COMUNICAÇÃO NA PANDEMIA

Pesquisadores irão monitorar segmentos por três meses para observar se houve redução nas lacunas de conhecimento sobre o assunto 

Pesquisa será realizada com o uso de surveys telefônicos para obter, a distância, dados de diferentes grupos populacionais quanto ao acesso à informação sobre a pandemia. Foto: Pexel

 

Com a intenção de combater a pandemia de covid-19, a UnB aprovou centenas de iniciativas nas mais diversas áreas do saber em chamadas prospectivas promovidas conjuntamente pelos decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão e pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei). Uma das pesquisas selecionadas é coordenada pelo professor Wladimir Ganzelevitch Gramacho, da Faculdade de Comunicação (FAC), e busca contribuir com material para o desenvolvimento de ações que promovam, de forma efetiva, a comunicação, em curto e médio prazo, no enfrentamento à atual crise sanitária no Brasil.

 

Ainda em estágio inicial, o projeto, intitulado A comunicação no enfrentamento ao covid-19: identificação e monitoramento de desigualdades informacionais em segmentos sob risco, tem o envolvimento de pesquisadores da UnB e de outras três instituições de ensino nacionais e internacionais: Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Western University, no Canadá.

 

Uma das atuais fragilidades do Brasil observadas pelos pesquisadores é o despreparado para lidar com as consequências da pandemia. Parte do problema vem da ausência de protocolos estabelecidos de forma clara, não só em ações sanitárias, mas de comunicação, o que agrava a crise. Para os pesquisadores, a divergência entre autoridades políticas nos diferentes níveis de governo e suas respectivas estratégias e ações de comunicação são exemplo disso.

 

Em vista deste cenário, os objetivos da pesquisa são dois: o primeiro é a identificação de grupos populacionais que possuem menos acesso às informações que são tidas como básicas sobre a covid-19 e aqueles que são muito expostos à desinformação; em seguida, esses grupos serão monitorados por três meses depois do primeiro contato feito pelos pesquisadores e será observado se os impasses informacionais foram reduzidos.

Professor Wladimir Gramacho é coordenador do projeto e destaca a importância da avaliação da desigualdade informacional sobre a covid-19 entre a população brasileira. Foto: Arquivo pessoal

 

“O principal resultado esperado é um diagnóstico dos segmentos populacionais com menor nível de informação sobre a covid-19 e, portanto, mais sujeitos ao risco de contrair e de transmitir a doença. Vamos analisar diferentes grupos, por gênero, idade, nível de escolaridade, região do país, hábitos de uso da mídia e preferência política”, aponta o coordenador do projeto, Wladimir Gramacho.

 

“A relevância do estudo sobre desigualdade informacional é muito grande, uma vez que uma parte importante do nosso comportamento é determinada pelas informações que recebemos. No caso de uma pandemia, isso é ainda mais relevante, pois há comportamentos específicos a serem incentivados e outros a serem evitados, de modo a não contrair a doença e a não transmiti-la para outras pessoas", afirma o docente.

 

O método observacional é utilizado no estudo, com o emprego de quatro surveys telefônicos, um recurso para obter informações quantitativas sobre um grupo de pessoas com o auxílio do telefone, o que evita qualquer tipo de contato presencial entre entrevistadores e entrevistados.

 

Quando necessário, o uso de surveys on-line também pode ser feito, o que ajuda no balanceamento da amostra final. Serão realizadas quatro rodadas de coleta de informações, sendo uma a cada mês. Os resultados serão apresentados em três relatórios preliminares e um final. 

 

INCENTIVO – O projeto ainda depende de apoio financeiro para execução. Até o momento, a iniciativa teve aprovado valor de R$ 30 mil em chamada prospectiva do DPI, DEX e Copei. Para viabilizar o financiamento de projetos de pesquisa, extensão e inovação da Universidade com foco no combate à covid-19, o Copei criou, em convênio com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo para arrecadar doações. Pessoas e empresas do Brasil e do exterior podem destinar recursos para as iniciativas ao acessar o link https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form

 

No endereço, é possível definir se a doação irá para um projeto específico ou para o fundo geral. Outro caminho é fazer a doação por meio de depósito (Banco do Brasil, agência 3382-0, conta 7274-5). Para doações em serviços, materiais ou equipamentos, é preciso, primeiro, articular a ação junto ao DPI, por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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