EDUCAÇÃO

Integrantes do MEC e da UnB acenaram para continuidade e aumento da oferta de vagas. Iniciativa é voltada para professores que atendem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa

Foto: Isnailon Silva/Comfor UnB

 

Um importante passo para o futuro dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa em todo o país foi concluído na última quinta-feira (29). No auditório da Reitoria da UnB, ocorreu a solenidade de conclusão do primeiro curso de Aperfeiçoamento em Docência na Socioeducação, realizado em uma parceria entre a Universidade de Brasília e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). Como o curso foi feito a distância, ao final da solenidade, um professor de cada estado recebeu um diploma representando os mais de 500 professores dos oitos estados que trabalham com adolescentes que cumprem medida socioeducativa.

 

Esta primeira oferta, pioneira no Brasil, visou oferecer formação continuada para os profissionais da educação básica, que, em sua maioria, estão dando aula em unidades de internação de adolescentes e que ainda não tinham formação específica nessa área. O compromisso agora, conforme a intenção dos interlocutores do MEC presentes e da própria universidade, é dar continuidade a essa formação em escala maior, a partir da experiência desta primeira oferta. “Agora nossa intenção é continuar esta parceria e que a UnB forme mais educadores de outras universidades e instituições federais para atender uma demanda expressiva de professores que já têm o desejo de realizar o curso”, disse o coordenador geral de Direitos Humanos da Secadi, Fábio Meirelles.

 

O decano de Ensino de Graduação da UnB, Mauro Rabelo, respondeu que a instituição está aberta para dar continuidade e reofertar o curso. Também sinalizou positivamente para a ampliação do curso a outros níveis, para fortalecer ainda os processos pedagógicos na socioeducação.

 

Em sua fala, o coordenador geral do Sistema Nacional de Medidas Socioeducativas da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH/PR), Cláudio Augusto, falou aos presentes que a centralidade do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) deve ser permanente na educação. “Este tema é central para a consolidação como uma política pública. A socioeducação está virando uma agenda e não mais restrita à esfera da segurança e do cárcere”, disse.

 

Cláudio Augusto avançou em sua fala e disse que muito desses jovens são atendidos pelo Estado brasileiro pela primeira vez pela socioeducação e que este é um trabalho de repercussão nacional para o reordenamento e para a afirmação do Estatuto da Criança e do Adolescente e da própria Constituição Federal.

Foto: Isnailon Silva/Comfor UnB

 

SINASE - Esta primeira turma de oito estados atendeu a uma das demandas estabelecidas pela Lei Federal nº 12.594/2012, que instituiu o Sinase, e é um dos 18 cursos integrantes do Comitê Gestor Institucional de Formação Inicial e Continuada dos Profissionais de Educação Básica (Comfor/UnB).

 

Na solenidade, também compuseram a mesa o diretor da Faculdade UnB Planaltina, Luís Pasquetti, e a coordenadora do curso de Aperfeiçoamento em Docência na Socioeducação na UnB, Cynthia Bisinoto, além das presenças do presidente do Sistema Nacional de Medidas Socioeducativas da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Luiz Roberto, e a conselheira da Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Raimunda Núbia.

ATENÇÃO O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor e expressa sua visão sobre assuntos atuais. Os textos podem ser reproduzidos em qualquer tipo de mídia desde que sejam citados os créditos do autor. Edições ou alterações só podem ser feitas com autorização do autor.