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OPINIÃO

Maria Lúcia Pinto Leal é Professora Adjunto, do Departamento de Serviço Social, da Universidade de Brasília. Fez Graduação em Serviço Social e Mestrado em Comunicação, ambos, pela Universidade de Brasília. Doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Pós-Doutorado pelo Programa Pós-Colonialismos e Cidadania Global do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Portugal. Atuou em estudos e pesquisas no campo das políticas públicas e vulnerabilidades sociais tendo como foco o enfrentamento da violência, do tráfico de pessoas e exploração sexual de crianças e adolescentes. Foi Sócia - Fundadora do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes - CECRIA. Fundadora - Coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Violências, Tráfico e Exploração Sexual de Crianças, Adolescentes e Mulheres - Violes/SER/UnB desde 2002, Sócia - Fundadora do Laboratório de Políticas Sociais e Atendimento às pessoas em situação de Vulnerabilidades - LASSOS/SER/UnB - 2007. Participa da Coordenação Colegiada da "Rede íbero-americana de prevenção e cidadania de pessoas (especialmente de mulheres e jovens) em situação de vulnerabilidade, no contexto do tráfico e da exploração sexual-RIMA" criada, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra-Portugal.

Maria Lúcia Pinto Leal

 

O livro A mobilização das ONGs no enfrentamento da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes é o primeiro estudo no Brasil que teve como ponto de partida a análise da mobilização da sociedade civil (ONGs, fóruns etc.) na construção de processos emancipatórios que garantissem a proteção dos direitos sexuais de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual comercial, no período de 1993 a 2004, pós-Constituição de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990.

 

É orientado por uma visão crítica da sociedade e vai compreender essa questão a partir das relações construídas pela sociedade global neoliberal e o aspecto machista e racista que permeia a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes (ESCCA) no Brasil, e a força da sociedade de resistir à opressão e às formas diversas de exploração do trabalho infantil.

 

Esta tese de doutorado mostra que, mesmo se tratando da mobilização das forças sociais no agendamento dos direitos de crianças e adolescentes junto às politicas sociais brasileiras, como uma expressão política de baixo para cima, não significa que construímos a emancipação humana desses sujeitos, pois não conseguimos incidir contra a ordem do capital neoliberal que assolou o Brasil em 1995, nem desconstruir as desigualdades de classe, de gênero, raça e homofobia, embora temos observado avanços significativos nestas áreas.

 

Porém, essa questão ainda se mantém utópica. Parafrasendo o professor Carlos Lima, “mais uma vez se confirma a perspectiva marxiana de que a emancipação humana é impossível no círculo de giz do modo de produção capitalista. Neste, só é possível, e assim mesmo com restrições, a emancipação política”.

 

*A obra da professora Maria Lúcia Pinto Leal, publicada pela Editora Universidade de Brasília, será lançada nesta quarta-feira, 15 de abril, às 18h, na ADUnB. Na ocasição, haverá coquetel e apresentação da banda Tyaro e de hip hop.

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