Flávia Nogueira de Sá e Jonilto Costa Sousa

No primeiro final de semana deste mês, recebemos com muita tristeza e pesar a notícia da morte na nossa amiga e colega de trabalho Luciana de Oliveira Miranda. A nossa querida Lu estava internada há quase três meses, inicialmente devido à dengue, mas que só agravou a doença que ela já possuía, uma espécie de pneumonia crônica.

Luciana graduou-se em 1993 em Sociologia e Política pela PUC-Rio e obteve o seu mestrado em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas em 1995.

Nascida no Rio de Janeiro (o que pode explicar o seu jeito de ser, alegre, com um sorriso encantador), Luciana chegou a Brasília para o seu doutorado na área de Administração aqui na UnB em 2009. Quando chegou por aqui, já tinha na bagagem a experiência de 14 anos como professora porque já havia lecionado em outras universidades, entre as quais a Universidade Federal de Viçosa. Ainda terminando o doutorado, tornou-se professora assistente na FUP em 2011. Os dois autores deste artigo atuam em diferentes cursos no campus de Planaltina, Gestão Ambiental e Gestão do Agronegócio e a professora Luciana atuou nos dois cursos de graduação, deixando uma impressão similar de exemplo de profissionalismo, de responsabilidade, de competência, de companheirismo e acima de tudo de humanidade e de alegria. Em pouco mais de 12 anos, deixou uma grande marca em nosso campus, tendo atuado na coordenação dos dois cursos de graduação, além de ser orientadora e participar da coordenação do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública/UnB (PPGP). Lecionou diferentes disciplinas e orientou estudantes, tanto da graduação quanto da pós graduação. Ela tinha o dom da sala de aula porque transmitia com maestria o conhecimento. Era querida pelos estudantes, cativados por seu sorriso e disponibilidade para sempre ajudar quem precisava. Muitos a consideravam verdadeira amiga e o resultado era sua presença constante nas cerimônias de formatura porque era sempre homenageada.

Entre os colegas professores, a admiração não era diferente. Lembrada pela simpatia, pelo bom humor que lidava até com os problemas mais complicados e pela presteza. Eu, professora Flávia, trabalhei mais de perto com a professora Luciana na coordenação do curso de Gestão Ambiental. Somos de áreas de conhecimento bem diferentes, mas rapidamente tornamos grandes parceiras pela sua competência, pelas opiniões sensatas e inteligentes e por estar sempre pronta para ajudar e contribuir. Passamos por desafios complexos como a reforma do Projeto Pedagógico de Curso, uma visita do MEC, e Luciana sempre esteve ao meu lado, fosse sábado, domingo ou feriado, cumprindo as tarefas divididas ou simplesmente compartilhando seu bom humor nos momentos mais estressantes, tornando-os mais leves. Por isso foi muito fácil trabalhar com ela. Com o desenvolvimento de sua doença não foi diferente. Como já sentia os sintomas pulmonares, passou o último ano atrás do diagnóstico do que causava seu mal-estar. Entre a busca por médicos, exames desconfortáveis e espera por diagnóstico, era capaz de contar sorrindo e de uma forma inacreditavelmente positiva. Suas risadas nos corredores e sala de aula, as longas mensagens de WhatsApp e conversas farão muita falta para mim e para toda a comunidade do campus.

Escrever sobre a Luciana, eu como seu amigo, prof. Jonilto, é profundo por lembrar da nossa linda trajetória na UnB; inicialmente como estudantes doutorado no PPGP/UnB, momento em que a conheci, e como profissional, atuamos no Projeto Piloto do Curso de Administração a Distância da UnB. Sempre atuante e comprometida com todos os desafios que se apresentavam a época. E em 2012, nos reencontramos como professores de Faculdade UnB de Planaltina. Desde então, fortalecemos o propósito de compromisso com o ensino, a pesquisa, a extensão e a gestão do Campus. Em todo o tempo, presente e atuante, quer seja nos eventos, nos projetos, nas reuniões, e nos debates acadêmicos.

Também neste tempo consolidamos a amizade que ganhei ao logo dos anos na UnB. Compartilhamos tantas conversas, conselhos, projetos de vida, muitos risos e choros também. Ir à casa da Luciana era sempre motivo de alegria, de boas conversas e de muitas risadas e todos participavam: a filha Renata, o alegre cãozinho e os dois gatos. Sempre presentes nas visitas, e eles eram a paixão da Lu!

Deixa uma filha e um noivo, que juntos aos colegas, estudantes, funcionários e amigos da UnB vão sentir muitas saudades. Mas irão lembrar para sempre daquela professora que passou por aqui para cuidar de todos, para nos ensinar e compartilhar alegria. Muitos motivos para nos alegrar por ter tido a honra e a oportunidade de te conhecer e ter aprendido tanto contigo, Lu.