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Lui Habl cursou graduação e pós na Universidade de Brasília e foi estagiário da Agência Espacial Brasileira. Ele pesquisa o uso do iodo como combustível

Lui Habl é engenheiro espacial e mestre em Física. Foto: Arquivo pessoal

 

Inspirador. Assim o professor do Instituto de Física José Leonardo Ferreira define seu ex-aluno Lui Habl: “Ele foi fundamental para o Instituto de Física da UnB e formou vários alunos para a área espacial”. Enquanto estudante da UnB, Lui Habl integrou o projeto Uniespaço, apoiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Engajado nas pesquisas em torno do uso do iodo sólido como propelente de satélites de pequeno porte, Lui participou recentemente de equipe que publicou artigo na revista Nature e teve experimentos realizados no espaço.

 

O desenvolvimento do propulsor teve a participação de uma equipe de aproximadamente 15 engenheiros e físicos. “Eu pessoalmente participei de diversas etapas na parte de física experimental para caracterização do sistema e de estudo dos fenômenos de física de plasma ocorrendo especialmente na pluma do propulsor. Apesar de o iodo ter várias vantagens de ser utilizado como propelente, sua física quando em estado de plasma ainda é relativamente desconhecida e pode ser complexa”, disse Lui.


O plasma é um dos quatro estados fundamentais da matéria, similar ao gás. Com temperaturas mais altas, os elétrons de um gás separam-se dos átomos, e o gás transforma-se em uma mistura altamente ionizada de elétrons e íons positivos.

 

O experimento teve um longo caminho antes de ser testado. O desenvolvimento do propulsor foi iniciado em 2017 com diversas iterações de projeto e campanhas experimentais para sua caracterização; durante 2019-2020 o sistema foi qualificado para voo e lançado a bordo do satélite Beihangkongshi-1. “Foi uma longa trajetória de muitos passos de desenvolvimento e testes no solo para assegurar que o sistema iria funcionar corretamente no espaço“, disse Lui.

Na UnB, Lui Habl realizou pesquisas no Laboratório de Física de Plasmas do Instituto de Física. Foto: Arquivo pessoal

 

A grande maioria dos propulsores elétricos utilizados até hoje usam outras substâncias como propelente, o que sempre requereu um grande esforço de armazenamento e de gerência. Dessa maneira, o iodo trouxe uma maneira muito mais fácil e barata de se utilizar propulsão elétrica no espaço, possivelmente tornando essa tecnologia muito mais acessível a mais missões em termos de custos e de tamanho.

 

Após o experimento, foi publicado um artigo na revista Nature, uma das principais revistas científicas do mundo. “Ficamos extremamente felizes com a notícia do aceite da publicação pela Nature, tendo em vista sua enorme reputação e que esse é um dos primeiros artigos nessa revista sobre propulsão elétrica”, conta o engenheiro aeroespacial.

 

Durante sua formação, Lui foi estudante de Engenharia Aeroespacial e aluno de mestrado em Física na UnB, foi estagiário da AEB e participou de várias ações do programa Uniespaço. “O setor espacial vem crescendo no mundo inteiro com o advento da miniaturização dos satélites e de startups e projetos espaciais no âmbito do new space. Porém, acredito que, como todas as áreas da ciência e engenharia no Brasil, esse futuro depende de um financiamento de qualidade e constante por parte do Estado para que a área possa se desenvolver e treinar novos alunos para propor e desenvolver projetos inovadores, e assim liderar o programa espacial brasileiro nos próximos anos. O financiamento público por parte da AEB, do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e da FAP-DF [Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal], assim como uma estrutura universitária de qualidade, foram fundamentais para que eu pudesse ser treinado para os projetos de pesquisa que participo atualmente”, alerta Lui.

 

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