UnB 53 ANOS

 

 

As histórias da Universidade de Brasília e da capital da República se entrelaçam. São jovens desbravadoras do futuro. Ambas nascem dos sonhos de homens e mulheres que conseguiam enxergar além, seres humanos obstinados por inovar e mudar o curso dos modelos tradicionais de desenvolvimento. Inovação, aliás, é um dos conceitos mais associados a essas duas preciosidades enraizadas no coração do Brasil. UnB e Brasília são únicas e inconfundíveis.

 

A singularidade das aniversariantes deste dia 21 não se resume às concepções arquitetônicas e urbanísticas. Ela está no jeito de ser das pessoas, na forma de encarar os desafios, de lidar com o diferente. O brasiliense, de nascimento ou por opção, aprende a conviver desde cedo com uma pluralidade de cores, sotaques, culturas e credos. O estudante da UnB respira essa diversidade e toma carinho por ela.

 

Vivida por dentro, a universidade pública da capital é especialmente estimulante. A convivência nos espaços comuns, a infinidade de disciplinas optativas e as oportunidades de pesquisas transversais facilitam a interação entre as diferentes áreas de conhecimento. A formação abrangente é apoiada por produtivos projetos de extensão e pelas inúmeras atividades esportivas, culturais e artísticas conduzidas pela comunidade acadêmica. Imergir nesse universo costuma ser uma das experiências mais marcantes da vida.

 

Os olhares externos são carregados de expectativas. A proximidade com os núcleos decisórios sugere uma participação ativa da UnB no apontamento de soluções para o país. Espera-se que os campi abriguem as discussões dos principais problemas sociais e forneçam os quadros capazes de melhorar nossa realidade. A boa notícia é que esses anseios têm sido atendidos. A universidade é profícua na produção científica e se notabiliza pela formação de profissionais protagonistas em todos os campos dos setores públicos e privados.

 

Demandas e observações também surgem fora dos limites das fronteiras nacionais. Nos últimos meses, a Universidade de Brasília recebeu visitas de comitivas de países dos Brics, da Bélgica e da Polônia. Foi procurada por embaixadas de nações de todos os continentes para estabelecer acordos de cooperação. Renovou, em parceria com o Supremo Tribunal Federal, convênio para intercâmbio estudantil em Direito entre os vizinhos do Mercosul. No Programa Ciência sem Fronteiras, a instituição tem recebido com frequência retornos positivos sobre o desempenho de seus alunos.

 

Há de se destacar ainda a presente exposição de maquete do Instituto Central de Ciências no famoso Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. As linhas do prédio símbolo da UnB ocupam espaço nobre ao lado das pranchas originais de outras duas obras expressivas de Niemeyer: o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada. Não há dúvida de que esse tipo de evento contribui para despertar o interesse sobre o perfil acadêmico existente ao longo daqueles corredores que misturam natureza e concreto. As opiniões estrangeiras quase que invariavelmente expressam curiosidade e admiração. O fascínio da Universidade de Brasília pelo mundo mostra-se recíproco.

 

De forma fluida, a evolução da universidade em seu contexto social e em suas relações país afora se dá como preconizava Anísio Teixeira. O mestre pioneiro dizia que a “educação e a sociedade são dois processos fundamentais da vida, que mutuamente se influenciam”. Essa simbiose é nítida na capital do Brasil. UnB e Brasília seriam incompletas se uma não irradiasse o brilho da outra, se adversidades e conquistas não fossem compartilhadas.

 

Aos 53 anos, a Universidade de Brasília passa pela esplendorosa fase de poder se orgulhar da trajetória e, ao mesmo tempo, acreditar que o melhor está por vir. A esperança deve ser acompanhada de muito trabalho para se transformar em convicção. É com o empenho de cada um dessa grande comunidade que a academia vai poder servir melhor à nossa sociedade. Parabéns, UnB. Parabéns, Brasília.

 

Publicado originalmente no jornal Correio Braziliense em 23/4/2015

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