Valdir Adilson Steinke

O primeiro ano de gestão da Secretaria de Meio Ambiente da Universidade de Brasília (SeMA/UnB) representou a consolidação de um ciclo de amadurecimento institucional ancorado na responsabilidade pública, na ética socioambiental e na capacidade de articulação multiescalar. Ao longo desse período, a SeMA se afirmou como eixo estruturante da governança ambiental da Universidade, operando simultaneamente em frentes externas, internas e cotidianas que, integradas, configuram um projeto amplo de sustentabilidade acadêmica e administrativa.

No plano institucional externo, alcançaram-se avanços notáveis na ampliação das relações com órgãos administrativos do Governo do Distrito Federal e da esfera federal. O fortalecimento desses vínculos colocou a UnB em posição de maior protagonismo na discussão, formulação e execução de políticas ambientais estratégicas, consolidando-a como centro de produção de conhecimento capaz de dialogar de forma qualificada com gestores públicos, oferecer subsídios técnico-científicos e participar ativamente da construção de políticas públicas voltadas à conservação, à gestão territorial, à proteção da fauna e ao enfrentamento dos desafios climáticos contemporâneos. Essa ampliação da presença institucional reafirma a UnB como referência em sustentabilidade no ensino superior brasileiro.

No âmbito interno, o ano foi marcado pelo aprofundamento das relações institucionais da SeMA com os decanatos e demais secretarias da Universidade, com destaque para a SINFRA, a STI e a PRC. Esse movimento consolidou uma arquitetura de governança ambiental mais integrada, capaz de romper a fragmentação tradicional entre setores e de promover ações transversais que articulam ensino, pesquisa, extensão e inovação. A SeMA assumiu, nesse processo, o papel de catalisadora de iniciativas que reposicionam a sustentabilidade como princípio orientador das práticas acadêmicas e administrativas, estimulando a emergência de novas metodologias, projetos colaborativos e soluções tecnológicas que ampliam o impacto socioambiental das atividades universitárias.

No cotidiano dos campi, por sua vez, consolidaram-se ações fundamentais que dão materialidade à agenda ambiental da UnB. A manutenção e o aprimoramento dos processos de coleta e gestão de resíduos sólidos, a manutenção do Plano de Manejo de Felinos e o fortalecimento das atividades de manejo florestal constituíram frentes essenciais para assegurar a integridade dos ecossistemas universitários. Essas ações reforçam o compromisso ético com a fauna e a flora que coexistem com a vida acadêmica e demonstram que a sustentabilidade se realiza sobretudo nos detalhes da rotina institucional, na qual a ciência, a gestão e a sensibilidade se encontram.

Paralelamente, expandiram-se iniciativas de mobilização e sensibilização da comunidade universitária. Ao promover campanhas de educação ambiental, atividades formativas e ações de engajamento social, a SeMA buscou recolocar o cuidado ambiental como elemento constitutivo da vida universitária, fortalecendo a corresponsabilidade de estudantes, docentes e técnicos-administrativos na preservação do patrimônio natural da UnB. Nesse sentido, a comunidade foi convidada não apenas a compreender os desafios, mas a participar ativamente de soluções que transcendam o campo simbólico e se inscrevam nas práticas diárias.

Embora os avanços obtidos sejam expressivos, permanecem desafios relevantes: aprimorar instrumentos de planejamento ambiental, expandir programas de monitoramento, fortalecer políticas de resíduos, ampliar ações de adaptação climática e consolidar redes cooperativas com instituições nacionais e internacionais. Esses desafios constituem o horizonte estratégico para o próximo ciclo de gestão, orientando esforços e reafirmando a necessidade de continuidade institucional.

Conclui-se este primeiro ano com um chamado claro e comprometido à comunidade universitária: que cada integrante da UnB reconheça seu papel insubstituível na construção de uma universidade ambientalmente responsável, resiliente e socialmente engajada. A SeMA continuará oferecendo diretrizes, políticas e suporte técnico; contudo, é a participação ativa de todas e todos que converte intenções em resultados concretos. Que a Universidade de Brasília siga unida na defesa inegociável do meio ambiente e na construção de um futuro sustentável, sensível e profundamente comprometido com a vida.