Ricardo Bomfim Machado e Ludmilla Moura de Souza Aguiar
Sim, é verdade. Você sabia que os gatos têm um dia só deles para celebrar? No Brasil, esse dia é comemorado em 17 de fevereiro, como na Itália e Polônia, por exemplo. Outros países também celebram o dia do gato, variando as datas: na Rússia pode ser em março, em agosto no Estados Unidos ou outubro no Reino Unido. Qualquer que seja o dia, a homenagem aos gatos serve para nos lembrar de como esses bichinhos são importantes para o ser humano. O convívio com esses felinos é antigo, pois estima-se que o processo de domesticação começou há uns 10 mil anos, na região do norte da África (Egito) e Oriente Médio. A vantagem para o ser humano foi o convívio com um animal que além de simpático é excelente caçador, e dava conta dos roedores que atacavam os estoques de grãos e outros alimentos produzidos e guardados em casas e fazendas.
Desde então, os gatos viraram companheiros para parte da população. Dizemos “parte da população”, porque não há um consenso sobre os gatos. Há quem os ame, há quem os deteste. Os gatos são como o pequi e o coentro na culinária ou a bolsa pochete na moda. Aqueles que não gostam dos felinos costumam alegar que os gatos são por demais independentes e autônomos. Não respondem aos comandos, dificilmente são adestrados, causam alergias respiratórias, podem transmitir doenças, podem nos arranhar ou, pior ainda, podem arranhar nossos móveis! Uma coisa é ter gatos em casa ou apartamento. Mas gatos sem donos e deixados em vida livre são um sério problema para a natureza. Veja o texto publicado na UnBNotícias sobre os estragos causados pelos gatos nessa condição. Gatos caçam mamíferos, insetos, pássaros e répteis, sendo responsáveis pela morte de bilhões de aves e mamíferos todos os anos. Desequilibram os ecossistemas verdes que mantêm nossa qualidade de vida nas cidades e áreas protegidas. São uma das principais causas de declínio de outras espécies em diferentes partes do mundo!
Contudo, as pessoas que gostam dos gatos os veem de um modo diferente. Gatos acalmam as pessoas. São seletivos e se aproximam das pessoas que os tratam bem. Gostamos de observar os comportamentos dos gatos, de admirar sua habilidade de caçar, do seu andar silencioso e de sua capacidade de entrar em esconderijos ou passar por locais aparentemente impossíveis. Gatos são como aquele robô metálico do filme “O exterminador do futuro 2 – Dia do julgamento”, que se torna líquido e passa por qualquer buraco e até debaixo das portas, para depois voltar ao normal. Gatos nos ensinam a respeitar o limite do outro, um hábito civilizado ultimamente tem sido constantemente ignorado.
Mas afinal, para que serve o dia do gato? O dia do gato serve para nos lembrar da importância dos bons cuidados com os animais. Serve para estimular as consultas aos veterinários para avaliações da saúde dos animais e vacinações. Serve para estimular atitudes para adoção (não a compra) de animais desamparados. O IBGE estimou em 24 milhões o número de gatos no Brasil e projeções para termos até 71 milhões desses animais em 2030. Muitos deles estão soltos e sem lar definido, como podemos testemunhar pelo número de animaizinhos atropelados. Assim, apoiar os abrigos e associações que cuidam de gatos de rua é um bom ato a ser feito no dia do gato.
Mas como é também o dia de celebração para os donos dos gatos, em alguns países, as pessoas comemoram o dia do gato vestindo-os com roupas e fantasias engraçadas. Os gatos vestidos dessa forma são levados em paradas e desfiles. Mas é importante lembrar: gato tem que ser cuidado em domicílio; gatos soltos são exímios predadores da fauna nativa. Castrar diminui o número de gatos, mas não diminui a fome do gato. Então manter o gato em segurança, no seu lar, é dar a melhor vida para todos nós.
E você? É simpatizante dos gatos ou não?
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