Aconteceu nesta quinta-feira (24) a mesa-redonda UnB, mulheres e ciência: desafios e perspectivas. Transmitido pelo canal da UnBTV no YouTube, o evento faz parte da programação do mês da mulher. Participaram a reitora Márcia Abrahão e as professoras Aletéia Araújo, do Departamento de Ciência da Computação, Juliana Lott, da Faculdade de Medicina, e Maria Fernanda Derntl, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
A decana de Pesquisa e Inovação Maria Emília Walter mediou o debate. “O objetivo é trazer o olhar delas sobre a atuação das mulheres na universidade e reflexões sobre ser acadêmica, cientista e gestora na UnB”, disse. Cada uma das professoras contou um pouco sobre sua vida e experiência acadêmica, seus desafios e expectativas para o futuro.
“Além da Aletéia do Lattes, tem a Aletéia mãe, esposa, filha e irmã”, observa a professora de computação. Com a pandemia, ela conta que teve que se virar como professora dos filhos e cuidar de casa. De um dia para o outro, ela ainda aprendeu a fazer vídeos para a internet.
“As mulheres não são multitarefa, apenas têm trabalhado mais e por isso estão adoecendo. A gente precisa quebrar estereótipos. Vamos dividir as tarefas de casa e reduzir a culpa. Não precisamos dar conta de tudo.”
Aletéia é uma das criadoras do projeto de extensão Meninas.comp que busca estimular a participação das mulheres na área da computação.
A bióloga Juliana Lott, professora na Universidade de Brasília desde 2019, considera que a participação das mulheres na ciência “é muito natural na UnB”. “Vejo muitas figuras nas quais posso me espelhar e me sinto muito abençoada por isso.” Apesar dos avanços e da maior presença feminina na academia, Juliana lembra que a maioria dos bolsistas de produtividade do CNPq ainda são homens.
A arquiteta Maria Fernanda Derntl mostrou a conquista de espaço das mulheres na UnB e no campo da arquitetura ao longo da história. “Lina Bo Bardi, ao se formar, ouviu de seu professor que uma moça tão bonita como ela terminaria se casando e acabaria não exercendo a arquitetura”, contou.
A reitora Márcia Abrahão apontou que há atualmente 74 universidades federais e apenas 14 reitoras. Márcia Abrahão é geóloga e leciona há quase três décadas, sendo a primeira mulher a assumir o cargo de reitora na UnB. “Vamos criar um portfólio com todas as iniciativas realizadas nas universidades voltadas para as mulheres e avançar ainda mais”, disse, confiante.
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