AUDIOVISUAL

Produções de docentes e de alunos da instituição foram laureadas na mostra, encerrada no fim de setembro

 

Cena de Era uma vez Brasília, de Adirley Queirós, ganhador na categoria direção da Mostra Brasília, no Festival de Cinema de Brasília 2017. Foto: Reprodução

 

A Universidade de Brasília tem relação íntima com o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que foi criado em 1965 por iniciativa do docente da UnB Paulo Emílio Salles Gomes. Entre as obras premiadas neste ano – na 50ª edição do evento – estão outros nomes de pessoas ligadas à UnB, sejam professores ou estudantes.

 

Adirley Queirós, vencedor de direção do Troféu Candango na categoria longa-metragem pelo filme Era uma vez Brasília, é exemplo. Egresso do curso de audiovisual da UnB, o diretor tem carreira pontuada por premiações. Além dele, há também os ex-alunos Gustavo Menezes (diretor de O Homem que não cabia em Brasília, vencedor pelo júri popular do 1º Festival Universitário de Cinema de Brasília – FestUniBrasília) e Renan Montenegro (diretor de O Menino Leão e a Menina Coruja, curta-metragem vencedor da Mostra Brasília e do Prêmio CiaRIO).

 

Três estudantes da Faculdade de Comunicação (FAC) também foram premiados: Lucas Araque (melhor montagem por Afronte na Mostra Brasília); Bruno Victor e Marcus Azevedo (menção honrosa pelo método de construção criativa no FestUniBrasília e Prêmio Saruê por Afronte). Flora Egécia, egressa de Design, levou prêmio de melhor direção de arte, com Bianca Novais e Pato Sardá, por O Menino Leão e a Menina Coruja.

 

Maurício Fonteles, professor da UnB, ganhou prêmio do júri popular por melhor edição de som pelo filme Tekoha – Som da Terra. Desde 2012, quando ingressou no mestrado na Faculdade de Comunicação (FAC), o docente pesquisa som. Cursando o doutorado na mesma área, Fonteles destaca que a imersão acadêmica conferiu embasamento teórico para a construção sonora.

Professor Maurício Fonteles, vencedor de melhor edição de som pelo filme Tekoha – Som da Terra, acredita que a pesquisa acadêmica abriu portas para novas construções sonoras. Foto: Arquivo pessoal

 

“A pesquisa mudou meu modo de trabalhar. Às vezes, em um ponto de vista até filosófico. Não só técnico, mas na questão de como vai ser recebido pelo público. Acho que a relação entre pesquisa e prática aguça a percepção”, reflete.

 

Sobre ganhar um prêmio de cinema e lecionar no Departamento de Audiovisual e Publicidade, Fonteles comenta que, de certa forma, a premiação o torna uma referência para os estudantes.

 

“Eles me veem como alguém que está realizando cinema. Isso porque é comum, na academia, haver distanciamento entre a pesquisa e a prática. O prêmio simboliza uma aproximação entre essas duas esferas”, afirma.

 

A também professora da FAC Dácia Ibiapina levou três prêmios no Festival pelo documentário em curta-metragem Carneiro de Ouro, cujos roteiro e direção são assinados por ela. Ganhou o Troféu Candango na categoria curtas pelo júri popular, melhor direção, na Mostra Brasília, e melhor curta pelo júri popular. “Ganhar prêmio é a melhor coisa para o cineasta”, festeja. Segundo a professora, a presença do personagem do filme Dedé Rodrigues no Festival contribuiu para o feito. “Ele é muito comunicativo”, descreve.

 

O documentário é resultado de pesquisa desenvolvida pela professora durante estágio de pós-doutorado na Universidade Federal do Piauí (UFPI) sobre a produção cinematográfica da cidade de Picos, no sertão do Piauí. “O cinema documental é uma espécie de conhecimento. Meus filmes e a pesquisa acadêmica têm uma relação muito orgânica”, comenta.

Cineasta Dedé Rodrigues em cena de Carneiro de Ouro, documentário de Dácia Ibiapina, ganhador de três prêmios no Festival. Foto: Reprodução

 

Na pesquisa de campo, Ibiapina conheceu três realizadores da região: Dedé Rodrigues, pastor Roberto Borges e Douglas Nunes. “Eles são verdadeiras estrelas do cinema por lá. São muito conhecidos”, relata. De acordo com a professora, a proposta é fazer uma série de três documentários, um para cada personagem. “O Brasil desconhece muito o que acontece no país. Desconhece que o país é muito grande, tem muitas geografias e muitas culturas”, opina.

 

“O pessoal de Picos faz um cinema que ocorre longe dos grandes centros de produção e, até o momento, longe das políticas públicas de estímulo”, observa. Os filmes são resultado de uma ação comunitária, em que há grande participação da comunidade local, pequenos patrocínios e apoio das prefeituras. “Para você ver a magia do cinema que desperta o sonho das pessoas, que superam muitas coisas para realizar esse sonho”, descreve.

 

O trio compõe o que a professora descreve como um sistema de produção completo, da produção à distribuição. “Eles lançam os filmes e depois vendem em DVD."

 

FESTUNI – “Ao completar 50 anos de Festival, os professores de audiovisual da UnB propuseram atividades conjuntas ao evento”, conta Dácia Ibiapina. Daí surgiu a primeira edição do Festival Universitário de Cinema de Brasília (FestUniBrasília). Nele, duas produções da Universidade foram premiadas: O Homem que não cabia em Brasília, dirigido por Gustavo Menezes e Afronte, dirigido por Bruno Victor e Marcus Azevedo. “Depois de plantar a semente, espero que o FestUniBrasília permaneça”, projeta Dácia Ibiapina.

 

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