra que a cultura do aleitamento materno pode fazer parte da vida das crianças", explica Juliana.

 

A professora de Enfermagem Mani Funez e seu marido Paulo Barboni também posaram para campanha. “Foi uma experiência maravilhosa. A ação conseguiu impactar a comunidade acadêmica por ser protagonizada por pessoas conhecidas. Afinal, estão vendo colegas de classe e de trabalho”, pondera Mani.

 

Participaram do ensaio fotográfico com seus bebês os alunos Jorge Henrique Santos de Oliveira, Lídia Rosa, Paola Lopes Mamede, Márcia Gonçalvez Antunes de França e os professores Paulo Barboni e Mani Funez, a docente Juliana Schardosim, seu marido Estevão Ledur e sua filha Beatriz Schardosim.

Equipe participante da campanha. Foto: Maria Luíza Diniz

 

BENEFÍCIOS – A OMS, o Ministério da Saúde e outras instituições recomendam a amamentação exclusiva (lactante recebe apenas leite materno, sem nenhum outro alimento ou líquido, nem mesmo água) até os 6 meses de vida. O leite materno contém proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas e água que um bebê necessita para ser saudável e fornece anticorpos e glóbulos brancos, protegendo a criança de otites, alergias, vômitos, diarreias, pneumonias, bronquiolites e meningites. Também é possível identificar melhoras no desenvolvimento mental, da boca e dos dentes de bebês que recebem leite humano. A OMS ainda recomenda que as crianças continuem a ser amamentadas pelo menos até completarem os 2 anos de idade.

 

Os benefícios não são exclusivos do recém-nascido. Estudos mostram que amamentar queima calorias e por isso ajuda a mulher a voltar mais depressa ao peso que tinha antes de engravidar e que também auxilia o útero no processo de regressar ao seu tamanho normal. Também previne doenças graves como o câncer de ovário e a osteoporose. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) calcula que um milhão e meio de crianças morrem por ano por falta de aleitamento materno.

Alunas de Enfermagem. Foto: Maísa Sá

 

AGOSTO DOURADO – Agosto é o mês mundial de incentivo a amamentação. A cor dourada simboliza que o leite materno é o alimento considerado padrão ouro para os bebês. Como forma de relacionar a campanha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, esse ano o slogan mundial foi Aleitamento materno: presente saudável, futuro sustentável.

 

REDE DE APOIO  – O Hospital Universitário de Brasília também aproveitou o Agosto Dourado para incentivar a amamentação. Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, o hospital realizou uma roda de conversa sobre aleitamento materno. Ao longo de todo o ano, o hospital recebe doações de leite para o Núcleo de Incentivo ao Aleitamento Materno. O setor também oferece informações sobre como tirar e armazenar o leite, fornece os frascos e busca o produto em casa em todo o Distrito Federal. É possível se cadastrar como doadora por meio dos números 2028-5585 / 2028-5391.

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