FÓRUM

Dirigentes da Capes e decanos de universidades se reuniram na UnB nesta semana. Potencialidades da área estiveram em debate

 

Mapeamento da evolução e discussão de estratégias para melhoria dos programas de pós-graduação do Centro-Oeste foram assuntos em destaque durante reunião entre gestores acadêmicos da região e representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Realizado nesta quarta-feira (10) na Universidade de Brasília, o encontro foi promovido pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop).

A coordenação regional do fórum é liderada pela decana de Pesquisa e Inovação da UnB, Maria Emília Walter. Para ela, a oportunidade de articulação com a Capes foi produtiva para pensar o futuro da pós-graduação no Centro-Oeste. “Os eixos de avaliação estão sendo modificados e uma questão que vai ter bastante relevância é o impacto regional, que abrange um retorno mais claro para a sociedade quanto a projetos, políticas públicas e melhorias nos serviços”, observou.

Sobre as mudanças em vista, a diretora de Relações Internacionais da Capes, Connie McManus, ressaltou durante a reunião que o foco da agência de fomento está em alinhar financiamento a resultados. “Estamos investindo onde há excelência”, afirmou. Para ela, não basta fixar-se em indicadores como contratação de docentes, progressão de carreiras, capacitação em línguas e internacionalização. As instituições também devem priorizar o retorno dos investimentos.

Maria Emilia Walter, decana de Pesquisa e Inovação da UnB, e Connie McManus, diretora de Relações Internacionais da Capes. Foto: Audrey Luiza/Secom UnB

 

McManus também deu dicas sobre desenvolvimento de instituições de ensino. De acordo com a diretora, para obter fortalecimento das áreas de excelência, as universidades devem se destacar a partir de suas particularidades. Para isso é necessária uma autoavaliação eficiente, que considere missão, objetivos e metas institucionais. “A universidade precisa entender o que está sendo feito em suas produções internas”, apontou.

Sobre internacionalização, Connie aconselhou que as parcerias firmadas sejam estratégicas e que as instituições estrangeiras ofereçam algum retorno. Ela citou ainda a falta de objetividade em produções acadêmicas como entrave para o desenvolvimento do pesquisador fora do Brasil. “Ao escrever um artigo em inglês, ou para o exterior, é preciso ter em mente que se espera um formato sem floreados”, mencionou.

DESEMPENHO – Mais cedo, a diretora de avaliação da Capes, Sônia Báo, apresentou aos decanos breve balanço da evolução da pós-graduação no Centro-Oeste ao longo da última década. Entre 2006 e 2017, a área cresceu 125%. Atualmente, a região conta com 380 programas de pós-graduação, que englobam mestrados – acadêmicos e profissionais – e doutorados.

A adesão de discentes também despontou no período: em 2006, 5.172 estavam matriculados em mestrados acadêmicos, 336 em profissionais e 1.692 em doutorados. Já em 2017, o quantitativo passou para 10.071, 7.242 e 2.556, respectivamente. “Os números provam que a região se consolidou”, avaliou Báo.

Para a representante da Capes, mais do que observar os números, é preciso analisar a qualidade. Ela considera a situação do Centro-Oeste razoável, comparada a outras regiões brasileiras na última avaliação quadrienal da agência. Do total de programas, 28 receberam nota A na avaliação da Capes e 6 possuem conceito máximo (7).

Sônia Báo disse que as instituições devem concentrar esforços para aprimorar a pós-graduação e avançar na formulação e readequação de cursos, para que atendam de forma inovadora as demandas de desenvolvimento de suas regiões. “Às vezes, as instituições pecam por propor cursos que não fazem sentido para a sua região e que não têm competências locais que possam ser inseridas no sistema de pós-graduação”, frisou.

Nesse sentido, a Capes tem introduzido ações para fortalecer e garantir a sustentabilidade dos programas. Uma delas é o incentivo à fusão de cursos de uma mesma instituição com características similares, desde que sejam da mesma modalidade. Outra estratégia em estudo diz respeito ao aprimoramento dos instrumentos de avaliação dos programas.

Diretora de avaliação da Capes, Sônia Báo apresentou números da pós-graduação na região Centro-Oeste. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Entre as melhorias em fase de implementação, estão a revisão da ficha de avaliação e a inclusão do planejamento estratégico de pós-graduação como critério a ser considerado na avaliação das instituições, com peso reduzido.

Ambas as mudanças já serão aplicadas como teste durante a avaliação de meio-termo, realizada pela Capes entre 12 de agosto e 4 de outubro de 2019, como prévia à quadrienal.

ARTICULAÇÃO – Com representatividade de 248 instituições de ensino superior e de pesquisa associadas, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Forprop) é uma instância que atua na defesa e promoção dessas áreas em nível nacional. A cada ano, a entidade organiza atividades regionais e nacionais para fomentar discussões.

Além de propor a integração das instituições na identificação das lacunas no campo da pesquisa e da pós-graduação, o fórum trabalha, em articulação com agências de fomento, na proposição e implementação de políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento dos segmentos.

 

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.

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