COVID-19

Equipamento de proteção individual foi produzido conforme regras da Anvisa

 

Junto com equipe do LAB, reitora Márcia Abrahão participa de entrega de máscaras de proteção para secretário de saúde do DF e diretor do HRAN. Foto: Ascom UnB

 

A Universidade de Brasília entregou, nesta sexta-feira (27), 50 face shields (escudos faciais, em tradução livre) ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O material, impresso em 3D conforme padrões recentemente estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), será utilizado pelos profissionais de saúde que atuam em atendimentos a casos do novo coronavírus.

 

O equipamento — similar a uma viseira — é utilizado sobre os rostos dos profissionais, de modo que se sobrepõe às máscaras hospitalares tradicionais, criando uma barreira física em relação ao ambiente. Assim, o aparato garante maior tempo de uso às máscaras hospitalares, em um momento em que vários serviços de saúde sofrem com a escassez de materiais.

 

As máscaras foram produzidas pelo Laboratório Aberto de Brasília (​LAB​), da Faculdade de Tecnologia (FT), sob a coordenação da professora Andréa Santos e com a participação de dez estudantes, de graduação e de pós. “Assim como existem os hospitais de campanha [em situações de guerra], estamos em uma produção temporária para atender à demanda dos hospitais”, explica Andréa.

 

“A Universidade de Brasília está comprometida em combater a pandemia de coronavírus. A entrega destas máscaras é um exemplo do compromisso social da UnB e, particularmente, do envolvimento de docentes, técnicos e estudantes na busca de soluções que nos ajudem a passar por este difícil momento", destacou a reitora Márcia Abrahão durante a entrega dos materiais.

 

"Isso pode parecer pequeno, mas é grande para a população do DF. Faz parte de uma força-tarefa que tem o envolvimento de muitas pessoas. Só assim conseguiremos ultrapassar as dificuldades", disse o secretário de Saúde, Francisco Araújo. O diretor do Hran, Ulysses Rodrigues de Castro, e representantes do Hospital Universitário (HUB) também estavam presentes no momento da entrega.  

Dez estudantes da graduação e da pós-graduação da FT participam da produção de face shields. Foto: Divulgação

 

PROTOCOLO SANITÁRIO —​ Para a confecção dos protetores faciais, o prédio inteiro da Unidade de Laboratórios de Ensino de Graduação (Uleg/FT) foi fechado, para garantir as condições sanitárias e de controle de acesso. Apenas equipes de limpeza e envolvidas na produção das máscaras entraram no edifício. "As pessoas envolvidas na produção estão trabalhando em turnos, para evitar aglomerações e também para garantir o protocolo de segurança e limpeza", esclarece o diretor da FT, Márcio Muniz.

 

Para os estudantes envolvidos no projeto, é um momento único. “É uma honra ajudar a população neste tempo de crise, saber que o que fazemos na Universidade gera retorno", conta João Vitor Ferreira da Silva, estudante de Engenharia Mecatrônica.

 

A professora Andréa Santos alerta ainda para o perigo da utilização de protótipos, ou produtos feitos domesticamente e sem rigores técnicos para servirem como equipamentos de proteção individual (EPIs) em hospitais. “Não se pode consumir um produto que não tenha boas práticas de fabricação. Isso pode colocar vidas em risco”, frisa.

 

“Existem protocolos dentro dos hospitais que precisam ser seguidos para os profissionais se protegerem. O que nós estamos entregando é apenas uma parte deste processo”, acrescenta Andréa.

 

Neste projeto, a Faculdade de Tecnologia conta com a parceria da Finatec e da Casa Thomas Jefferson. Atualmente, existem mais quatro projetos em desenvolvimento pela FT. "Um é de aparelhos para área médica, e alguns projetos de rastreamento da doença, além de plataformas de solidariedade e de previsão de contágios. Alguns desses serão submetidos à ​chamada​ publicada esta semana pela UnB", afirma Márcio Muniz.

Máscaras seguem protocolos sanitários estipulados pela Anvisa. Foto: Divulgação

 

RECURSOS — ​Devido ao número de pessoas que estão tentando ajudar por conta própria — e sem atender aos critérios sanitários da Anvisa — alguns itens para a produção de ​face shields​ começam a faltar no mercado. Por isso, a Faculdade de Tecnologia disponibilizou uma ​lista​ para quem quiser colaborar com os itens utilizados na confecção e na esterilização do espaço.

 

A escassez de recursos ainda é um empecilho para que mais projetos possam ser viabilizados pela UnB. Atualmente, o LAB tem parcerias externas, como é o caso do Conselhos de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF, que realiza ações para captar recursos e aumentar a capacidade de produção das máscaras protetoras. A expectativa é chegar a até 200 unidades/dia.

 

Recentemente, a UnB encaminhou ao Ministério da Educação (MEC) propostas com foco no combate à pandemia de Covid-19. A instituição aguarda, agora, retorno quanto ao repasse de recursos e orçamento para a viabilização dos projetos.

 

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