GESTÃO

Em mensagem, gestora destaca dificuldades do momento e recomenda união, mesmo em tempos de isolamento social

Queridas(os) docentes, técnicas(os) e estudantes,

Na impossibilidade do encontro presencial, escrevo. Espero que, na medida do possível, estejam todos bem. Com saúde e em paz.

Estamos chegando ao fim da terceira semana do que seria nosso primeiro semestre letivo de 2020. Mal começamos, tivemos de interrompê-lo. Primeiro, foram as atividades presenciais. Em seguida, a suspensão do calendário. Não foi bom, eu sei. Mas foi necessário.

Não é hora de hesitar. Temos de nos proteger e ficar muito atentos aos que estão à nossa volta. Todo cuidado, agora, sempre será pouco. Não duvidem disso.

Tenho alternado entre trabalho na UnB e em casa, sem parar um minuto sequer. Pelo contrário. Cheguei a ouvir reclamações de colegas da Reitoria: “Estamos trabalhando mais!”. De fato, a vida on-line não para. Meu celular treme o dia inteiro.

Isso porque a Administração Superior tem feito todos os esforços possíveis para dar conta desse novo cenário, para manter a comunidade informada, para dar prosseguimento aos processos internos e externos.

Nem sempre conseguimos fazer do jeito que gostaríamos ou do jeito que deixaria todo mundo satisfeito. Mas não tenham dúvida de que o desejo por fazer o melhor está no nosso horizonte.

Vamos tentando corrigir as deficiências na velocidade permitida pelas circunstâncias do momento. Dia após dia, descobrimos como lidar com essa pandemia e o que ela nos impõe no cotidiano. Ela nos assusta, é verdade. E também nos transforma de várias maneiras.

Por força das circunstâncias, por exemplo, passamos a fazer reuniões virtuais. O mais importante é que esses encontros pela internet servem para tomar as decisões que não deixam a Universidade paralisada. Estamos em quarentena, mas não parados.

Antes mesmo do início do semestre, estávamos atentos ao coronavírus. Para nos orientar, formamos um comitê com especialistas, que começou a se reunir em dezembro. E esse diálogo tem sido muito proveitoso.

As decisões procuraram dar eco aos anseios de diretores, conselheiros, gestores, docentes, técnicos, terceirizados e estudantes. Na tentativa de dar respostas corretas e constantes à comunidade universitária, resoluções são escritas e atos são publicados.  

A imprensa nos procura todos os dias e a temos abastecido com informações claras e objetivas. Esse é parte do nosso papel. Melhor ainda saber que a mídia tem reconhecido a Universidade como porta-voz da verdade científica.

Em tempos de avanço do negacionismo, este é um grande aprendizado para a sociedade brasileira: compreender a importância da Universidade, o lugar imprescindível da ciência, do conhecimento, do saber.  

Vivemos, sim, tempos incertos e algo obscuros. Não tenho segurança neste momento para afirmar o que nos espera, quanto tempo precisaremos ficar isolados. Nossos pesquisadores estão conectados em redes mundiais em busca dessas respostas. Seja como for, gostaria de compartilhar uma certeza, sendo geóloga e com a devida permissão do poeta: vamos tirar essa pedra do caminho.

É isso. Aproveitem para ler muito, estudar bastante. E cuidar da família, descansar, ver filme, arrumar a casa, entrar nas redes, fazer bate-papo virtual, quando possível, com a família ou com o grupo querido de amigos.

Não posso passear pelos corredores do Minhocão como costumo fazer, cumprimentando e abraçando as pessoas. Não devo descer ou subir a rampa da Reitoria e parar para conversar. Não posso admirar de perto nossos gramados e me aproximar dos estudantes conversando animadamente ou estudando. Não devo ir aos nossos campi no Gama, na Ceilândia e em Planaltina e conversar com a nossa comunidade. Mas gostaria de enviar, na prudência da distância, meu abraço caloroso aos que fazem da UnB um lugar lindo de se estar.

Sejamos fortes e fiquemos unidos, mesmo temporariamente separados. Vai passar.
 
Márcia Abrahão
Reitora da UnB