RECONHECIMENTO

Cerimônia de premiação aconteceu em dezembro no Acre

Foto: Júlia Seabra/UnB Agência

 

O professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV/UnB) Manoel Pereira de Andrade foi um dos agraciados com o Prêmio Chico Mendes de Florestania 2014. Andrade recebeu a láurea no dia 15 de dezembro, na categoria nacional.

 

“É uma grande alegria, um reconhecimento ao nosso compromisso com a vida e a luta de Chico Mendes”, avalia o professor. “Chico Mendes representa, para a nossa geração, a luta e a esperança por melhores condições de trabalho e de vida no campo, nas florestas e nas águas. O seu saber e prática foram importantes para unificar as pautas sindicais e ecológicas em defesa da floresta, dos povos indígenas e das populações tradicionais”, completa.

 

Andrade lembra que, em 1985, os seringueiros da Amazônia, liderados por Chico Mendes, realizaram, no campus Darcy Ribeiro, o primeiro congresso da categoria. Na ocasião, fundaram o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS).

 

"Mais tarde, em 1990, o Sindicato dos Trabalhadores da FUB (Sintfub) criou, no campus, o espaço Chico Mendes, em reconhecimento à luta pelos direitos dos trabalhadores e para manter viva a luta do ambientalista”, recorda.

 

Em 2013, na Semana Universitária, o Sintfub realizou série de atividades também em homenagem a Chico Mendes. A iniciativa contou com a parceria de movimentos sociais, professores e estudantes da UnB e do Instituto Federal de Brasília (IFB).

 

“Esses são exemplos de compromisso da comunidade da UnB com o legado do líder formado nos seringais do Acre”, destaca Andrade.

 

O PRÊMIO – Criado em 2004, o prêmio é concedido pelo governo do Acre, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM), sempre no dia 15 de dezembro, aniversário de Chico Mendes. O objetivo é homenagear o líder seringueiro e promover o reconhecimento de personalidades e entidades que atuam em defesa do meio ambiente.

 

Entre outros critérios, Andrade foi indicado pelo vínculo com seringueiros do Acre. Ele conheceu a história dos movimentos sindicais e, em especial, a luta de Chico Mendes na época em que desenvolvia a tese Amazônia: seringueiros, recursos, mercado e direitos. O trabalho é resultado de intensa “pesquisa-ação” nos seringais silvestres da Amazônia.

 

Também foram levados em consideração para a escolha do premiado sua militância política e social no período em que lecionou em Portugal e a organização de seminário em 2013 na UnB em homenagem ao líder sindical e ambientalista.

 

Em duas outras categorias, venceram o seringueiro e artesão José Rodrigues de Araújo, conhecido como Doutor Borracha, e a Cooperativa dos Criadores de Abelhas do Estado do Acre (Acremel), pela iniciativa comunitária e a favor do desenvolvimento sustentável.

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