RECONHECIMENTO

Projeto beneficia a população abastecida pela bacia hidrográfica do Pipiripau e incrementa a recuperação da cobertura vegetal nativa da região

Registro de arquivo da equipe do Projeto Produtor de Água do Pipiripau. Foto: Reprodução/GWP

 

O Projeto Produtor de Água do Pipiripau, parceiro da Universidade de Brasília desde 2012, conquistou o segundo lugar no prêmio internacional Water Changemaker Awards (para agentes transformadores da água, em tradução livre). Promovido pela Parceria Global pela Água (Global Water Partnership – GWP, na sigla em inglês), o concurso premia iniciativas que tenham contribuído para aumentar a resiliência contra a ação das mudanças climáticas. 

 

"A UnB, por meio do Departamento de Engenharia Florestal, é um dos 17 parceiros nacionais e distritais do Projeto Produtor de Água, apoiando tecnicamente com pesquisas, monitoramento, e fiscalização", afirma o professor de Engenharia Florestal (EFL/FT) Henrique Chaves, representante titular da Universidade no projeto. Também colaboram pela UnB professores e alunos de graduação e pós-graduação.

 

O projeto tem como um de seus objetivos promover a recuperação hidroambiental da bacia do ribeirão Pipiripau, localizada entre o Distrito Federal e Goiás. Dessa forma, o grupo trabalha para ampliar a oferta de água para os mais de 180 mil habitantes da área. 

Projeto beneficiou mais de 35% das 600 propriedades da área da bacia. Foto: Reprodução

  

Durante o anúncio das premiações, a GWP descreveu que o Projeto Produtor de Água do Pipiripau demonstra como a boa governança da água pode ser um instrumento de paz e de resolução de conflitos. Os organizadores da premiação também reconheceram a habilidade do projeto em identificar a necessidade de harmonizar os usos múltiplos da água, em particular para a agricultura e para a natureza, e a importância de reunir todas as partes interessadas.

  

"Concorrendo a este importante prêmio da GWP, o Projeto Produtor de Água teve seu primeiro reconhecimento internacional ao ser vice-campeão entre mais de 300 projetos", comemorou Chaves.

 

O projeto brasiliense concorreu com ações de vários países e compartilhou o segundo lugar com a iniciativa mexicana Bacias hidrográficas e cidades: participação social para melhorar a saúde de ecossistemas e reservatórios de água, em tradução livre.

 

Cerca de 200 produtores rurais da região participam da iniciativa. Além deles, o projeto reúne ainda 17 organizações, entre instituições públicas, privadas e organizações não governamentais (ONGs). Um acordo de cooperação técnica rege a parceria e elenca as obrigações de acordo com a especialidade e as atribuições de cada participante. 

 

RESULTADOS – Por conta de sua baixa disponibilidade hídrica, principalmente nos períodos mais secos do ano, a região tem histórico de conflito pelo uso da água, que vem sendo amenizado desde o início do projeto, em 2012. Uma das obras viabilizadas foi a revitalização do canal de irrigação Santos Dumont, que abastece a área desde 1980 com água do ribeirão Pipiripau. Entregue em outubro de 2020, a nova estrutura de 20 quilômetros reduz o desperdício de água em cerca de cem litros por segundo. A bacia é utilizada ainda para irrigação de hortaliças e para a aquicultura. É também fonte de água para animais.

 

>> Conheça mais sobre o Projeto Produtor de Água do Pipiripau

 

O projeto beneficiou mais de 35% das 600 propriedades localizadas ao longo da área da bacia, que ocupa 23.527 hectares (90,3% no DF e o restante em Goiás), o equivalente a pouco mais de 23 campos de futebol. O financiamento vem da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). Cerca de 250 hectares estão em processo de recuperação vegetal, com a plantação de 420 mil mudas nativas. Também foram implantados terraços em 1.400 hectares e instaladas 200 bacias de retenção de água ao longo de 134 quilômetros de estradas de terra no curso da bacia.

Viveiro de plantação das mudas cultivadas pela equipe do projeto para recuperação vegetal da bacia. Foto: Cláudio Silva

 

Ao portal da GWP, os representantes do projeto explicaram que houve impacto na mudança dos valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes, hábitos e competência entre os agricultores, ajudando-os a compreender os benefícios de trabalhar em conjunto com a sustentabilidade ambiental. 

 

Outro resultado apresentado foi a melhoria nas práticas de manejo do solo e da água. Hoje o lavrador sabe como manter a umidade do solo por mais tempo, tornando a lavoura mais resistente às secas sazonais, o que possibilita aumentar ou até mesmo economizar os gastos com água em sua produção.

 

Com a melhoria da infraestrutura e das práticas de gestão, a demanda de água é reduzida significativamente, minimizando os conflitos e seus impactos aos produtores e ao meio ambiente. Ao aumentar a infiltração de água e reduzir o escoamento, também são esperadas melhorias na recarga das águas subterrâneas e no escoamento de base, melhorando a disponibilidade de água durante os meses de seca. Um processo de alocação de água negociado é realizado anualmente, com base em monitoramento prévio e simulações futuras que podem antecipar potenciais restrições hídricas e fornecer aos produtores o planejamento essencial para minimizar os impactos durante os períodos de escassez de água.

 

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