ENSINO

Professores da Universidade de Brasília participam de curso organizado pelo DEG. Ideia é proporcionar inovações em sala de aula

 

Professores da UnB aprendem no curso Neurociência: favorecendo a inovação na docência. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Em um auditório lotado de professores da UnB, Márcia Mortari, professora do Instituto de Ciências Biológicas (IB) e pesquisadora em neurociência, resumiu o funcionamento do cérebro humano: “Tudo o que sabemos e tudo que somos são trocas de cargas iônicas de sódio e de potássio”.

 

Em palestra sobre a relação das neurociências com processos de aprendizado, a pesquisadora desmistificou o conceito errôneo de que a plasticidade do cérebro humano e a habilidade de aprendizado estão restritos à infância e juventude. O encontro, realizado no último dia 30 de agosto, fez parte de uma série de três palestras do curso Neurociência: favorecendo a inovação na docência, promovido pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG) em parceria com o Centro de Educação a Distância (Cead) da UnB.

 

Os participantes aproveitaram a oportunidade para compartilhar experiências de abordagens pedagógicas que aplicam em sala de aula. O objetivo coletivo é fisgar a atenção do estudante em cenários que trazem diferentes estímulos externos que disputam a concentração, como barulho fora da sala, aparelhos celulares e até cansaço. Desses estímulos são desencadeados os chamados Três Ds: desatenção, dispersão e distração.

 

“Precisamos trabalhar para chamar atenção o tempo todo”, frisou Mortari, explicando que o desafio é fazer o estudante selecionar o que o docente transmite como algo importante. “Até a face da professora tem papel nisso. Mostrar alegria e motivação conta para atrair a atenção dos discentes. Atenção é um dos focos de estudos de neurociência, pois é a capacidade de focalizar em cada momento aspectos do ambiente, deixando de lado o que é dispensável”, ensinou. 

Professora Márcia Mortari durante curso Neurociência: favorecendo a inovação na docência. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Nesse processo, a neurociência aponta que é necessário haver intervalos para dar um descanso à mente. “Em uma aula de 1h50, é necessário dar de cinco a seis repousos. Não significa pausas programadas coletivas como um break para café, mas algo como uma brincadeira, uma piada, um vídeo, a produção de um texto, em uma abordagem de participação ativa”, instruiu.

 

Apesar de ser um dos primeiros na lista dos dispersores, os celulares podem ser usados como ferramenta para gerar interesse nos conteúdos ministrados pelos professores. Esse é um dos temas que serão abordados por Márcia Mortari no terceiro e último encontro do curso, que acontece no dia 6 de setembro.

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