INTERCÂMBIO

Estudantes de Relações Internacionais, Sociologia e Psicologia passaram no processo seletivo do Programa Capes – Fulbright

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Três alunos da UnB conseguiram bolsa para estudar durante um período nos Estados Unidos, no chamado doutorado sanduíche do Programa Capes-Fullbright. Entre o início de setembro deste ano e o fim de maio de 2017, Larissa Basso, Márcio Júlio Mattos e Rafaela Fontes estarão fora com o intuito de incrementar suas pesquisas, que hoje são realizadas nos departamentos de Relações Internacionais, Sociologia e Psicologia, respectivamente.

Márcio Mattos irá para o MIT, em Boston. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB


“Sempre tive interesse em frequentar o ambiente acadêmico fora do país, desde a graduação”, conta Márcio Mattos. “Eu sabia que, com a crise econômica, as opções de financiamento estavam escassas, e tentei essa e outras bolsas. Mas acredito que o fato de o meu orientador ter sido Fullbrighter no ano passado facilitou, porque ele me apresentou as opções de programas e me mostrou que conseguir a bolsa não era algo inatingível, pelo contrário: é extremamente possível.


O doutorando em Sociologia, que estuda violência urbana, já havia mapeado as universidades americanas de interesse em sua área de pesquisa e, nos próximos meses, frequentará a Universisty of Massachussets e terá orientação também com professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston. “Mais do que ir pra fora, eu queria ir pra Boston, porque é onde eles estão apresentando resultados mais importantes para a minha área de estudos. Então, eu já tinha uma cidade para ir, só tinha que encontrar uma universidade e um orientador que quisessem abrigar minha proposta de pesquisa. E, no meu caso, meu vínculo institucional será com mais de uma universidade, pois as pesquisas são compartilhadas entre elas,” explica Mattos.

 

Larissa Basso irá pela segunda vez para fora do país. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

Larissa Basso, que tem dois mestrados – um deles cursado integralmente na University of Cambridge , entre 2009 e 2010 –, está cheia de expectativas quanto à nova experiência fora do país. “Em Cambridge foi um choque enorme em todos os sentidos, mas que me fez muito bem como pessoa. Gostei muito dessa experiência”, relembra a estudante, que é formada em Direito.


Desde essa época, mudanças do clima e geração de energia se tornaram sua área de interesse, inclusive no departamento de Relações Internacionais da UnB, que poderá consolidar no doutorado sanduíche, na University of California, em San Diego. “É um tema muito consolidado na Economia e na Engenharia, mas é recente para os cientistas políticos”, afirma Larissa. “E é importante ter esse intercâmbio e ter outros pontos de vista sobre o mesmo tema. Eu sempre quis e meu orientador sempre foi um grande incentivador.”

 

No caso de Rafaela Fontes, o estímulo do orientador também foi fundamental para que ela tentasse a bolsa do Programa Capes-Fullbright. “Ele foi meu orientador no mestrado e, quando falei que queria tentar o doutorado na UnB, ele disse que queria que eu tentasse fora do país. Insisti em continuar com ele e aí fizemos um acordo de que eu tentaria fazer um doutorado sanduíche. Eu nunca morei fora e pensava nisso como um plano ideal, mas achei que nunca fosse acontecer por causa de dificuldade de conseguir bolsa etc.”, revela a aluna do Instituto de Psicologia da UnB, que frequentará a Utah State University, em Logan.

Rafaela Fontes enviou a proposta faltando três semanas para o fim do prazo. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB


“Mas logo que entrei no doutorado, um amigo me deu a dica dessa bolsa; só que faltavam três semanas para terminar o prazo! Virei a noite pensando em projeto, entrei em contato com o orientador de lá, que topou, e meu orientador daqui também. Fechei a proposta e mandei, mas pensei que não ia 'rolar', afinal, um projeto que fiz em três semanas... quando saiu o resultado foi uma surpresa pra mim. A ficha ainda está caindo”, comemora Rafaela.


A parte mais difícil do processo, segundo os três estudantes, é a de reunir todos os documentos necessários para a Capes e a Fullbright. “Fora isso, não é tão difícil quanto parece. Recomendo demais, pelo menos tentar a bolsa. Depois que eu vi o tanto que foi fácil, se eu tivesse terminado meu doutorado e nem tentado, eu ia ficar superarrependida, porque poderia ter conseguido. Recomendo muito a quem tiver possibilidade. Mete a cara e vai!”, provoca Rafaela Fontes.


PROGRAMA – O Programa Capes-Fulbright Estágio de Doutorando nas Ciências Humanas, Ciências Sociais, Letras e Artes nos EUA tem o objetivo de incrementar as pesquisas realizadas por doutorandos no Brasil nas áreas das Ciências Humanas, das Ciências Sociais, das Letras e das Artes e estreitar as relações bilaterais entre os dois países.


Entre os benefícios custeados pela Capes, estão mensalidade, auxílio deslocamento, auxílio instalação. Já a Fullbright (Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil) custeia auxílio pesquisa, auxílio de aquisição de livros e/ou computadores, auxílio participação em eventos nos EUA, seguro de saúde mínimo aceito pela universidade americana (a depender da instituição norte-americana), seguro para acidente e doença para estrangeiros (ASPE), curso de língua inglesa intensivo nos EUA, em caso de seleção do bolsista para o curso. As taxas acadêmicas e administrativas, se existirem, deverão ser custeadas pelo bolsista.