OPINIÃO

 

 

Fernanda Mendes Dias é licenciada e bacharela em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília, atualmente pós-graduanda lato-sensu em Ensino de Sociologia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Foi integrante do grupo Femivida por quatro anos. Foi bolsista PIBIC e desenvolveu trabalho de conclusão de curso sob orientação da professora Lourdes Bandeira. 

 


Sofia Guimarães Campos é formada em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília, atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSOL/UnB). Foi integrante do grupo Femivida por quatro anos e bolsista PIBIC sob orientação da professora Lourdes Bandeira. 

 

 

Thayná Rodrigues Cunha Porto é formada em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília, atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGSOL/UnB), na linha de pesquisa Feminismo, Gênero e Raça. Foi integrante do grupo Femivida por quatro anos, atuou também como estagiária do NEPeM/UnB. 

 

Fernanda M. Dias, Sofia G. Campos e Thayná R. C. Porto

 

      “O  crime  de  feminicídio  tipifica  a  morte  violenta  da  mulher  por  sua condição  de  sexo/gênero.  Ocorre  nas  inter-relações  privadas  e  nos espaços  públicos,  aumentando  cada  vez  mais  em  sua  dimensão deletéria  e  na  exacerbação  da  vulnerabilidade  feminina.”                     (BANDEIRA e MAGALHÃES, 2019, p.01)

 

No ano em que foi aprovada a Lei 13.104/2015 e o feminicídio passou a ser um qualificador dos crimes de homicídios cometidos contra mulheres no Brasil, a professora Lourdes Bandeira gentilmente nos convidou para compor junto com ela um grupo de estudo e pesquisa sobre essa temática sediado no Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre a Mulher da Universidade de Brasília, o NEPeM (CEAM/UnB). Era o segundo semestre de 2015 e o início de nossa jornada como estudantes de Ciências Sociais na universidade. O grupo tinha como objetivo ser um local de discussão e elaboração de trabalhos e pesquisas acerca do fenômeno da violência contra as mulheres em seus variados aspectos, espaços e dimensões, tendo também naquele momento inicial o intuito de acompanhar as repercussões sociais da aprovação da referida lei. Especialmente, o enquadramento dado pela mídia aos crimes de feminicídio no Brasil.


Ao longo de sua existência - do ano de 2015 a 2019 - várias graduandas passaram pelo grupo Femivida, cujo nome é uma homenagem e um convite à reflexão sobre a importância do direito à vida, à dignidade e ao não esquecimento das mulheres vítimas de feminicídio e de outras violências de gênero. E a partir dele foram desenvolvidas múltiplas atividades como pesquisas a nível de iniciação científica (PIBIC), apresentações de trabalhos em eventos nacionais e internacionais, participações em rodas de conversa e produção de monografias de conclusão de curso.


Contudo, além de um grupo com intuito acadêmico e pedagógico - duas dimensões reconhecidamente muito bem exercidas pela nossa querida e eterna “Professora Lourdes” - o grupo Femivida foi também lugar de acolhimento, trocas e afetividades, um espaço que possibilitou a criação de laços significativos pelo quais somos muito gratas e que permearam toda a nossa formação.


Sob a orientação comprometida com o fazer científico e com a produção intelectual acadêmica qualificada da professora aprendemos muito sobre o campo das ciências sociais no geral. Mas, sobretudo, aprendemos com o exemplo e com o engajamento da Lourdes, enquanto mulher combativa na luta pelos direitos das mulheres e de outros grupos vulnerabilizados. Inspiradas em sua trajetória, aprendemos a construir coletivamente e com afeto as mudanças que almejamos em direção a uma sociedade mais justa para todas as pessoas.


Nosso muito obrigada por tanto, professora.

 

Referência bibliográfica: BANDEIRA, Lourdes Maria; MAGALHÃES, Maria José. A transversalidade dos crimes de feminicídio/femicídio no Brasil e em Portugal. Revista da Defensoria Pública do Distrito Federal, Brasília, v. 1, n. 1, 2019, p. 29/56.

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