Fernando Oliveira Paulino
UnB oferece curso em parceria com UFU, MEC e com a Presidência da República
Maio é um mês de promoção ainda maior da liberdade de expressão. Três de maio foi proclamado Dia Mundial da Liberdade de Imprensa pela Assembleia Geral das Nações Unidas de 1993, seguindo uma recomendação adotada na 26ª sessão da Conferência Geral da Unesco em 1991. Esta decisão histórica foi uma resposta direta a um apelo de jornalistas africanos que, em 1991, elaboraram a Declaração de Windhoek1. Este documento seminal defendia um jornalismo livre, independente e pluralista no continente africano, e seus princípios ressoaram globalmente, culminando na instituição do dia internacional.
A data de 3 de maio serve como um lembrete anual à comunidade internacional sobre a importância fundamental da liberdade de expressão e de imprensa como pilares da democracia e dos direitos humanos. Assim, o período serve para celebrar os princípios essenciais da liberdade de imprensa, avaliar a situação da liberdade de imprensa em todo o mundo, defender os veículos de comunicação contra ataques à sua independência e homenagear os jornalistas que perderam suas vidas no exercício de sua profissão.
Além disso, a efeméride destaca a necessidade de garantir um ambiente seguro e propício para que os jornalistas possam trabalhar sem medo de retaliação, contribuindo, assim, para sociedades mais informadas e justas. A liberdade de expressão e a educação midiática são intrinsecamente ligadas, atuando como pilares para a construção de sociedades democráticas e informadas. A liberdade de expressar ideias, opiniões e informações é um direito fundamental, mas para que essa liberdade seja exercida de forma plena e responsável, a educação midiática se torna essencial. Ela capacita os indivíduos a desenvolverem um olhar crítico sobre as mensagens que consomem e produzem, compreendendo as diferentes formas de mídia, seus propósitos e potenciais interesses e vieses.
Ao adquirir habilidades de análise, avaliação e interpretação da informação, os cidadãos se tornam menos suscetíveis à desinformação e à manipulação, fortalecendo a qualidade do debate público e o exercício consciente da sua liberdade de expressão. Nesse sentido, a educação midiática funciona como um escudo estimulador da liberdade de expressão, garantindo que ela não seja deturpada ou utilizada para disseminar conteúdos prejudiciais. Indivíduos com senso crítico apurado são capazes de discernir informações confiáveis de notícias falsas, identificar narrativas tendenciosas e participar ativamente da esfera pública de maneira informada e construtiva.
Ao promover a educação midiática, investe-se na autonomia intelectual dos cidadãos, permitindo que eles exerçam sua liberdade de expressão com responsabilidade, contribuindo para um ambiente informacional mais saudável e democrático. Em última análise, a educação midiática empodera os indivíduos a serem não apenas consumidores, mas também produtores conscientes de informação, enriquecendo o pluralismo de ideias e a vitalidade da liberdade de expressão.
Por meio de parceria entre UnB, Universidade Federal de Uberlândia, Ministério da Educação e Presidência da República, o curso de aperfeiçoamento em Educação Midiática para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e das Diversidades pretende desempenhar um papel crucial no fortalecimento tanto da liberdade de expressão quanto da própria educação midiática. As inscrições estão abertas até segunda, 12/5.
Ao oferecer ferramentas conceituais e práticas para analisar criticamente as mensagens midiáticas e compreender seus impactos na sociedade, o curso vai capacitar os participantes, sobretudo professoras(es) de educação básica, a disseminarem os conceitos desenvolvidos e exercerem sua liberdade de expressão de forma mais consciente e responsável. A compreensão aprofundada das dinâmicas da mídia, incluindo a identificação de desinformação e discursos de ódio, é fundamental para a construção de um ambiente informacional mais saudável e para a defesa dos direitos humanos e das diversidades, pilares essenciais de uma sociedade livre e justa.
Este curso representa uma oportunidade ímpar para educadores, comunicadores, ativistas e todos os cidadãos interessados em aprimorar suas habilidades de leitura e produção midiática. Ao se inscreverem, os participantes terão a chance de desenvolver competências essenciais para navegar no complexo cenário informacional contemporâneo, contribuindo ativamente para a promoção de debates públicos qualificados e para o combate à intolerância e à discriminação.
Referências
1. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000378158
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