Raphael Lopes Olegário
O Brasil vive um processo acelerado de envelhecimento demográfico. Estima-se que, até 2050, o número de pessoas idosas será duas vezes maior do que hoje, acompanhado de um possível aumento nos casos de declínio cognitivo. Frente a esse cenário, a ciência tem destacado o exercício físico como uma ferramenta essencial para manter a saúde cerebral, preservar a independência e reduzir o impacto das doenças relacionadas ao envelhecimento.
Evidências científicas relatam que idosos fisicamente ativos apresentam melhor desempenho em memória, atenção e funções executivas, além de maior preservação de áreas cerebrais fundamentais para a cognição. Esses benefícios não se restringem ao indivíduo: ao diminuir o risco de comprometimento cognitivo, o exercício físico também contribui para reduzir a sobrecarga dos sistemas de saúde e assistência, consolidando-se como um recurso estratégico na formulação de políticas públicas.
Recentemente, o crescimento de estudos sobre atividade física e envelhecimento tem ampliado nossa compreensão sobre modalidades mais eficazes, intensidade e frequência ideais para cada perfil. Essa base científica apoia a formulação de diretrizes mais eficazes em nível institucional e comunitário.
O Dia Nacional da Saúde (5 de agosto) ressalta a urgência de incorporar o exercício físico às políticas de envelhecimento ativo. Essa data simboliza a relevância da construção de ambientes que incentivem a prática regular de movimento como forma de promoção da saúde cerebral e social.
Universidades, centros de pesquisa e gestores públicos devem unir esforços para transformar conhecimento em ação. O exercício físico deve ser reconhecido como pilar central das políticas de envelhecimento saudável, aliado a estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação funcional.
Envelhecer com dignidade não é apenas prolongar a vida, mas garantir que ela tenha qualidade, autonomia e participação. E nisso, o movimento é um dos nossos maiores aliados.
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