QUADRIÊNIO 2020/2024

Lucio Rennó, professor do Ipol, pretende ser criativo para promover inovações e driblar adversidades decorrentes da pandemia e restrições orçamentárias

série publicada pela Secretaria de Comunicação (Secom) e pela UnBTV com os decanos da Universidade de Brasília segue com entrevista ao professor Lucio Rennó, nomeado como novo decano de Pós-Graduação. Escolhido para substituir a professora Adalene Moreira, Rennó fala sobre suas prioridades para a gestão do Decanato de Pós-Graduação (DPG), que é responsável pela política de pós-graduação nos mais de 80 programas da Universidade. Entre elas, o aumento das pesquisas e publicações

 

Lucio Rennó acredita que a pós-graduação da UnB precisa acelerar seu processo de inclusão por meio das políticas afirmativas. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

Professor do Instituto de Ciência Política (Ipol), Rennó colaborou com o Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar) ao presidir o Subcomitê de Pesquisa Social. Ele esteve à frente da pesquisa que levantou dados sobre a comunidade acadêmica que permitiram avaliar as condições para a retomada do calendário acadêmico em agosto de 2020, suspenso anteriormente por conta da pandemia de covid-19. O resultado serviu para analisar a diversidade dos perfis das pessoas que dão vida à UnB.

 

“Foi minha primeira colaboração com a Universidade em âmbito geral, para além daquela que já prestava ao meu instituto e programa de pós-graduação. A pesquisa foi importante para entendermos melhor nossas reais condições de trabalho em meio à pandemia", destaca. Os dados são públicos e estão disponíveis para pesquisas futuras. "Talvez essa tenha sido a maior pesquisa já realizada com a comunidade universitária da UnB”, acrescenta.

 

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“Acho que o trabalho em colaboração com o Ccar permitiu deixar claras as convergências com os valores da atual gestão. Fiquei surpreso com o convite para assumir o DPG, mas aceitei prontamente, sem pensar duas vezes. Afinal, é motivo de muita felicidade e orgulho poder servir à nossa Universidade”, diz. Confira a entrevista na íntegra:

 

Como serão os planos para o próximo biênio?

A pós-graduação na UnB precisa acelerar seu processo inclusivo, aprofundando a implementação das políticas afirmativas sobre as quais a comunidade já decidiu e ampliando a participação de mais professores, sempre com vistas a aumentar nossa produtividade – seja na formação de quadros, seja no aumento da produção acadêmica de excelência. Também precisamos diversificar nossas fontes de financiamento, buscando parcerias nacionais e internacionais. Assim, precisamos formar mais pessoas, em maior sintonia com o perfil da nossa sociedade, e aumentar nossas pesquisas e publicações.

 

Quais são e como lidar com os principais desafios do DPG nesse momento?

Ampliar sua oferta de editais de fomento, avançar na institucionalização dos processos seletivos com cotas e diminuir seu grau de burocratização. Em uma primeira análise, parece haver uma centralização excessiva de processos no DPG. Isso sobrecarrega servidores e torna a tramitação de processos mais lenta. Um desafio significativo é ampliar a descentralização de processos, para que o decanato não seja uma instância de controle da tramitação processual, de análise da instrução de processos realizados de forma consensual em instâncias inferiores. O DPG não pode ser uma controladoria que faz análise de conformidade. Precisa ser um órgão estratégico, que pense a pós-graduação da UnB e do Brasil em parceria com as coordenações dos programas de pós-graduação da nossa Universidade. Nossas energias têm que ser investidas na contínua busca por fontes diversas de financiamento, na construção de parcerias nacionais e internacionais e em pensar formas de ampliação da nossa produtividade.

 

O baixo orçamento e a pandemia de covid-19 são realidades que a UnB tem tido que enfrentar. O senhor já traçou estratégias para esse contexto?

Precisamos ser criativos para contornar nossas limitações orçamentárias e, por isso, insisto na necessidade de diversificação das fontes de financiamento. Há vários caminhos para se fazer isso: ofertando cursos lato sensu; buscando parceiros internacionais, afinal estamos cercados por representações diplomáticas; e dialogando com associações de ex-alunos, na busca de novas alternativas. Tudo, claro, com enorme transparência e sujeito às decisões das nossas coletividades.

 

Quanto à pandemia, a UnB vem se organizando de forma exemplar para adequação à nova realidade por meio da liderança do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccar). Temos priorizado, nesse processo, dois valores básicos da atual gestão: a valorização do aspecto humano de nossa comunidade e o compromisso com o combate às desigualdades sociais. As atividades presenciais seguem suspensas, para resguardar a saúde coletiva e individual da comunidade universitária e do DF. Adotamos práticas de ensino, pesquisa, extensão e administração remotas, sempre levando em consideração as possíveis limitações para sua implementação e buscando formas de apoio e assistência aos que, por um motivo ou outro, tenham dificuldade de acompanhar essas atividades. Assim, tomamos medidas para enfrentar as limitações econômicas e de acesso a equipamentos e internet que nossa comunidade enfrenta. 

 

Como fica o processo de internacionalização da UnB?

O Programa de Internacionalização da Universidade de Brasília (PrInt) mobiliza os programas de pós-graduação institucionalmente e em parceria, não pesquisadores individualmente. Rompe, dessa forma, com a nossa tradição de internacionalização, muito orientada por pesquisadores individuais ou grupos específicos. Precisamos buscar a continuidade do PrInt, que atende programas com avaliações mais altas, e propor alternativas que permitam também que programas ainda trabalhando para melhorarem suas avaliações possam colher benefícios da construção de redes internacionais. Para isso, precisamos pensar em editais de fomento que estimulem o engajamento institucional desses programas em parcerias internacionais.

 

Ademais, precisamos trabalhar em forte parceria com a área internacional da UnB para ampliar nossas colaborações com outros países, também de forma sistemática e global. Precisamos ainda buscar apoios contínuos, estruturais e mutuamente interessantes, não nos limitando à eventual disponibilidade de uma bolsa ou outra em certo país.

 

Considerando os legados da gestão anterior, como se dará a continuidade dos projetos?

A gestão da professora Adalene foi muito importante para a Universidade e realizou um trabalho excepcional de organização interna e de regulamentação, propondo resoluções em diversas áreas de funcionamento da pós-graduação na UnB. Essas ações irão permitir que se dê continuidade aos processos de implementação das resoluções ainda em curso e que se avance em novas áreas. É importante destacar a necessidade de viabilizar o instrumental necessário para que as ações afirmativas decididas por resolução sejam implantadas na prática.

 

Confira a íntegra da entrevista da UnBTV:

 

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