EDUCAÇÃO

Capital recebe por três dias as atividades do Enforsup e do Interfor

Foto: Gabriela Studart/UnB Agência

 

Refletir sobre o cenário, os desafios e as missões da carreira docente é alvo do VI Encontro Inter-Regional Norte, Nordeste e Centro-Oeste sobre Formação Docente para Educação Superior e Básica (Enforsup) e da edição inaugural do Encontro Internacional sobre a Formação Docente para a Educação Básica e Superior (Interfor). Integrados, os dois eventos foram iniciados na manhã desta quarta-feira (13), na Fiocruz, com apoio da Universidade de Brasília.

 

“Precisamos saber urgentemente como atrair e desenvolver uma geração forte de professores”, alertou o especialista em educação espanhol Miguel Ángel Zabalza, convidado para a conferência de abertura dos eventos. Segundo ele, a profissão de docente se distingue de outras carreiras tradicionais por “não ser apenas um ofício, mas uma missão social”.

 

Antes da apresentação do europeu, o reitor da UnB, Ivan Camargo, destacou a relevância do encontro. “Discutir a formação, a docência e o ensino básico é papel fundamental da Universidade”, afirmou. O gestor elogiou os responsáveis pelo evento com menção especial à emérita Ilma Passos Veiga, coordenadora da comissão organizadora. “Vejo a professora Ilma e me parece que a carreira docente rejuvenesce”, disse. “É preciso enaltecer esse trabalho tão importante”.

 

A professora Ilma fez as considerações iniciais do Enforsup e do Interfor. Ela destacou o apoio das instituições e dos pesquisadores para a realização dos encontros. Ressaltou também o valor simbólico das atividades serem sediadas em Brasília e discorreu sobre a relação da cidade com a UnB. Em analogia ao ipê amarelo, presente na logomarca do evento, sugeriu que o docente deve ser “forte para lutar pela qualidade de uma educação cidadã”.

 

A abertura das atividades, que reúnem inscritos de todo o país, levou cerca de 300 pessoas ao auditório externo da Fiocruz. Os eixos temáticos do evento incluem a formação docente, o currículo pedagógico e a avaliação educacional. Mais de 400 apresentações orais e a exposição de 90 pôsteres de pesquisadores estão entre os destaques dos encontros. Confira a programação.

 

Enforsup e Interfor são promovidos com apoio dos decanatos de Ensino de Graduação (DEG/UnB) e de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP/UnB), da Faculdade de Educação (FE/UnB), da Associação de Docentes da UnB (ADUnB), do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), da Rede Inter-Regional Norte, Nordeste e Centro-Oeste sobre Docência na Educação Básica e Superior (Rides), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Foto: Gabriela Studart/UnB Agência

 

REVOLUÇÃO DOCENTE – A apresentação de Miguel Ángel Zabalza trouxe ponderações sobre a necessidade de mudanças na formação de docentes. O especialista espanhol apresentou dados da Unesco sobre déficit de professores, que pode alcançar 6 milhões de profissionais em todo o mundo. Para ele, atender a essa demanda de forma qualificada envolve desafios como fortalecer a identidade docente, construir planos de estudos inovadores e estimular a aprendizagem continuada.

 

Zabalza fez críticas à profissionalização excessiva, sem a devida atenção às especificidades da carreira docente. Entre as consequências desse processo estariam o estímulo ao individualismo e a falta de diálogo entre diferentes áreas. “Um químico, por exemplo, pode saber muito de sua área, mas pode não saber ensinar”, disse. O educador também falou da importância da adaptação às mudanças dos contextos culturais e do uso de novas tecnologias.

 

“Essas reflexões são muito importantes porque não são baseadas no achismo”, disse o decano de Pesquisa e Pós-Graduação, Jaime Santana, que destacou a carreira do pesquisador convidado. Antes de conduzir perguntas da plateia, o decano parabenizou os responsáveis pelos encontros. “Todos sabemos que fazer um evento como este é extremamente difícil”.

 

Saiba mais sobre o Enforsup e o Interfor.

 

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