OPINIÃO

 

Pedro Gonet Branco é acadêmico de Direito (UnB). Editor-chefe da Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília (RED|UnB). Estudante visitante na Universidade da Califórnia Berkeley. Coordenador do programa Falando em Justiça (TV Justiça).

 

 

Eduardo Roque é mestre em Gestão e Empreendedorismo (Iscal/Portugal). Empresário do setor de entretenimento e bares/restaurantes.

Pedro Gonet Branco e Eduardo Roque

 

O ano de 2020 certamente ficará marcado como o ano em que o mundo padeceu com a covid-19. Ao contrário de outras crises  – como as provocadas por desastres naturais, desastres tecnológicos, conflitos políticos ou problemas econômicos  – a crise sanitária desencadeada pelo Sars-Cov-2 (termo que designa o vírus causador da doença) transformou-se em um fenômeno que afetou gravemente todas as esferas da sociedade.


Também ao contrário das outras crises, estas com farta literatura científica a respeito de possíveis estratégias e ações de contingência, as pesquisas relativas a crises de saúde eram escassas e não compreendiam a possibilidade de um desenrolar de fatos com repercussão em toda a realidade social, como aconteceu com o novo coronavírus.


Não fosse isso o bastante, a crise sanitária desencadeada pela covid-19 surpreendeu a humanidade com a necessidade de, ao mesmo tempo, compreender quais eram as consequências biológicas do desconhecido patógeno, buscar tratamento para a doença, garantir a sanidade dos cidadãos e preservar a segurança econômica das nações.


A falta de rápida resposta médica ao vírus, o lockdown decretado pelo mundo, o fechamento de fronteiras, os problemas de abastecimento e as exigências de distanciamento social transformaram a crise sanitária em grave crise financeira, com inimaginável repercussão econômica, política, social e psicológica.


Esse cenário fez surgir a expressão "novo normal", termo que tenta abarcar a nova realidade de distanciamento físico-social adotado para conter a propagação do vírus – e todas as suas consequências. Esse afastamento, necessário para a contenção da doença, afeta diretamente as atividades sociais com convívio físico nas quais os seres humanos tendem a se envolver, afinal, a vida humana é, essencialmente, uma experiência compartilhada.


Nesse sentido, o "novo normal" trouxe prejuízos, entre muitos outros, aos empresários que dependem da interação social para desenvolver suas atividades empresariais, como os dos ramos de entretenimento e de alimentação. Segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o período de lockdown fez com que 30% dos estabelecimentos do ramo que existem no Brasil (aproximadamente um milhão) fechassem as portas em definitivo.


Apesar da permissão legal para reabertura, os empresários precisaram se moldar à nova realidade para continuar funcionando, seja para amenizar o medo que as pessoas desenvolveram de potencial encontro com alguém infectado pela doença, seja para cumprir com as determinações legais de higienização em nome da saúde coletiva.


Com a difícil missão de empreender em meios a riscos desconhecidos e de imprecisa mensuração, os empresários da atual geração foram obrigados, como disse o cientista Ikhlaq Sidhu, a desenvolver, agora, o protótipo do mundo futuro.

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Publicado originalmente pelo Estadão On-line SP em 17/12/2020

 

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