SEMANA UNIVERSITÁRIA

Vice-diretor geral do Ministério da Educação da Noruega, Sture Berg Helgesen ministra palestra sobre virtudes e desafios do modelo nórdico

 

Sture Berg Helgesen trouxe modelo de educação da Noruega como tema de reflexão à Universidade de Brasília. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Como parte das atividades da XVII SemUni, o Seminário Internacional sobre Educação Tecnológica e Profissional, ocorrido nesta quarta-feira (25), no auditório da Reitoria, envolveu os cerca de 70 presentes. O vice-diretor geral do Ministério da Educação da Noruega, Sture Berg Helgesen, esteve à frente do debate, trazendo consigo experiências do sistema educacional daquele país. Alguns aspectos das realidades de Noruega e Brasil puderam ser comparadas por especialistas e estudantes reunidos no evento.

Helgesen introduziu o modelo nórdico explicando o funcionamento atual do sistema educacional da Noruega, desde os anos iniciais. Ele abordou desafios e casos de sucesso neste quesito. "No momento, estamos com dificuldades para encontrar empresas que participem do processo, acolhendo o estudante e inserindo-o no mercado. Por isso, contratamos pessoas que batam na porta dessas corporações e as convide para participar das nossas iniciativas", descreveu.

Expondo este cenário, o vice-diretor trouxe à mesa o grande destaque do sistema educacional norueguês na atualidade: um programa de aprendizado profissionalizante voltado para estudantes de 16 a 18 anos, chamado VET (Vocational Education and Training in Norway). Trata-se de um projeto de ensino de três pontas, envolvendo autoridades educacionais, parceiros sociais e instituições de ensino.

A tríade trabalha de maneira coordenada, disponibilizando aos alunos uma opção educacional que consiste em dois anos cursando aulas em uma instituição educacional e outros dois anos praticando o aprendizado em uma empresa. Assim, a primeira parte do ensino médio é comum a todos e a segunda metade equivale a um curso profissionalizante, voltado para a área de escolha do aluno.

"Uma das vantagens do nosso modelo de educação é que oferecemos acesso igualitário. Se isso não é possível, então você terá problemas estruturais no futuro", assegurou o especialista, ressaltando que este é um fator importante a ser considerado no Brasil.

Ao lado de Richard Santos, Ricardo Neder e Sture Berg Helgesen, decana Maria Emília elogiou oportunidade de comparar realidades educacionais. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

INTERCÂMBIO – Além de Helgesen, a mesa foi composta pelos professores Ricardo Neder (FUP), Richard Santos (DEX), e pela decana de Pesquisa e Inovação da UnB, Maria Emília Walter. Houve espaço para intervenções do público, que teve à disposição o recurso de tradução simultânea.

"Esse é um evento importante no contexto em que nos encontramos no Brasil. É muito importante ver outras maneiras de lidar com o atual cenário da educação nacional. No DPI, temos nos preocupado em criar um movimento dentro da Universidade que justifique a existência da instituição e ressalte sua importância dentro da sociedade", declarou a decana Maria Emília.

O professor Ricardo Neder comentou a importância de se espelhar em um país como a Noruega. "É um local com índices altos de alfabetização. São números quase plenos de pessoas inscritas desde a educação infantil até o ensino superior", observou. O docente citou também exemplos positivos de programas profissionalizantes no Brasil, como o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e os cursos ofertados por institutos federais.

 

 

*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

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