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A literatura movente de Chimamanda Adichie
Livro examina a ficção de Chimamanda Adichie, uma das principais escritoras da atualidade
Professor da UnB, o autor Cláudio Braga aborda os temas que fazem da autora africana um fenômeno mundial, atingindo milhões de leitoras e leitores contando histórias de mulheres negras em deslocamento constante, tendo que lidar com desafios de diferenças culturais, aceitação de si, racismo e mercado de trabalho. O lançamento será na próxima quinta-feira, às 18h, na Livraria da Editora UnB, no Centro de Vivência, Campus Darcy Ribeiro
Publicado pela Editora UnB, A literatura movente de Chimamanda Adichie (2019) é um livro objetivo, de leitura rápida, que discute por que os romances e contos dessa escritora nigeriana, traduzida para mais de 30 línguas, fascinam tantos leitores pelo mundo. O autor Cláudio Braga, professor da Universidade de Brasília, fez um estudo de temas, personagens, enredos e ambientações das narrativas de Adichie, focalizando, sobretudo, o romance Americanah (2013).
Adichie é bastante conhecida pelo discurso feminista, mas o livro de Braga prioriza sua criatividade literária, estabelecendo diálogos entre a ficção da autora e os temas do professor pesquisador: pós-colonialidade, descolonização cultural e diáspora. A forma como o mundo se encontra hoje, para Braga, pode ser chamada de pós-colonialidade, já que reflete as transformações e os traumas da colonização. Como representações da condição pós-colonial, as narrativas de Adichie problematizam, conforme Braga, questões como língua, cidadania, identidade e autoestima. Tais questões se conectam com a noção de descolonização cultural, que se refere a um conjunto de ações, pensamentos e comportamentos que buscam criar formas de sobrevivência e de emancipação para indivíduos e sociedades pós-coloniais.
Outro tema encontrado em A literatura movente é a intensa mobilidade humana em tempos de globalização. Para isso, Braga traz o conceito de diáspora, que é a dispersão de grupos para além de suas terras de origem. Para o autor, esse conceito é útil para entender a literatura de Adichie, que é repleta de personagens em movimento, vivendo situações delicadas de discriminação e rejeição nas sociedades que os recebem. Braga analisa, principalmente, a protagonista Ifemelu, de Americanah.
O livro finaliza com um exame das estratégias de construção literária de Adichie, que o autor denomina “literariedade pós-colonial diaspórica”. Para Braga, estrutura e enredo são, no projeto literário de Chimamanda Adichie, aspectos técnicos essenciais para que que a autora faça a junção entre forma e conteúdo, que resulta em narrativas atraentes para um grande número de leitoras e leitores, além de reconhecimento da crítica.
Serviço
Lançamento do livro: "A literatura movente de Chimamanda Adichie"
Data: Quinta-feira, 16 de maio
Horário: a partir de 18h
Local: Livraria da UnB, Asa Norte, Campus Darcy Ribeiro (ao lado do Banco do Brasil)
