MIGRAÇÃO

O evento comemorativo foi composto por diferentes painéis temáticos, com a presença de autoridades e especialistas

O primeiro painel do evento contou com a presença de pessoas que participaram do ato de criação do OBMigra. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

O Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) comemora uma década de contribuição significativa, como produtor dos dados oficiais sobre migrações e refúgio no Brasil. De 6 a 8 de dezembro, o seminário Desafios e Perspectivas da Migração Internacional: contribuições para políticas públicas reuniu nomes importantes para a temática, no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

 

Instituído em 2013 a partir de termo de cooperação entre a UnB e o então Ministério do Trabalho (MTb), por meio do Conselho Nacional de Imigração (CNig), o OBMigra hoje dialoga diretamente com o MJSP. A coordenação científica está a cargo do professor Leonardo Cavalcanti, do Departamento de Estudos Latino-Americanos (ELA/ICS/UnB), junto a equipe de pesquisadores em níveis de doutorado, mestrado e graduação. 

 

Ao pontuar a importância da data e do observatório, o anfitrião do evento destacou a necessidade de planejar o futuro. “A gente tem que pensar na migração, não apenas reagindo a fluxos e emergências, mas também com projetos e iniciativas que muitas vezes demandam tempo e maturação”, afirmou o Secretário Nacional de Justiça, Augusto Botelho.

 

Ainda durante a abertura do evento, o secretário de Assuntos Internacionais da UnB, Virgílio Almeida, ressaltou o trabalho da Universidade na construção do conhecimento científico de qualidade e falou da contribuição ativa para o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas e alinhadas com a realidade nacional.

 

“O fenômeno migratório não apenas molda a paisagem social, econômica e cultural, como também demanda uma análise cuidadosa e desapaixonada. Para compreender verdadeiramente as complexidades da imigração e do refúgio em nossa sociedade, é crucial cultivar um conhecimento científico sólido, afastando análises simplistas ou preconceituosas”, proferiu o secretário.

Mesa de abertura com a presença, da esquerda para a direita, do professor Virgílio Almeida (UnB); do diplomata Aloysio Gomide Filho, representante do MRE; do secretário Augusto Botelho (Senajus/MJSP); do coordenador-geral da PF, Marinho Rezende Jr; do diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Pereira; e da chefe de gabinete do MTE, Ana Paula Campelo. Foto: Anastácia Vaz/Secom UnB

 

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“Realmente esse trabalho de levantamento de dados, análise e divulgação de resultados é fundamental não só para a elaboração, mas para a atualização e o aperfeiçoamento de políticas”, reforçou o diplomata Aloysio Gomide Filho, diretor do Departamento de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

 

Também compuseram a mesa de abertura do evento a chefe de gabinete da Secretaria de Relações do Trabalho, Ana Paula Campelo, representando o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); o coordenador-geral de Polícia de Migração da Polícia Federal, Marinho Rezende Jr.; e o diretor de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Pereira.

 

LANÇAMENTO – A vasta programação ainda contou com o lançamento do Relatório Anual 2023. O documento analisa a presença de migrantes e refugiados no Brasil, a partir de dados da série histórica de 2011 a 2022, com informações inéditas de órgãos oficiais do Governo Federal.

 

O relatório oferece compreensão profunda do fenômeno migratório, abordando desafios essenciais para políticas migratórias, incluindo perfil, mercado de trabalho, remessas e acesso ao Bolsa Família, além de análises específicas sobre gênero, etnia, infância e tráfico de pessoas.

 

Um dos dados apresentados, por exemplo, foi a evolução dos nascimentos de filhos de mães imigrantes. Entre 2013 e 2022, esse fluxo resultou no nascimento de quase 130 mil crianças. O relatório tem como um dos organizadores o professor Leonardo Cavalcanti (ELA/ICS/UnB), que também é coordenador científico do OBMigra.

 

“As políticas públicas não podem ser feitas através de narrativas. Elas precisam de evidências, a partir de dados bem analisados e tratados com rigor científico. Assim, a gente pode elaborar políticas que mitiguem desigualdades”, explica Leonardo Cavalcanti.

 

“O Brasil consegue produzir, divulgar e disseminar dados com tempestividade mensal. São pouquíssimos os países que conseguem isso. Então, somos uma liderança, graças a esse acordo de cooperação técnica entre os órgãos”, reforça.

 

Já na quinta-feira (7), foi a vez do lançamento do DataMigra BI. “É uma plataforma interativa de dados, que vai facilitar o acesso dos usuários, fazendo que ocorra de forma muito mais amigável do que ter que baixar o microdado ou ter de analisar uma tabela em planilhas, por exemplo”, afirma Leonardo.

 

REVISTA DARCY – Com o lançamento oficial da edição número 30 da revista Darcy, nesta sexta-feira (8), convidamos todos a relembrarem a edição 17, que tratou especialmente sobre migração.

 

A reportagem especial fala da chegada de estrangeiros ao Brasil, apresentando dados sobre a temática e um mosaico representativo dos vários povos que habitam nossa terra e enriquecem a Universidade de Brasília com sua presença, costumes e cultura.

 

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