HOMENAGEM

Vinculada à Universidade desde 1982, professora dedicou pesquisas ao ensino da arquitetura. Solenidade de outorga foi marcada por emoção 

 

 

Sylvia Ficher não conteve as lágrimas ao ver o público que prestigiou sua homenagem. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Com olhos marejados e visivelmente emocionada, a professora aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Sylvia Ficher entrou no auditório da Reitoria e escutou o público aplaudi-la de pé. O sentimento tem um motivo: declaradamente apaixonada pela UnB, a docente construiu na instituição grande parte de sua trajetória de vida. A reconhecida carreira acadêmica a levou à honraria máxima que um docente pode receber da Universidade: o título de Emérita, concedido em solenidade na tarde de quinta-feira (7).

 

Família, amigos e companheiros de profissão reuniram-se para celebrar o momento. “A florada de Sylvia é exuberantemente frondosa. Brasília é sua cidade, a UnB é como sua casa”, declarou o diretor da FAU, Marcos Thadeu Magalhães, sobre a homenageada.

 

Nascida em 1948 na cidade de Curitiba, mudou-se para São Paulo com uma semana de vida. Graduou-se na Universidade de São Paulo (USP) em 1972, dez anos antes de assumir o cargo na UnB. Ela conta que a paixão pela instituição brasiliense foi imediata. “No meu primeiro percurso entre o minhocão e a Reitoria, decidi ficar na UnB. Foi esse encanto pelo campus que me fez falar ‘é aqui que vou ficar’. E fiquei.”

 

Outorga do título foi aprovada por aclamação e registrada na resolução 0018/2019 do Conselho Universitário (Consuni). Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

A decisão de permanecer levou a docente, pesquisadora 1-A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao momento da entrega do título de Emérita pela reitora Márcia Abrahão. “Essa é uma das solenidades mais bonitas da UnB, junto com a colação de grau. É uma honra conceder esse título a uma docente como Sylvia, que representa o que há de melhor na Universidade. A instituição tem precisado justificar sua presença na sociedade”, disse a reitora.

 

CARREIRA – O título de mestre foi no campo da preservação histórica pela Universidade de Columbia. Já o de doutorado foi obtido na Escola Politécnica de São Paulo. Sylvia Ficher seguiu a vontade de estudar temas brasileiros e uniu em sua pesquisa dois aspectos que se revelaram como parte de sua trajetória de vida: o ensino e a profissão de arquiteta. Sua tese Ensino e profissão: o curso do engenheiro-arquiteto da Escola Politécnica de São Paulo virou livro em 2005, como parte das comemorações dos 70 anos da USP.

 

Comitiva recepciona Sylvia Ficher, a mais nova emérita da Universidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

Preocupada com a responsabilidade do arquiteto sobre o legado que constrói, Sylvia Ficher repercutiu fora do país com seu texto Oscar Niemeyer e Brasília: criador versus criatura. No artigo, posicionava-se contra a construção da Praça da Soberania, uma das obras idealizadas por Niemeyer para a capital federal. O espaço, que acabou não sendo erigido, tomaria o lugar da Praça do Povo, local previsto por Lúcio Costa como destinado ao “pisoteio” ou a atividades ocasionais, como desfiles esportivos e procissões.

 

CERIMÔNIA – Um novo formato audiovisual foi utilizado para a execução do hino nacional. Além da música oficial, um projetor exibiu imagens da UnB, mostrando a diversidade e a excelência da instituição. O momento ainda contou com uma apresentação musical de piano. A cerimônia teve as presenças dos ex-reitores João Cláudio Todorov e Ivan Camargo, além de colegas de profissão e amigas que compuseram a comitiva de recepção da homenageada.

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