ESPORTE

Personagens históricos do esporte brasileiro participam de encontro de atletismo social na Faculdade de Educação Física da UnB

 

Atletas olímpicos, como o velocista Edson Luciano Ribeiro, falaram à comunidade acadêmica durante o 7º Encontro Caixa de Atletismo Social, na Faculdade de Educação Física da UnB. Foto: Júlio Minasi/DEA-DAC

 

Esporte e cidadania devem caminhar lado a lado. Essa foi a ideia transmitida pelos heróis do atletismo nacional que participaram, na tarde desta terça-feira (21), do 7º Encontro Caixa de Atletismo Social. O evento, que lotou o auditório da Faculdade de Educação Física (FEF) da UnB, reuniu as estrelas olímpicas Vanderlei Cordeiro de Lima, Vicente Lenílson, Arnaldo Oliveira da Silva, Caio Bonfim, Cláudio Roberto Sousa e Edson Luciano Ribeiro.

Cada um dos atletas falou por cerca de 15 minutos sobre projetos sociais que coordenam ou dos quais participam ao redor do país. Mais do que revelar atletas, a preocupação comum é formar cidadãos. “Devemos contribuir não apenas para o esporte, mas para um país melhor”, disse o medalhista de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, Vanderlei Cordeiro de Lima. 

Ícone daquela edição, Vanderlei foi escalado para falar sobre o fair play (jogo justo) e lembrou a história de quando foi atacado por um espectador no momento em que liderava a prova. “Só queria sair daquela situação e continuar”, disse, pouco antes de relatar que, nos últimos metros da corrida, já havia superado o imprevisto e estava focado no pódio. “A partir do momento em que virei atleta olímpico, meu objetivo passou a ser me tornar medalhista”, disse.

Vanderlei Cordeiro de Lima esteve na UnB para palestra sobre esporte e cidadania. Foto: Júlio Minasi/DEA-DAC

 

Prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008, o corredor Vicente Lenílson destacou a coragem como grande ingrediente para superar os desafios na carreira. A primeira barreira que precisou superar foi a da discriminação. “Tive a coragem de passar por cima do preconceito”, disse ele, que alegou ter sido marginalizado no início da jornada esportiva por ser nordestino.

Ao relembrar situações em que superou dificuldades, Lenílson mencionou seu passado como mecânico de motocicletas e destacou as oportunidades que o esporte oferece para o desenvolvimento social. “Coragem!”, recomendou, mais uma vez, antes de terminar a palestra e ser bastante aplaudido.

MAIS VALORES Superação, amizade, alegria, solidariedade e respeito foram outros valores abordados nas palestras. “Sejam amigos e fraternos com quem quer o bem de vocês”, recomendou o medalhista de bronze no revezamento 4 x 100 m em Atlanta 2004, Arnaldo Oliveira da Silva. “Amizade é a coisa mais importante da vida”, completou.

Ao destacar a “alegria no esforço” proporcionada pelo esporte, o atleta Edson Luciano Ribeiro falou de sua trajetória. “Sou filho de mecânico e zeladora. No esporte, tive a chance de mudar a história da minha vida”, afirmou ele, que foi prata no revezamento em Sidney 2000 e bronze em Atlanta 1996.

“A solidariedade que tive e recebi enquanto atleta carrego agora como gestor e educador físico”, assegurou Cláudio Sousa, medalhista de prata no revezamento 4 x 100 m em Sidney 2000 ao defender as parcerias realizadas ao longo da jornada esportiva.

Quarto colocado na Rio 2016 e bronze este ano no mundial de atletismo de Londres, o brasiliense Caio Bonfim relatou a superação de uma meningite e de problemas ortopédicos quando criança. “Minha mãe brinca que fui forjado no sofrimento”, disse ele, antes de destacar a importância de conciliar esporte e estudos.

Decano André Reis ressaltou sua esperança em um esporte cada vez mais pautado pela ética. Foto: Júlio Minasi/DEA-DAC

 

RECONHECIMENTO E ORGANIZAÇÃO Na abertura do encontro, o decano de Assuntos Comunitários, André Reis, se disse honrado por estar frente a frente com atletas que “são exemplos de que a sociedade precisa”.

O gestor, que representou a reitora Márcia Abrahão no evento, destacou a importância do envolvimento da universidade e das escolas no fomento do esporte e defendeu a integridade nas disputas. “Queremos um esporte cada dia mais ético”, concluiu.

Estudante de Educação Física e presidente do Clube de Atletismo da Universidade, Abner Felipe Costa disse que eventos como esse "ajudam a abrir portas para mais conhecimento". Corredor dos 100 metros, ele elogiou a possibilidade de ter contato com “ídolos do esporte”.

“Foi uma tarde fantástica”, avaliou o professor da FEF Paulo Henrique Azevêdo. “Tivemos o auditório totalmente tomado até o fim das apresentações”, observou ele, que lidera o Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte (Gesporte) da UnB, responsável pela produção do encontro.

O evento foi coproduzido pelo Instituto de Desenvolvimento do Esporte (iGesporte) e apoiado da Faculdade de Educação Física. A Caixa Econômica Federal, que financia projetos desenvolvidos pelos ex-atletas, foi a patrocinadora e o Instituto Joaquim Cruz (IJC), o realizador.

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