OPINIÃO

José Carmine Dianese é professor emérito da UnB, PhD em Fitopatologia pela University of California-Davis, Fellow da  American Phytophological Society (APS), recipiente do Emil Mrak International Award-Univ. of California-Davis, Honoray Member-Mycological Society of America, Membro Honorário da Associação Latino-Americana de Micologia, ex-Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da UnB. Foi membro do Permanent Nomenclature Committee for Fungi da Intern. Assoc. of Plant Taxonomists, além de membro do Executice Committee da International Mycological Association e do Mycology Committee da APS.

José Carmine Dianese

 

José Carmine Dianese, professor-emérito, Diretor do Instituto de Ciências Biológicas (1972-1978), com mais uma conquista, torna-se um dos mais laureados docentes da UnB em âmbito internacional. Acaba de receber, em solenidade realizada durante o XII Congresso Internacional de Micologia realizado em Maastricht, Holanda, em agosto passado, a cobiçada comenda de Fellow da International Mycological Association (IMA).

 

Mantendo-se ativo após sua aposentadoria em 2010 como orientador de mestrado e doutorado, seus trabalhos sobre fungos do Cerrado com alunos e colaboradores, levaram antes à implantação da Coleção Micológica do Departamento de Fitopatologia já em 1993, através de um financiamento de U$ 260.000,00 da Fundação Banco do Brasil. A partir daí, uma das contribuições mais significativas de Dianese foi o estudo da biodiversidade, taxonomia e filogenia de fungos associados a plantas do Cerrado brasileiro, após ter sido pioneiro com seus trabalhos com doenças de eucalipto e de cultivos, como o abacaxizeiro e feijoeiro.

 

Do Cerrado, foram descritas até o presente, mais de 130 novas espécies e 22 gêneros novos de fungos do Cerrado, além de 2 novas famílias, em cerca de 120 trabalhos publicados em periódicos de grande relevância internacional. Com isso, a partir da década de 1990, a UnB consolidou-se paulatinamente como um ativo polo de pesquisa moderna em micologia tropical, demonstradas pelas premiações de valor incontestável, recebidas pelo Prof. Dianese. Assim, cabe lembrar também que se trata do segundo latino-americano e único brasileiro a se tornar Fellow da International Mycological Association-2024.

 

Anteriormente, depois de presidir a Associação Latino Americana de Micologia (2002-2005), ele se tornou Membro Honorário desta Associação em 2008 (La Plata, Argentina), recebeu a honraria maior da Sociedade Brasileira de Fitopatologia em 2009 (Prêmio Álvaro Santos Costa), em 2010 tornou-se o único brasileiro eleito Honorary Member-2010 da mais importante sociedade científica nacional do mundo dedicada ao estudo dos fungos, a Mycological Society of America; além de primeiro brasileiro detentor do Emil Mrak International Award- 2013, outorgado a um ex-aluno da Universidade da California-Davis, com atuação profissional fora do Canadá e Estados Unidos, que tenha desenvolvido trabalho acadêmico com destaque internacional. No mesmo ano de 2013, tornou-se o quarto brasileiro Fellow of the American Phytopathological Society (APS Fellow), seguindo o Prof. Elliot Watanabe Kitajima, com isso tornando a Pós-Graduação em Fitopatologia da UnB historicamente a única do país até o presente com dois APS Fellows em seu quadro docente.

 

Esta comenda, que parte da mais importante sociedade científica do mundo dedicada à fitopatologia, hoje com 116 anos de existência, é concedida a pesquisadores com projeção internacional que contribuíram, significativamente, para o progresso dos estudos sobre doenças de plantas e seus agentes causais. Dianese, se diz um seguidor de Darcy Ribeiro, praticando o lema de que “temos de lidar com problemas nacionais baseados nos padrões de excelência internacionais”. Além da dedicação à pesquisa e ao ensino, o professor também é conhecido pelos serviços à administração universitária. Foi diretor do Instituto de Ciências Biológicas de 1972 a 1978, quando foi o principal responsável pela implantação de dois grupos de pesquisa que cresceram e se transformaram nos atuais Departamentos de Fitopatologia e de Ecologia, ambos há tempos com cursos de Mestrado e Doutorado. Apenas no caso da implantação da Ecologia, conseguiu drenar, na direção da UnB, mais de um milhão de dólares em projeto diretamente financiado pelo Governo Federal, através da FINEP. Finalmente Dianese destaca que “Deixa claro, acima de tudo, sua gratidão à UnB que por mais de 40 anos ofereceu a ele plenas condições para trabalhar em nível ajustado às necessidades da própria instituição e do Brasil”.

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