COMPROMISSO SOCIAL

Espaço de ensino e serviço deverá ser integrado ao SUS e ainda precisa de investimento na ordem de R$ 15 milhões

A moradora de Ceilândia Maria José Brandão destacou a importância de projetos voltados para a comunidade local, como a construção do Centro Integrado em Saúde. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Foi celebrado, na terça-feira (27), o lançamento da pedra fundamental do Centro Integrado em Saúde (CIS), na Faculdade UnB Ceilândia (FCE). Para iniciar o desenvolvimento do CIS, a Universidade de Brasília recebeu R$ 3 milhões provenientes de emenda parlamentar de bancada. Ainda serão necessários cerca de R$ 15 milhões para arcar com toda a obra. No futuro, o CIS prestará um serviço de média complexidade à comunidade de Ceilândia, além de ser espaço de ensino, pesquisa e extensão.

Moradora de Ceilândia há 37 anos, Maria José Brandão celebrou o importante passo na construção do Centro Integrado em Saúde. “Para mim, é um privilégio estar aqui presente, brigar e conseguir coisas para as pessoas que necessitam. Temos nossas dificuldades e queremos cada vez mais que elas sejam superadas”, disse a conselheira de Saúde, que agradeceu pelo projeto voltado à comunidade de Ceilândia.

O diretor do campus de Ceilândia, João Paulo Chieregato, reforçou que a ideia é integrar o CIS ao Sistema Único de Saúde como espaço de serviço e de ensino, de caráter interprofissional e interdisciplinar. “Pretendemos nessa perspectiva gerar pensamento, inclusão e continuar inspirando as futuras gerações, que enxergaram lá atrás a existência desse campus e desse centro”, contou Chieregato.

A cerimônia, que comemorou os 53 anos de Ceilândia, marcou a sinalização do local onde será construído o Centro Integrado de Saúde. Com a destinação do recurso, indicado pela deputada Érika Kokay (PT), será iniciada a confecção do projeto e da edificação.

“Ouvimos as demandas da comunidade por um Centro Integrado de Saúde aqui em Ceilândia, que é a maior região administrativa do Distrito Federal. Permanecemos em diálogo com diversos movimentos que vão atrás de atendimentos especializados e que aqui poderão encontrá-los com muita qualidade”, disse a parlamentar.

HISTÓRIA – A história da FCE foi resgatada pelo deputado distrital Fábio Félix (Psol), à época presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães. “A gente lutou muito para esse campus existir e esse movimento surgiu da cidade, e nessa sinergia, a professora Márcia Abrahão, que era decana de Ensino de Graduação, foi a responsável junto com o DCE.”

Fábio Félix foi um dos defensores, no Conselho Universitário, de que o campus de Ceilândia não ofertasse cursos tecnólogos, mas cursos de graduação especializados, aprovados pelo Ministério da Educação (MEC), para atender à população. Segundo o deputado, o atendimento ambulatorial das áreas de terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia têm grande déficit no DF. “É mais uma porta que a Universidade está abrindo com um serviço necessário e urgente para a população de Ceilândia e do Distrito Federal”, comemorou o deputado distrital.

A reitora Márcia Abrahão reforçou o compromisso da UnB em fazer ensino, pesquisa e extensão com responsabilidade social. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A reitora Márcia Abrahão se emocionou ao relatar as dificuldades enfrentadas para que a expansão da UnB em Ceilândia, Gama e Planaltina fosse aprovada pela comunidade acadêmica e nos conselhos.

“Lembro das dificuldades que enfrentamos em 2008, na gestão do reitor Roberto Aguiar, para aprovarmos a expansão para Gama e Ceilândia. Depois, em 2010, na gestão do reitor José Geraldo, chegamos a votar no Consuni se o vestibular para o campus de Ceilândia seria suspenso. Hoje, digo que cada esforço que fizemos foi recompensado. Agora, nós demos mais este passo com o Centro Integrado em Saúde, cumprindo nossa missão de fazer ensino, pesquisa e extensão de qualidade e com forte compromisso social”, disse a reitora, que destacou as conquistas recentes, como a inauguração da Unidade de Ensino e Pesquisa da FCE.

A decana de Extensão, Olgamir Amancia, destacou que a integração da Universidade com os diferentes setores da sociedade, como as Câmaras Distrital e Federal, permite muitos avanços.

“Hoje, nós comemoramos uma ação que a Universidade de Brasília desenvolve na perspectiva de cumprir sua função social. A FCE tem uma marca bem forte, de uma presença sistemática da comunidade no acompanhamento das suas demandas. Sempre que a gente vem aqui para comemorar, a gente conta com a presença da comunidade de Ceilândia, que atua de forma muito destacada no sentido de garantir os direitos, o exercício da cidadania, para que as políticas públicas sejam voltadas à melhoria de nossas vidas”, destacou a decana.

“É nisso que a gente aposta fortemente quando fala sobre perspectiva de saúde, saúde coletiva, comunitária e integrada com os territórios. Precisamos rever a nossa lógica de atenção primária. Certamente este centro será uma referência para essa cidade tão nova, com todo conhecimento que a Universidade de Brasília produz muito bem”, parabenizou o deputado distrital Max Maciel (Psol).

O deputado Reginaldo Veras (PV), que destinou R$ 1,8 milhão em recursos para execução do projeto do Ginásio Poliesportivo da FCE, foi representado por seu assessor parlamentar, Hélio Queiroz.

PROJETO – O secretário de Infraestrutura da UnB, Augusto Dias, apresentou o projeto arquitetônico do CIS, ao final do evento. Com 3.544,37 m² de área total estimada, a edificação vai contar com corredor paralelo para circulação de estudantes e profissionais, espaços para simulação de atendimentos e salas de educação em saúde. Também está prevista a construção de piscina terapêutica e salas para administração de medicamentos, tratamento de lesão de pele e de avaliação audiológica.

GREVE – Durante a cerimônia, a reitora Márcia Abrahão também comentou a greve das servidoras e servidores técnico-administrativos da UnB: “Estão lutando por melhores salários e por uma carreira digna. Eles recebem hoje o menor salário da Esplanada dos Ministérios”.