OPINIÃO

Isaac Roitman é doutor em Microbiologia, professor emérito da Universidade de Brasília e membro titular de Academia Brasileira de Ciências.

Isaac Roitman

 

Em 21 de abril de 2021, a querida UnB completa 59 anos de existência. Há nove anos comemoramos o seu jubileu coordenado pela Comissão UnB.50 anos, composta por ilustres personalidades da Universidade e da Sociedade. Nessa ocasião, revisitamos os 50 anos de nossa Universidade celebrando as conquistas e identificando os fracassos e as omissões. Graças ao empenho de nossos últimos dirigentes, reitores José Geraldo de Souza Júnior, Ivan Camargo e reitora Márcia Abrahão de Moura, apesar das dificuldades, principalmente orçamentárias, a UnB manteve-se viva no pelotão de vanguarda das Universidades públicas brasileiras. Como filhote da Comissão UnB.50 anos surgiu a Comissão UnB.Futuro para pensar a Universidade nos próximos 50 anos.


Gostaria de registrar nesse texto dois temas importantes da história de nossa Universidade. Primeiro, o nosso reconhecimento aos nossos pioneiros e a todos aqueles que desempenharam papel importante na consolidação da UnB, professores, estudantes, técnicos e de apoio administrativo e sociedade. Segundo, ressaltar a atuação da Universidade nos últimos 14 meses no enfrentamento da pandemia da covid-19.


Na década de 50 do século passado, um grupo de acadêmicos sentiam a necessidade de uma inflexão no ensino universitário brasileiro. Durante anos, a ideia foi germinando e sob a batuta de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, com a participação de ilustres acadêmicos foi concebida a Universidade de Brasília com um novo modelo, uma inovação. Infelizmente, no período militar (1965), tivemos uma grande crise com demissões da maioria dos professores e a interrupção do projeto inovador.

 

O episódio foi magnificamente registrado por Roberto Salmeron em seu livro A Universidade Interrompida 1964-1965. Homenageando os pioneiros e todos aqueles que passaram pela UnB, lembro um querido saudoso amigo, professor Luís Humberto Pereira, que nos deixou em 2020. Carioca, formado em arquitetura, chegou a Brasília em 1961 quando trabalhou nos projetos de construção do campus da UnB. Entre a arquitetura e o cerrado, ele encontrou a fotografia. Foi um dos fundadores do Instituto de Artes e registrou a arquitetura e a vida política do Planalto Central. De 1965 a 1980, ficou fora da UnB e retornando como Professor da Faculdade de Comunicação. O cineasta Vladimir Carvalho, professor emérito da UnB, assim referiu-se a ele: “Luís praticamente fundou o movimento da fotografia na capital. Primeiro, como professor, e depois como militante da fotografia na imprensa. Ele tem um apuro tal, com relação às artes fotográficas, que é uma referência quando se trata de fotografia artística. Ele era uma espécie de líder de todos os companheiros que estavam no batente, especialmente na época da ditadura militar, ele cobria o Congresso”. Ele foi membro da Comissão UnB.50 anos, compondo o grupo dos “ tigres de bengala” junto com Aldo Paviani, Adalgisa Rosário, Vladimir Carvalho, José Carlos Cordóba Coutinho e Isaac Roitman.

 

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