PÓS-MODERNIDADE

Evento integra acordo de cooperação entre a Universidade de Paris-Sorbonne e a Universidade de Brasília

Foto: Isa Lima/UnB Agência

 

Professor da Universidade de Paris-Sorbonne e autor de mais de 30 livros, o sociólogo francês Michel Maffesoli abriu o Seminário Internacional “Sociedade Contemporânea: a imagem, o simbólico e o sensível”, promovido pelo Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde (DSC/FS/UnB). A conferência, realizada nesta terça-feira (11), teve a participação de estudantes, pesquisadores e profissionais de diversas áreas do conhecimento.

 

Defendendo que o termo “pós-modernidade” ainda não é um conceito, Maffesoli falou sobre a saturação do mundo moderno e de suas características instrumentais, utilitárias, de racionalização generalizada, de distanciamento dos outros e de progresso. Para o sociólogo, as bases da sociedade contemporânea estão na criatividade, no tempo presente e na valorização do grupo sobre o indivíduo.

 

A pós-modernidade também é marcada, na visão do professor francês, pela sinergia entre o arcaico e o desenvolvimento tecnológico e pela coesão das pessoas a partir da diversidade. Maffesoli considera ainda que é preciso ampliar o conhecimento profissionalizado e inserir o aspecto “sonhar” nas formas de pensar o mundo. “Temos que viver e cheirar o social, sair do abstrato da teoria e nos voltar às coisas mais simples do mundo aqui e agora, nos limpando dos grandes sistemas de pensamento para que sejamos mais receptivos ao que é o real e não ao que ele poderia ser”, concluiu.

 

Na conferência, Michel Maffesoli recebeu dois broches, um com o símbolo da Universidade de Brasília e outro com uma fita azul – referência ao novembro azul, mês de conscientização pela saúde do homem, principalmente, para prevenção ao câncer de próstata – e os colocou na lapela de seu terno, agradecendo a homenagem.

 

O reitor da UnB, Ivan Camargo, ressaltou a importância do seminário, destacando a presença do sociólogo francês na UnB. “A diversidade e a liberdade são características inerentes à Universidade de Brasília, aberta às pessoas, aos movimentos sociais, a outros olhares, ao sensível e à internacionalização”.

 

A diretora da FS/UnB, Maria de Fátima de Sousa, reitera que não se pode fazer Ciências da Saúde sem abordar as grandes agendas contemporâneas. “É uma honra receber o professor Maffesoli, que nos mostra que é possível ter outros olhares, imagens, símbolos e sentidos para se compreender, explicar e perguntar sobre as coisas do mundo”.

Foto: Isa Lima/UnB Agência

 

Em dois dias de discussões, o encontro também debateu temas como Cibercultura e Imagem; Redes Sociais, Estética e Política; Imaginário e Cotidiano; Cotidiano e Promoção da Saúde e as interfaces da imagem, do simbólico e do sensível com a saúde coletiva, além da exposição fotográfica do Projeto Vidas Paralelas e do lançamento de livros.

 

O seminário faz parte das atividades previstas pelo termo de cooperação internacional entre o DSC/FS/UnB, o Laboratório de Saúde do Trabalhador e Saúde Indígena e o Centre d'Études sur l'Actuel et le Quotidien (Ceaq/Université Paris-Sorbonne). O Núcleo de Pesquisa em Saúde Pública (Nesp/UnB) e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) integraram a parceria para a realização do evento.

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